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Dia da Enfermagem: Quem é – e qual o papel – do enfermeiro(a) pra você?

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*Atualizado em 12 de maio de 2023


Podemos iniciar esse assunto com uma pergunta. E muitas vezes essa pergunta parece não ter uma resposta certa.

Pois bem! Ai vamos… Quem é enfermeiro(a) para você?

Provavelmente você vai dizer: é aquele(a) que cuida dos doentes, ou ainda, aquele(a) que dá vacinas ou que faz curativos, etc. Ainda há quem não saiba ao certo qual a função de um(a) enfermeiro(a) dentro de um serviço de saúde. A tímida enfermagem tende a dificultar a sua visibilidade para a sociedade. 

Em 2020 comemoramos 200 anos da existência da enfermagem. Quando a dama da lâmpada resolveu aplicar sua teoria ambientalista separando os soldados doentes da Guerra da Criméia por agravos, Florence Nightingale usou da epidemiologia, uma ferramenta para cuidar das pessoas. Já fazia uso da ciência para evitar que pessoas morressem ou tivessem sequelas durante a guerra.

Foto da pioneira da enfermagem Florence Nightingale.
Florence Nightingale (Fonte: biblioteca.cofen.gov.br)

Como você acha que os outros profissionais veem a enfermagem? Pense um pouco! Qualquer profissional de qualquer categoria, seja qual for o seu papel laboral. Pensou? Imagino que tenha muitas respostas!

Só fazemos o nosso trabalho de forma integral e sempre de maneira conjunta, contando com uma rede multidisciplinar. É sim, uma profissão autônoma, temos saber próprio, uma lógica de pensar e formação em ciência, mas nunca estamos sós. 

Podemos arriscar uma segunda pergunta, e essa, particularmente, eu gosto muito: – Como a equipe de enfermagem vê a enfermeira(o)?

Sabe-se que, no Brasil, somos formados por equipes com  enfermeiras(os), técnicos e auxiliares de enfermagem e somos profissões regulamentadas por um conselho, o COFEN (Conselho Federal de Enfermagem) e na sua regionalização pelo COREN (Conselho Regional de Enfermagem). Imagine uma instituição de saúde, qualquer instituição, seja um hospital, unidade básica de saúde, pronto-socorro, ou num âmbito local pode ser um centro cirúrgico ou uma unidade de terapia intensiva SEM uma equipe de enfermagem.

Consegue imaginar como funcionaria? Talvez imaginando assim, podemos ter dimensão do tamanho da importância da equipe de enfermagem em serviços de saúde. Estou aqui citando a importância na prática clínica, sem mencionar a gestão e coordenação do cuidado. No escopo curricular da formação de um(a) profissional enfermeira(o) temos a disciplina de administração em enfermagem onde resgatamos todas as teorias, sejam elas ambientalistas como a de Florence, sejam do autocuidado como de Dorothea Orem ou ainda das necessidades humanas básica de Wanda Horta.

Na história da enfermagem, as mulheres dominam as teorias que vêm para dar atributos ao que praticamos de forma sistematizada. 

Em 1970, Wanda Horta trouxe uma ferramenta fundamental que instrumentaliza as ações de enfermagem. Ao coletar os dados dos pacientes iniciamos com a  história de vida que o paciente nos confidencia de forma natural e muitas vezes tocando em “feridas” nunca antes tocadas. Um pouco antes, Joyce Travelbee (1966) já trazia a teoria de que o enfermeiro ajuda o indivíduo a significar sua experiência de adoecimento, por meio da comunicação estabelecida pessoa-pessoa. E essa é a primeira parte que posso dizer de maior construção do vínculo entre pacientes que o enfermeiro pode ter. Incluindo o exame físico que passa a ser o toque, que também cura, consentido e assegurando a busca pelo problema de forma técnica e segmentada, mas também de confiança e respeito. 

Foto de Dorothea Orem, uma das pioneiras da enfermagem
Dorothea Orem (fonte: nursingtf.blogspot.com)

Logo após a coleta de dados e exame físico, a(o) enfermeira(o) faz o diagnóstico de enfermagem. Sim! Damos diagnóstico. Diagnóstico de cuidado baseado em estudo e ciência. Usamos taxonomias, definições e classificações baseados em evidências e sempre atualizadas, pois apesar da enfermagem ser tradicional, nunca deixou de ser inovadora. 

Pois bem, depois que examinamos, coletamos dados e diagnosticamos cuidados, vamos juntos com o paciente planejar o seu cuidado sempre centrado na pessoa e não apenas na condição de saúde. Não adianta prescrever banho de chuveiro, se o paciente está entubado ou ainda no âmbito da Atenção Primária, prescrever aleitamento humano exclusivo se a mãe precisar voltar a trabalhar.

Sim, vocês não sabiam que o enfermeiro prescreve? Prescrevemos cuidados. Temos aí mais uma resposta! E para implementar essa prescrição o enfermeiro precisa intervir com suas expertises. Aplicar suas práticas avançadas de enfermagem promovendo o melhor conforto e cuidado ao paciente. Aplicar a teoria humanista de Josephine Patterson e Loretta Zderad (1960) de maneira holística e individualizada ou ainda respeitando a transculturalidade como Madeleine Leininger (1978). É nesse momento que a equipe de enfermagem vai te ver como enfermeiro de verdade.

E nada acaba sem que façamos uma avaliação de enfermagem, buscando a melhoria contínua dos cuidados e com a co-participação da equipe e, certamente, de quem prestamos cuidados e da sua família.

Por fim, para finalizar com mais uma questão: – como os pacientes vêm a(o) enfermeira (o)?

Já atendi pacientes que ao fim da consulta me disseram que eu deveria estudar para ser médica, ou então, me perguntaram quanto tempo faltava para que me formasse em medicina. Todos saiam do consultório com um breve esclarecimento sobre o que é ser enfermeira ou enfermeiro. Salvo alguns que ainda insistiam em me chamar de doutora. Ai, lá se vai mais outra explicação do que é ser doutor rsrsrs.

Mas eu não ligo. No fim, o que importava era a satisfação e o bem-estar dessas pessoas. Pois bem! Os pacientes podem ver a enfermagem de várias maneiras. O que importa de verdade é o respeito mútuo e a responsabilidade plena. Continuamos na luta pela visibilidade e mostrando dia após dia o quanto se faz necessário o reconhecimento do nosso trabalho e a contribuição importante na sociedade, seja ela na prática clínica, na gestão, na coordenação ou em qualquer lugar que a enfermagem possa contribuir de forma técnica e responsável. 

E encerro dizendo que escolhi ser enfermeira. Para mim é uma arte. A arte de cuidar! E como disse Florence, “para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor…”.

Zenaide Bezerra é enfermeira no primeiro time de saúde da Sami. Com mais de 10 anos de atuação, é especializada em Saúde da Família, com formação em Infectologia e como Preceptora do SUS. Como parte fundamental do time de saúde, promove o cuidado coordenado, longitudinal e integral nas diversas necessidades em saúde dos pacientes da Sami.

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