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Labirintite: confira os sintomas, causas e se tem cura

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Em situações com tendência a causar vertigens e tonturas – como levantar ou deitar rapidamente, fazer movimentos circulares e repetitivos com a cabeça, andar em círculo – você já deve ter ouvido alguém falar algo como “isso vai atacar a minha labirintite”. Mas sabia que não é bem assim que funciona? 

É bastante comum as pessoas confundirem labirintite com sintomas labirínticos. Isso porque em ambos os casos há alterações no labirinto (parte do ouvido interno relacionada à audição e equilíbrio) que afetam o equilíbrio e a audição. A diferença é que a labirintite é provocada por infecções de vírus ou bactérias.

A labirintite pode acontecer em qualquer idade, mas, segundo Karina de Paula Bastos Santos, médica de Família e Comunidade na Sami, esse quadro é mais comum entre a população de 50 a 70 anos.

Para saber diferenciar as duas situações e conseguir realizar um tratamento adequado, é preciso entender algumas particularidades da labirintite, como possíveis causas e principais sintomas. 

A labirintite é um processo inflamatório agudo no labirinto, parte do ouvido interno responsável por oferecer equilíbrio e percepção corporal, além de estar ligada à audição. Essa inflamação é causada por infecções de vírus ou bactérias.

O que é labirintite?

O problema é que essa condição se manifesta de maneira bastante similar a outros tipos de alterações no ouvido interno, o que atrapalha o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento correto.

“Muitas pessoas confundem e acham que qualquer tipo de tontura e vertigem é labirintite”, pontua a médica de Família e Comunidade na Sami. “Na verdade, o que as pessoas chamam de labirintite, na maioria dos casos, se trata da vertigem posicional paroxística benigna”, completa.

Para ficar mais simples: a labirintite está diretamente relacionada a infecções. Já outras condições que causam sintomas labirínticos (como a citada por Karina), surgem devido a mudanças na posição da cabeça que podem mover algumas substâncias naturais do ouvido interno de lugar e alterar o líquido presente no canal que ajuda a promover o equilíbrio, causando a falsa sensação de movimento – que pode levar a tonturas e vertigens.

Sendo assim, a labirintite é uma condição mais grave, enquanto as outras alterações costumam passar de forma rápida.

Saiba mais: Entenda como funciona o exame admissional

Sintomas de labirintite

Como a labirintite afeta a audição e os comandos de equilíbrio que são enviados para o cérebro, ela pode causar sintomas como:

  • Tontura;
  • Vertigens (sensação de que você ou as coisas estão girando, mesmo estando parado);
  • Dificuldade para focar a visão;
  • Tremor nos olhos;
  • Zumbido nos ouvidos ou redução da audição;
  • Náuseas e vômitos;
  • Mal-estar geral;
  • Sudorese;
  • Alterações gastrointestinais;
  • Dor de cabeça constante.

De acordo com a Associação Americana de Fisioterapia, esses sinais podem variar de médios a severos (como perda definitiva da audição, por exemplo), e tendem a passar gradualmente durante algumas semanas – diferente de alterações repentinas no labirinto, que duram poucos segundos ou minutos. Felizmente, existem algumas medidas que auxiliam na recuperação e no alívio dos sintomas.

Para receber o diagnóstico de labirintite, é necessário ter atenção às manifestações e comunicá-las a um profissional de saúde. Só ele é capaz de analisar seu quadro, avaliar a presença ou não de infecções e bactérias e definir um tratamento adequado.

O que causa labirintite?

Os casos de labirintite, em sua maioria, são decorrentes de infecções virais e bacterianas. Por isso, ela pode ser causada por:

  • Gripes e resfriados;
  • Otite média (infecção bacteriana crônica no ouvido);
  • Sarampo;
  • Caxumba;
  • Herpes zoster ou simples;
  • Febre glandular;
  • Poliomielite;
  • Rubéola.

Há ainda outras condições que podem provocar uma inflamação do labirinto, como:

  • Alergias (devido ao excesso de secreção que pode “entupir” o ouvido);
  • Alterações nas articulações e/ou ossos da face;
  • Ansiedade;
  • Estresse;
  • Doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e hipotireoidismo;
  • Tumores no cérebro ou no ouvido.

Existem também alguns hábitos não saudáveis que são considerados fatores de risco para o surgimento ou piora do quadro, como consumo excessivo de álcool, café e/ou chocolate, alimentação rica em alimentos processados e gordurosos, e tabagismo. Isso porque esses hábitos elevam a presença de substâncias inflamatórias no organismo que podem afetar o labirinto.

Labirintite emocional: sintomas

De acordo com a Associação Paulista para o Desenvolvimento de Medicina (SPDM), entre as possíveis causas de labirintite há o estresse excessivo, a ansiedade e até mesmo a depressão, em decorrência ao processo inflamatório que essas condições provocam no corpo. Quando a inflamação no labirinto aparece associada a algum desses fatores, é considerada uma labirintite emocional. 

Os sintomas são os mesmos da labirintite convencional, como tontura, náusea e vômito, zumbido no ouvido, visão turva, dificuldade de se equilibrar, dor de cabeça e mais. A diferença, porém, está na origem e no tratamento – que deve incluir acompanhamento psicológico e, dependendo do caso, psiquiátrico.

Saiba mais: Saúde no trabalho: a importância dos cuidados com o bem-estar

Labirintite e AVC: existe relação?

Tontura e alterações no campo de visão: esses sintomas podem causar uma certa confusão – e até desespero – quando aparecem, já que estão relacionados a diversas condições, entre elas a labirintite e o acidente vascular cerebral (AVC). 

Para saber diferenciar um AVC de uma crise de labirintite é preciso observar os sintomas e problemas adjacentes. Enquanto o desequilíbrio da labirintite aparece acompanhado de náuseas e vômito, zumbidos no ouvido e, em alguns casos, gripes e resfriados, a tontura do AVC surge junto com dificuldade para falar e engolir, paralisia de algum lado do rosto e do corpo, sorriso torto, confusão mental e formigamento. 

Ao notar algum desses sinais, a recomendação é procurar o time de saúde mais próximo para receber um diagnóstico e tratamento o quanto antes – em casos de acidente vascular cerebral, cada segundo faz muita diferença!

Labirintite tem cura?

Apesar de incômoda, a labirintite tem cura. Seus sintomas desaparecem assim que a inflamação no labirinto acaba, normalmente em poucas semanas –em casos de infecções virais ou bacterianas, quando o corpo se recupera do agente invasor. A recuperação total, porém, costuma acontecer de dois a três meses após as manifestações.

Dependendo da intensidade da labirintite, pode causar alguns danos permanentes, como perda de audição. Caso a pessoa apresente quadros constantes de tontura ou vertigem, isso não significa necessariamente que é uma labirintite. Por isso, se o sintoma persistir, procure novamente um especialista.

Exercícios para labirintite

Para os momentos de crise de labirintite, existem alguns exercícios repetitivos que ajudam a amenizar os sintomas de tontura e vertigem, restabelecendo o equilíbrio do labirinto. Eles fazem parte de um tratamento chamado reabilitação vestibular, e são definidos de acordo com a necessidade de cada paciente. 

Mas, de modo geral, esses exercícios podem incluir:

  • Movimentos de olhos, como olhar para cima, para baixo e para os lados; 
  • Movimentos de cabeça e de corpo, como colocar um objeto no chão, pegá-lo e elevá-lo acima da cabeça, depois colocá-lo no chão novamente;
  • Exercícios em pé, como sentar e levantar várias vezes ou jogar uma bola pequena de uma mão para a outra embaixo do joelho;
  • Subir e descer escadas;
  • Caminhar e, em alguns momentos, olhar para a esquerda e para direita;
  • Ficar apoiado em um pé só, sempre alternando.

Mas não se esqueça: essas atividades devem ser indicadas e orientadas por um profissional de saúde.

Tratamento para labirintite

Além dos exercícios citados anteriormente, o tratamento para labirintite pode incluir uso de medicamentos que irão atuar no alívio dos sintomas, sempre recomendados pelo médico. 

Durante uma crise de labirintite, a recomendação é deitar em um quarto escuro, evitando ruídos e luzes brilhantes, beber bastante água e descansar. Se estiver fora de casa, a dica é manter os olhos focados em algum objetivo fixo, evitando olhar ao redor o tempo todo, pois isso pode piorar a tontura.

Algumas atitudes no dia a dia ainda ajudam a evitar a labirintite, desde se proteger contra gripes e resfriados até praticar exercícios físicos e manter uma alimentação saudável e anti-inflamatória.

Bons hábitos evitam inflamações no organismo e ajudam a prevenir e/ou controlar algumas doenças crônicas que podem desencadear a condição, como o diabetes. Considerando que alguns fatores emocionais podem desequilibrar o labirinto, cuidar da saúde mental também é uma medida preventiva fundamental.

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