Ao sentir algum tipo de mal-estar ou durante uma consulta médica de rotina, uma das primeiras coisas a serem feitas é aferir a pressão arterial. Se ela está 12 por 8 (120 por 80 mmHg), sabemos que está tudo normal. Agora, se o resultado for igual ou superior a 14 por 8 (140 por 90 mmHg), é sinal de que a pressão está alta e precisa de atenção.
Esse aumento é tão sério que é classificado como atendimento de urgência no pronto-socorro – isto é, que precisa de assistência médica imediata. E não é à toa, já que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a hipertensão é a principal causa de 80% dos derrames e 40% dos infartos.
Quando a pressão permanece alta por muito tempo, se instala um quadro de hipertensão, que tende a surgir de forma sorrateira, sem sintomas nos estágios iniciais. Essa condição pode atingir qualquer idade, mas é mais comum em pessoas acima de 60 anos, com histórico familiar, alimentação inadequada ou estresse excessivo.
Apesar de ser silenciosa, a pressão alta pode aparecer acompanhada de sinais como dor de cabeça, tontura, fadiga e mais. Por isso, é muito importante estar sempre de olho nos níveis da pressão arterial e agir rápido ao primeiro indício de descontrole.
A seguir, confira quais atitudes ajudam a controlar a pressão alta:
- Pressão alta: o que fazer?
- Alimentação cardioprotetora
- Exercícios físicos para quem tem pressão alta
- Medicamentos para hipertensão
- Como baixar a pressão?
Pressão alta: o que fazer?
Foi medir a pressão e ela está igual ou acima de 14 por 9? Isso é um sinal de que está alta. E o que você deve fazer a partir disso irá depender do porquê está aferindo a pressão. Se além dessa alteração você estiver com dores no peito, tontura, zumbido no ouvido, fraqueza e visão embaçada, procure um pronto-socorro.
O estresse também pode causar esse descontrole na pressão, então tente relaxar e sair da situação que está interferindo no seu bem-estar emocional. Agora, se já tiver o diagnóstico de hipertensão e for uma aferição de rotina, significa que o seu tratamento não está tendo o resultado esperado. Nesse caso, existem diversas maneiras de controlar a pressão.
Vale reforçar que cada caso é um caso, e o tratamento é definido de forma individualizada pelo time de saúde. Mas, de modo geral, costuma ser baseado em quatro pilares: alimentação, atividade física, psicoterapia e mudanças de hábitos de vida – que também atuam de forma preventiva.
Isso porque obesidade, colesterol alto e dietas com excesso de sal e poucas vitaminas e minerais estão entre os principais fatores de risco para hipertensão, junto com sedentarismo, estresse, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas.
Alimentação cardioprotetora
Como adiantamos, o cuidado com a alimentação é essencial para tratar a pressão alta. E uma ótima maneira de pessoas com hipertensão controlarem a doença é seguir uma alimentação cardioprotetora, que ajuda a melhorar a saúde do coração e prevenir contra doenças cardiovasculares, como a hipertensão.
Dentro dessa dieta, alimentos ultraprocessados, como macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote, sucos industrializados, refeições congeladas, etc. devem ser evitados. Afinal, possuem excesso de açúcar, sal e gordura vegetal hidrogenada, além de aditivos químicos como conservantes, aromatizantes e corantes.
Em contrapartida, para montar um prato rico em vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes, pronto para preservar a saúde do seu coração, o Ministério da Saúde indica consumir alimentos como:
- Verduras (alface, repolho, couve, brócolis, espinafre e agrião);
- Frutas (banana, abacaxi, maçã, uva, limão, manga, morango, mexerica e laranja);
- Legumes (cenoura, tomate, chuchu, maxixe, abóbora, beterraba, abobrinha e berinjela);
- Leguminosas (feijão, soja, ervilha e lentilha);
- Leite e iogurtes sem gordura (desnatados ou semidesnatados);
- Cereais (arroz branco e integral, aveia, granola e linhaça);
- Tubérculos cozidos (batata, mandioca, mandioquinha, inhame e cará);
- Farinhas (mandioca, tapioca, milho e rosca);
- Oleaginosas (castanha-do-Brasil/Pará, caju e nozes);
- Óleos vegetais (soja, milho e azeite);
- Carnes (de boi, porco, frango e peixe);
- Queijos brancos e amarelos;
- Ovos.
Na hora de definir as porções que irá ingerir de cada alimento e como montar as refeições, consulte um nutricionista. Mas tenha sempre em mente que é essencial fazer, no mínimo, três refeições por dia, beber de seis a oito copos de água diariamente, evitar “beliscar” alimentos processados no intervalo entre as refeições e mastigar bem os alimentos.
Exercícios físicos para quem tem pressão alta
A falta de atividade física e, consequentemente, o sedentarismo, favorecem o surgimento de diversas doenças, em especial as relacionadas com a saúde cardiovascular, como a hipertensão. De acordo com um artigo dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, pessoas que não praticam nenhuma atividade física têm 30% mais chances de ter pressão alta.
Os exercícios físicos causam um efeito de hipotensão prolongada no organismo; isto é, a pressão arterial diminui e se mantém baixa por até 24h. Quando feita corretamente por pessoas que já têm hipertensão comprovada, a prática pode, inclusive, levar à redução ou suspensão do uso de medicamentos anti-hipertensivos.
O ideal é realizar, pelo menos, 30 minutos de atividade física por dia, cinco vezes por semana. Os exercícios aeróbicos são os mais indicados para quem tem pressão alta, especialmente aqueles mais intensos e que envolvem grandes grupos musculares, como caminhada, corrida e ciclismo.
Antes de se movimentar, no entanto, é essencial medir a pressão arterial. Se ela estiver acima de 16 por 10 (160 e 100 mm/Hg), não faça o exercício. Isso porque, apesar da pressão abaixar após a atividade, no momento do exercício ela costuma aumentar naturalmente, o que pode ser um perigo para pessoas com hipertensão.
Nesse caso, adote outras medidas que ajudam a baixar a pressão de forma imediata e só depois de controlada faça a atividade física. Esse cenário só reforça como o tratamento e a prevenção da hipertensão devem ser multidisciplinares.
Medicamentos para hipertensão
Além da alimentação saudável, os exercícios físicos regulares, o controle do estresse e o abandono de alguns vícios (como cigarro e bebidas alcoólicas), os medicamentos são grandes aliados no controle da pressão arterial.
Afinal, sabemos que mudanças de estilo de vida precisam de tempo e constância para fazerem efeito, e podem ser difíceis de serem mantidas rotineiramente. E é nesse contexto que a medicação anti-hipertensa entra em ação, para promover um controle mais imediato da situação.
Existem diferentes tipos de remédios disponíveis, mas é importante seguir a prescrição médica, pois somente um especialista pode indicar o medicamento mais adequado para o seu tratamento. Nada de se automedicar, combinado?
Como baixar a pressão?
Agora você já sabe o que fazer para tratar e controlar a pressão a longo prazo, mas como agir em momentos de crise? O primeiro passo é beber bastante água, a fim de diluir o sódio presente na corrente sanguínea.
Seguindo essa mesma ideia, consuma alimentos ou chá diuréticos, como melancia e abacaxi e chá de capim santo e erva cidreira, respectivamente. E nada de tomar café ou álcool nesse momento! Isso só irá contribuir para a sua desidratação e interferir na circulação de sangue nas artérias, aumentando ainda mais a pressão arterial.
Frutas e vegetais frescos, especialmente banana, tomate, alho e espinafre, também ajudam a reduzir a pressão de forma mais rápida.
Agora, se o motivo da pressão alta for estresse, tente fazer um exercício de respiração. Respire fundo por quatro segundos, segure o ar por dois segundos e solte por mais quatro segundos. Dê uma pausa de um segundo e repita esse ciclo mais dez vezes.
E não se esqueça de tomar a medicação receitada pelo médico. Ela irá atuar imediatamente na redução da pressão arterial, evitando que a função cardiovascular se sobrecarregue e outros sintomas mais graves se manifestem.
Ter qualidade de vida é um direito de todos. Cuide da sua saúde hoje e garanta um futuro mais saudável – e com a pressão controlada!