Início Saúde Obesidade: tudo o que você precisa saber do assunto (sem tabu ou...

Obesidade: tudo o que você precisa saber do assunto (sem tabu ou gordofobia)

Autor

Data

Categoria

O alerta é da Organização Mundial de Saúde: a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde da atualidade. Em 2025, a estimativa é que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões com obesidade. No Brasil, um levantamento feito nas 26 capitais e no Distrito Federal mostra que metade da população está com sobrepeso e 20% já apresentam obesidade.

No texto abaixo você vai aprender a calcular se está com sobrepeso ou obesidade, entender as doenças que o excesso de peso podem causar e receber dicas sobre como desenvolver hábitos de vida saudáveis para prevenir a condição. 

Veja os tópicos que vamos abordar:

  1. O que é obesidade?
  2. O que é e como calcular o IMC? 
  3. Qual a diferença entre sobrepeso e obesidade?
  4. Estar acima do peso normal no IMC é sempre um problema? 
  5. Quais as complicações decorrentes da obesidade?
  6. Quais são as causas da obesidade?
  7. Como tratar a obesidade?
  8. Por que a obesidade é um tabu?
  9. Quando a bariátrica é o tratamento indicado para a obesidade?
  10. A obesidade é fator de risco para complicações na gravidez?
  11. Como prevenir a obesidade?

O que é obesidade?

Quando falamos sobre obesidade, há divergências sobre como classificá-la. Algumas instituições tratam como doença, já outras afirmam que a obesidade é fator de risco para doenças cardiovasculares, câncer, diabetes etc. 

“Não há um consenso sobre o nome, mas há um consenso sobre o perigo. Todos sabemos que a obesidade é um problema que coloca a saúde em risco”, afirma Gustavo Landsberg, Médico de Família e Comunidade e líder de Gestão de Saúde Populacional da Sami.

Sob a ótica científica, a obesidade é caracterizada pelo acúmulo anormal ou excessivo de gordura que apresenta risco à saúde. Um índice de massa corporal (IMC) acima de 25 é considerado sobrepeso. Acima de 30 já se trata de obesidade.

O que é e como calcular o IMC? 

O Índice de Massa Corporal, mais conhecido como IMC, é um cálculo reconhecido internacionalmente para medir o peso ideal para cada pessoa. Para calcular o IMC, basta dividir o peso em kg pelo quadrado da altura (em metros). O resultado dessa conta vai indicar uma faixa de IMC, que vai de abaixo do peso a obeso. 

Vamos imaginar uma pessoa com 1,65m e 68 quilos. Para calcular o IMC:

Peso / Altura x Altura = 68 / 1,3

Resultado: 20,6  

Classificação do IMC:

  • Abaixo do peso: IMC abaixo de 18,5
  • Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9
  • Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9
  • Obesidade Grau I: IMC entre 30 e 34,9
  • Obesidade Grau II: IMC entre 35 e 39,9
  • Obesidade Grau III: IMC acima de 40.

Vale lembrar que o IMC é uma medida padrão e não deve ser considerada de forma isolada. Fatores como o biotipo (se tem mais ou menos músculos) e o gênero devem ser considerados na avaliação. 

Qual a diferença entre sobrepeso e obesidade?

Tanto o sobrepeso quanto a obesidade se referem ao excesso de gordura corporal. O que difere os dois conceitos é a quantidade desse excesso e, consequentemente, a gravidade. O sobrepeso está relacionado a um percentual menor quando comparado à obesidade, que tem a quantidade de gordura maior e maior probabilidade de impactar na saúde como um todo 

Do ponto de vista de diagnóstico, um dos indicadores utilizados é o próprio IMC, que avalia justamente essa relação do peso e altura. Para o sobrepeso, o IMC fica entre 25 e 29,99 enquanto a obesidade seria diagnosticada com o IMC a partir de 30”, explica.  

A boa notícia é que existem formas de tratar e lidar com os dois problemas. O profissional de saúde pode indicar mudanças na alimentação, recomendar a prática de exercícios físicos ou, eventualmente, até prescrever o uso de medicamentos e outras intervenções.

Estar acima do peso normal no IMC é sempre um problema? 

Atualmente há uma discussão sobre peso ideal e gordofobia. Estar acima do peso não indica, necessariamente, que alguém está com algum problema de saúde como aqueles que citamos no início desse papo, como diabetes ou doenças cardíacas. 

Há pessoas que estão dentro da faixa de peso normal de IMC e com sérios problemas de saúde resultantes, por exemplo, do sedentarismo. Socialmente, porém, são vistas como “saudáveis” por serem magras. Por outro lado, há pessoas com sobrepeso e obesidade cujos marcadores de colesterol e glicemia estão dentro da normalidade. Ou seja: só a avaliação individual é que vai determinar se alguém é saudável ou não. 

“Pecisamos deixar claro que obesidade está relacionada com probabilidades maiores de ter complicações na saúde, e não que são pessoas ‘automaticamente’ doentes”, explica o médico Gustavo Landsberg”. “Por outro lado, no entanto, não podemos jogar a questão para debaixo do tapete. Excesso de peso é fator de risco para inúmeros problemas de saúde. Alguém com sobrepeso ou obesidade pode estar saudável no momento, mas futuramente tem mais chance de desenvolver hipertensão.”

De toda forma, a gordofobia está fora de questão. O termo está relacionado ao preconceito que as pessoas gordas sofrem na vida pessoal e profissional. No âmbito das discussões de saúde, como a que colocamos aqui, é importante saber que não se deve generalizar e nem associar o peso ao fato de estar ou não saudável. Vale dizer que embora a gordofobia não esteja tipificada na lei, recai na legislação sobre danos morais, quando a ação causa algum abalo psicológico. 

Quais as complicações decorrentes da obesidade?

O excesso de peso pode causar hipertensão arterial, problemas ortopédicos, diabetes, apneia do sono, aumentar o risco de diversos tipos de câncer, além de complicações cardíacas. 

Falamos, portanto, de uma questão que não afeta apenas o indivíduo, mas a saúde pública como um todo. É preciso atuar tanto na prevenção de todos esses problemas, como em ter uma estrutura capaz de absorver a demanda de pacientes que apresentarem complicações. 

Quais são as causas da obesidade?

O National Health Service (NHS), o serviço de saúde pública do Reino Unido, aponta algumas causas para a obesidade, como você confere a seguir.

  • Ter alguma doença que possa contribuir para o ganho de peso, como uma glândula tireóide hipoativa (hipotireoidismo);
  • Dieta desbalanceada e sem consumo de alimentos saudáveis;
  • Hábitos sedentários, ou seja, não colocar o corpo em movimento com atividades físicas ou outras maneiras de manter o organismo trabalhando de forma ativa;
  • Predisposição genética. Sim, a obesidade também pode estar no DNA. Porém, de forma geral, a obesidade tem mais a ver com fatores ambientais, como maus hábitos alimentares adquiridos durante a infância;
  • Transtornos psicológicos, como depressão, ansiedade ou outros relacionados diretamente à alimentação, como o Transtorno Alimentar Compulsivo, por exemplo;
  • Problemas relacionados à privação de sono: dormir mal “bagunça” o sistema hormonal e pode levar à produção em excesso daqueles que aumentam o apetite;
  • Estilo de vida: Se os pais são obesos, aumenta o risco do filho também estar acima do peso. E isso não é resultado apenas na genética. Pode ser decorrentes de hábitos alimentares não saudáveis compartilhados na família. 

Como tratar a obesidade?

O tratamento da obesidade envolve várias abordagens, mas o ponto principal é se comprometer a uma mudança de hábitos, o que inclui praticar atividades físicas e se engajar em um programa de reeducação alimentar. Receber acompanhamento de um psicólogo também ajuda muito. Em alguns casos, o médico pode indicar o uso de fármacos ou a realização de uma cirurgia bariátrica.

“A equipe de atenção primária à saúde tem plena de condições de identificar o problema e oferecer diversos tipos de ações que envolvem ações de promoção da alimentação adequada e saudável, apoio ao autocuidado, assistência terapêutica multiprofissional e, eventualmente identificar pacientes que necessitam de acompanhamento com especialista ou abordagem cirúrgica”, informa o Landsberg.

Por isso, se você está acima do peso, procure seu Time de Saúde!

Por que a obesidade é um tabu?

A obesidade pode ser um assunto muito difícil para quem sente os efeitos na pele. Muitas pessoas se sentem envergonhadas e culpadas por estarem acima do peso, seja pela pressão estética social ou pelas condições médicas relacionadas.

A gordofobia só colabora para que o preconceito com pessoas acima do peso impeça a comunicação entre profissionais da saúde e pacientes. 

Durante a Campanha do dia mundial da obesidade, o Ministério da Saúde inclusive alertou para o fato de “muitos profissionais – incluindo médicos e formuladores de políticas e outros – não entenderem completamente a obesidade, que, como todas as doenças crônicas, tem causas profundas e complexas provenientes de fatores dietéticos, de estilo de vida, genéticos, psicológicos, socioculturais, econômicos e ambientais”.

Quando a bariátrica é o tratamento indicado para a obesidade?

A cirurgia bariátrica é um procedimento realizado em hospital que tem como objetivo realizar a intervenção no sistema digestivo. O médico pode optar por diferentes técnicas cirúrgicas, que envolvem a remoção total ou parcial do estômago ou a colocação de um balão intragástrico nesse órgão. A meta é reduzir o volume de comida que cabe nesses tecidos e, com isso, levar a um emagrecimento radical.

A cirurgia bariátrica costuma ser indicada como tratamento dos casos mais graves de obesidade, geralmente quando o IMC ultrapassa 40 ou quando o paciente apresenta, junto ao peso excessivo, algum fator de risco adicional, como diabetes e hipertensão.

Por ser uma intervenção que vai exigir uma mudança radical na alimentação para o resto da vida, é comum haver a indicação de acompanhamento psicológico e nutricional antes e depois da cirurgia. 

A obesidade é fator de risco para complicações na gravidez?

Sim. A obesidade materna e o ganho de peso excessivo na gestação estão associados ao aumento de complicações antes do parto, no momento do nascimento e no pós-parto, tais como:

  • Diabetes gestacional;
  • Hipertensão;
  • Pré-eclâmpsia;
  • Hemorragia puerperal;
  • Crescimento intrauterino restrito;
  • Recém-nascidos grandes ou pequenos para a idade gestacional;

Por isso, a orientação nutricional é muito importante. A mulher deve manter hábitos alimentares saudáveis, seguir uma ingestão calórica apropriada, evitando alimentos ricos em gordura e açúcares e praticar, se possível, atividade física.

Como prevenir a obesidade?

A prevenção da obesidade se inicia muito cedo, com o apoio ao aleitamento materno. Uma infância ativa e com bons hábitos alimentares é outro fator que influencia no peso que teremos durante a vida. 

Na adolescência, é importante manter a boa alimentação e a prática de atividades físicas. Nesse período, no entanto, pais e mães devem estar atentos para que os esforços de prevenção à obesidade não levem o adolescente ao desenvolvimento de transtornos alimentares. Por isso, em vez de falar sobre perda de peso, é importante ter o foco sempre no estilo de vida saudável. 

Na fase adulta, a vida de malabarismo para equilibrar as demandas de trabalho, família e relacionamento pode ser tão puxada que leve a transtornos psicológicos e aquela ânsia de “descontar tudo na comida”. Por isso, a prática de exercícios físicos é ainda mais fundamental: ajuda a manter o peso dentro do recomendado e diminui o risco de estresse e quadros como os de ansiedade e depressão.

Ei, RH! Quer economizar até30% no plano da sua empresa?

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

4 dicas para cuidar da saúde mental feminina no trabalho remoto

Dupla jornada, responsabilidades com a vida familiar e salário desigual são alguns dos motivos que levam a diagnósticos de distúrbios relacionados à...

Obesidade sem tabu ou gordofobia: tudo que precisamos saber

Em 4 de março é celebrado o dia mundial da obesidade, instituído pela OMS para conscientizar a todos sobre os riscos de...

IMC: entenda as faixas e o peso ideal

O Índice de Massa Corporal (IMC) é uma ferramenta utilizada na área da saúde para avaliar a relação entre peso e altura de uma pessoa e, assim, classificar seu estado nutricional em categorias.

Etarismo: o que é, impactos na vida do idoso e a importância da pirâmide etária

o etarismo se refere a estereótipos, preconceitos e discriminação direcionada às pessoas com base na idade que elas têm.

Pluralidade cultural: o papel do pluralismo nas empresas

A pluralidade é um tema importante nos dias atuais, onde as fronteiras entre as nações se tornam cada vez mais fluidas e o mundo cada vez mais globalizado.
Ei, RH!Já conhece o planode saúde com foco emretenção de talentos?
×