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Quiet Quitting: a demissão silenciosa da Geração Z

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Demitir-se silenciosamente? Como isso acontece? Calma, apesar do nome sugerir isso, o fenômeno popular entre gerações Z e Millennials não tem nada a ver com deixar o emprego silenciosamente, mas sim fazer apenas o que faz parte da sua função.

Ao contrário do que parece, quem adere ao movimento não está querendo ser demitido. O objetivo do quiet quitting é evitar o excesso de trabalho e, consequentemente, a Síndrome de Burnout e o esgotamento profissional.

É comum em gerações anteriores à Z e alguns dos Millennials darem a vida pelo trabalho. Não é à toa que escutamos frases como “você precisa ir além das expectativas” em grande parte da jornada profissional.

O fenômeno ganhou força depois de uma virada de chave causada pela nova geração, que começou a ingressar no mercado de trabalho e reconheceu diversas atitudes prejudiciais para a saúde e para o equilíbrio emocional. Mas, afinal, o que é quiet quitting?

  1. Quiet quitting: o que é?
  2. Como surgiu a demissão silenciosa?
  3. Quiet quitting e a pandemia da Covid-19
  4. Como o quiet quitting funciona na prática?

Quiet quitting: o que é?

O fenômeno ganhou forças nas redes sociais, em especial no TikTok, entre as pessoas mais novas que acabaram de entrar no mercado de trabalho. O quiet quitting tem como objetivo cumprir apenas o que foi acordado durante a contratação.

Isso envolve sair no horário, não fazer horas extras, não trabalhar aos finais de semana e não adotar funções além do escopo. A ideia é fazer apenas o que foi demandado a fim de evitar a exaustão e não prejudicar a saúde mental.

Como surgiu a demissão silenciosa?

Para muitos, principalmente aqueles que já percorrem há anos o mercado de trabalho, o movimento pode ser visto com maus olhos. Afinal, a maioria entende que é necessário dar tudo de si para conseguir alcançar seus objetivos profissionais. Mas será que é assim mesmo?

A Geração Z começou a perceber os prejuízos que o trabalho em excesso pode causar ao bem-estar e à saúde física e mental. Essa mudança de pensamento passou a ser tendência nos Estados Unidos em meio à chamada grande renúncia, o “The Great Resignation”.

Basicamente, jovens começaram a compartilhar a saída dos empregos nas redes sociais. O Brasil teve um fenômeno também interessante na mesma época: os profissionais com maior escolaridade foram os que mais pediram para sair de seus empregos.

De acordo com o levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), 2,9 milhões de trabalhadores brasileiros pediram demissão dos seus empregos nos primeiros cinco meses de 2022. E, segundo os dados da Caged, foi o maior índice de pedidos desde 2005.

Fundamentados no mantra “trabalhar para viver e não viver para trabalhar”, o movimento é uma consequência das transformações que o mercado de trabalho e a sociedade passaram nos últimos anos, em paralelo a pandemia da Covid-19.

Quiet quitting e a pandemia da Covid-19

O isolamento social durante o auge da pandemia da Covid-19 fez com que muitas pessoas migrassem ao modelo de trabalho home office. Ainda que o trabalho a distância possa aumentar a qualidade de vida, com o passar do tempo, muitos perceberam que precisavam provar que estavam trabalhando para não serem demitidos. Outros, absorveram diversas demandas e acabaram chegando à exaustão.

Nesse cenário, o fenômeno da demissão silenciosa ganhou força e muitos adeptos.

O estresse causado pelo início da pandemia e pelas mudanças no mercado de trabalho foi tanto que, em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu que a síndrome de burnout pode ser desencadeada pelo excesso de trabalho e a incorporou à lista de doenças ocupacionais.

Como o quiet quitting funciona na prática?

Por mais que alguns torçam o nariz, o quiet quitting não busca a procrastinação ou é sinônimo de preguiça. Viver o quiet quitting na prática é passar a olhar para o trabalho como parte da sua vida e não como sua prioridade. E isso inclui dar o seu melhor, mas sob a nova ótica.

É uma mudança de mentalidade pautada em estabelecer os limites necessários, tanto para o sucesso da empresa quanto para a própria saúde física e mental. É cumprir sua obrigação, mas não se sentir obrigado a fazer além.

Afinal, a culpa e as consequências do estresse causado por isso prejudicam não só a saúde do trabalho, como a empresa e o mercado. Isso porque a mão de obra se torna mais desvalorizada e a síndrome do burnout acaba, cada vez mais, esgotando trabalhadores talentosos e que poderiam estar exercendo funções diferenciadas no mercado de trabalho.

O quiet quitting contesta a cultura enraizada da “produtividade a qualquer custo” e é válida para qualquer idade, apesar de ser mais conhecida na Geração Z. No entanto, isso não quer dizer que será necessário reduzir as entregas ou sua qualidade, mas contestar problemas culturais em uma empresa que idealiza funcionários vistos como máquinas.

Além disso, o objetivo do movimento é tornar o ambiente de trabalho mais sadio e eficiente, e também entender que estamos trabalhando com pessoas. 

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