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Tabagismo: quais são os riscos à saúde e como parar de fumar

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O cigarro é uma das drogas lícitas mais vendidas no Brasil. E isso pode ser percebido no dia a dia: é difícil andar pela rua e não encontrar alguém fumando, não é mesmo? O cigarro é uma das principais formas industrializadas do tabaco – que possui a nicotina como princípio ativo –, mas não é a única. É possível consumir essa substância em charutos, rapé e até mesmo em dispositivos eletrônicos.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, o mundo enfrenta uma epidemia de tabaco, responsável por óbitos, doenças e empobrecimento. Estima-se que mais de 8 milhões de mortes por ano são causadas pelo tabagismo (ato de fumar tabaco frequentemente). Além disso, quase 80% dos mais de 1,1 bilhão de fumantes do mundo todo vivem em países de baixa e média renda.  

Confira os tópicos a seguir e descubra os riscos do tabagismo à saúde, além de aprender como abandonar esse vício:

  1. O que é tabagismo?
  2. O que é tabagismo passivo?
  3. O que significa ser uma pessoa tabagista?
  4. Quais são as consequências do tabagismo?
  5. O tabagismo facilita a infecção ou manifestação de doenças respiratórias?
  6. Fumar cigarro causa câncer?
  7. Cigarro eletrônico
  8. Tabagismo na adolescência
  9. Benefícios de parar com o tabagismo
  10. Como parar de fumar?

O que é tabagismo?

Tabagismo é o nome dado ao ato de fumar produto com tabaco regularmente. Esse hábito, de acordo com o Ministério da Saúde, é reconhecido como uma doença epidêmica. Por causa da nicotina, princípio ativo do tabaco, esses produtos causam dependência física, psicológica e comportamental, assim como outras drogas lícitas (bebida alcoólica) e ilícitas.

A forma mais comum de usar o tabaco é através do cigarro convencional. Mas ele pode ser encontrado de diversas maneiras, como em charuto, cachimbo, cigarro de palha ou eletrônico, rapé, tabaco para narguilé, fumo-de-rolo, etc. Esses produtos, porém, não possuem apenas o tabaco. 

Segundo o Ministério da Saúde, existem mais de 4.720 substâncias tóxicas que podem estar presentes na composição desses produtos, como monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, resíduos de agrotóxicos, chumbo e muito mais.

Apesar de a nicotina entrar em contato com o organismo através do sistema respiratório, não se limita aos órgãos que o compõem. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) explica que a substância penetra diversos tecidos do corpo e chega ao cérebro rapidamente – de 7 a 19 segundos. Por isso, é possível detectar níveis de nicotina na saliva, no suco gástrico, no músculo esquelético e até mesmo no leite materno de pessoas fumantes. 

O que é tabagismo passivo?

Não são apenas os fumantes que estão sujeitos às substâncias tóxicas e a nicotina presente em produtos com tabaco. Pessoas que estão próximas e inalam a fumaça emitida por eles também estão em risco. E isso tem nome: tabagismo passivo. 

Um levantamento feito pelo INCA, a partir de estudos e orientações de sociedades médicas, constatou que a fumaça do tabaco possui mais de 7 mil compostos e substâncias químicas. Desse total, estudos indicam que, pelo menos, 69 são responsáveis por provocar câncer. 

A fumaça que sai do cigarro possui cerca de três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala. Essa exposição involuntária pode desencadear reações alérgicas e, a longo prazo, até mesmo infarto agudo do miocárdio e doença pulmonar obstrutiva crônica.

Os grupos mais suscetíveis ao tabagismo passivo são os bebês e as crianças, que podem sofrer com doenças respiratórias, problemas no ouvido médio e, dependendo do nível da exposição, até mesmo síndrome da morte súbita infantil. Mulheres grávidas também estão em risco, pois o tabagismo passivo aumenta as chances de o feto nascer natimorto, com malformações congênitas ou com peso abaixo do ideal. 

Ainda de acordo com o INCA, não existem níveis seguros de exposição à fumaça. A única maneira de evitar as consequências é não fumar em ambientes fechados e não ficar perto de fumantes enquanto estão usando o tabaco. 

O que significa ser uma pessoa tabagista?

Uma pessoa tabagista é aquela que faz uso regular do tabaco, independentemente da forma disponível no mercado: cigarro comum, cigarro eletrônico (vape), cigarro de palha, narguilé, charuto, cachimbo, fumo-de-rolo, rapé, cigarrilha e mais. Pessoas que têm contato passivo com o tabaco não são consideradas tabagistas. 

Quais são as consequências do tabagismo?

Além da dependência, o tabaco oferece diversos perigos para o organismo: contribui para acidentes cerebrovasculares (AVC), ataques cardíacos, infecções respiratórias, doenças respiratórias crônicas, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade, osteoporose, catarata e tuberculose. O tabagismo também está associado ao desenvolvimento de diferentes tipos de câncer.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco é responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas anualmente. E mais de 1,2 milhão desses óbitos são de pessoas não-fumantes, expostas ao tabagismo passivo.

O tabagismo facilita a infecção de doenças respiratórias?

“O tabagismo aumenta o risco de infecção [respiratórias] e o desenvolvimento de sintomas mais graves”, afirma Karina de Paula Bastos Santos, médica de Família e Comunidade na Sami. Isso acontece devido à inflamação que o cigarro causa nos pulmões e a queda na imunidade. “Além disso, as crianças que convivem com tabagistas, aumentam o número de infecções respiratórias por ano também”, completa a médica.

Fumar cigarro causa câncer?

Um dos efeitos do tabagismo é favorecer o desenvolvimento de células cancerígenas. Isso porque produtos com tabaco costumam ter mais de 40 substâncias cancerígenas, como arsênio, níquel, benzopireno, chumbo, resíduos de agrotóxicos e substâncias radioativas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os principais tipos de câncer que o tabagismo contribui para o desenvolvimento são:

  • Leucemia mielóide aguda;
  • Câncer na bexiga;
  • Câncer no pâncreas;
  • Câncer no fígado; 
  • Câncer no colo do útero; 
  • Câncer no esôfago; 
  • Câncer no rim e ureter; 
  • Câncer na laringe (cordas vocais); 
  • Câncer na cavidade oral (boca); 
  • Câncer na faringe (pescoço); 
  • Câncer no estômago; 
  • Câncer no cólon e reto; 
  • Câncer na traqueia, brônquios e pulmão.

Cigarro eletrônico

Popular principalmente entre os jovens de 18 a 24 anos, como indica o relatório final do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em tempos de pandemia – Covitel, o cigarro eletrônico (também chamado de vape ou pod) é uma das formas mais discretas de consumir tabaco, através da vaporização.

Isso porque não forma cinza, não sobra “bitucas” e não tem fumaça com cheiro forte – em alguns casos, o vapor pode até ter um cheiro e sabor personalizados. Por causa dessas características, muitas pessoas acreditam que o cigarro eletrônico é menos prejudicial que o cigarro comum, e que pode, inclusive, ajudar a reduzir o tabagismo. 

Mas isso não é verdade. O vape contém nicotina da mesma forma e oferece os mesmos riscos à saúde. Um artigo do Jornal Brasileiro de Pneumologia observou que o produto inclusive contribui para a manutenção da dependência. 

No Brasil, não é permitido comercializar, importar ou fazer propaganda para cigarros eletrônicos. Apesar disso, é possível encontrar esse tipo de produto facilmente na internet ou em lugares físicos, como bancas de jornal, lojas específicas de artigos de tabaco e até mesmo com vendedores ambulantes. 

Tabagismo na adolescência

De acordo com um artigo do Jornal Brasileiro de Pneumologia, alguns fatores favorecem o tabagismo na adolescência, como pais ou familiares próximos que fumam, a mídia e o consumo de bebidas alcoólicas. Amigos que fumam também possuem grande influência. 

Os cigarros eletrônicos podem contribuir para o início precoce do tabagismo, já que oferecem opções com sabor que mascaram o peso de estar fumando tabaco. A exposição aos efeitos nocivos da nicotina na adolescência – fase importante de desenvolvimento – aumenta o risco de mortalidade por doenças crônicas e de causas evitáveis.

Benefícios de parar com o tabagismo

Para de fumar oferece benefícios imediatos e a longo prazo. Segundo o Ministério da Saúde, depois de 20 minutos sem fumar, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal. Ao completar 2 horas, não há mais presença de nicotina na circulação sanguínea. Com 8 horas, o nível de oxigênio no sangue volta ao normal e, de 12 a 24 horas sem inalar a fumaça do tabaco, as funções dos pulmões já melhoram.

A longo prazo, os efeitos são ainda mais notórios. Depois de 2 dias, já é possível perceber o olfato e o paladar mais sensíveis. Após 3 semanas sem fumar, a respiração fica mais fluida e a circulação sanguínea melhora. O risco de morte por infarto cai pela metade quando a pessoa completa 1 ano sem o vício; e, após 5 a 10 anos, se iguala ao de pessoas que nunca fumaram.

Como parar de fumar?

Decidiu parar de fumar? Esse é um passo muito importante para cuidar da sua saúde e ter mais qualidade de vida. O começo pode ser um pouco difícil por causa da abstinência, que costuma causar dor de cabeça, tontura, irritabilidade, alteração do sono, vontade intensa de fumar, indisposição gástrica, tosse, entre outros. 

Mas não desista. Esses sintomas costumam durar de 1 a 2 semanas, e logo em seguida diminuem até desaparecer. Para passar por essa fase da melhor forma possível, tente não se cobrar tanto. Afinal, ter recaída no período de abstinência não é sinônimo de fracasso. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a maioria dos fumantes têm, em média, de três a quatro tentativas até parar definitivamente. O importante é continuar tentando e observar qual foi o gatilho que te fez voltar a fumar (como ansiedade e estresse, por exemplo), e tratá-lo em paralelo. 

Existem alguns métodos que ajudam a parar de fumar. É possível fazer de forma imediata, marcando uma data para nunca mais fumar e abandonando o vício de uma vez só, ou gradualmente, reduzindo o número de cigarros ao longo da semana até zerar.

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