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Fim de ano + pandemia: como fica sua saúde mental?

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Sem dúvida, o ano de 2020 tem sido desafiador em muitos aspectos. A saúde mental é um deles. Afinal, a pandemia está fazendo o mundo inteiro viver uma situação que antes a gente só experimentava ao ver filmes de ficção científica. 

Diante do isolamento social, da insegurança e das incertezas trazidas com o coronavírus, todos nós tivemos diferentes reações e sentimentos como medo, desânimo, revolta, ansiedade e estresse.

A saúde mental do brasileiro na pandemia

Recentemente, uma pesquisa do Ministério da Saúde deu mostras de como anda a saúde mental do brasileiro durante a pandemia.

Os dados foram levantados a partir de um questionário online, disponibilizado entre 23 de abril e 15 de maio. O estudo monitora a evolução dos transtornos mencionados pelos participantes em relação ao cenário provocado pelo coronavírus.

As informações preliminares mostram uma grande incidência de ansiedade (86,5%) e também de transtorno de estresse pós-traumático (45,5%). Já 16% dos participantes apresentam sinais de depressão em sua forma mais grave. 

A pandemia trouxe efeitos negativos para a saúde mental
Os efeitos provocados pela pandemia têm provocado um aumento relevante dos casos de ansiedade, depressão e estresse

Os índices foram obtidos a partir das respostas dadas ao questionário, que avalia as condições psicológicas e sociodemográficas dos participantes.

O estudo inclui outras duas fases e deve ser concluído em breve. Mas os dados iniciais já deixam claro que a pandemia está deixando marcas emocionais mais sérias. 

Uma outra pesquisa sobre o comportamento dos brasileiros durante o isolamento mostrou que os casos de depressão praticamente dobraram entre as 1.460 pessoas entrevistadas em todas as regiões do Brasil.

O estudo, feito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), indicou ainda que as ocorrências de estresse e ansiedade aumentaram cerca de 80%. 

Aliado a tudo isso, temos também as festas de Natal e Ano-Novo. Muita gente sofre os efeitos da chamada “Síndrome de Fim de Ano”. 

No Centro de Valorização da Vida (CVV), organização civil que presta serviços voluntários de apoio emocional e prevenção ao suicídio, o sentimento de solidão e a depressão aumentam em 20% a procura por atendimento em dezembro.

As festas de fim de ano durante a pandemia podem servir de gatilho para emoções como angústia, estresse, desânimo e depressão.
As datas comemorativas e a pandemia podem servir de gatilho para sentimentos angustiantes

“O fim de ano é uma época que pode despertar diversos sentimentos positivos, como alegria, acolhimento, gratidão, esperança, reafirmação da fé, amor, empatia e compaixão. Mas também pode ser um gatilho para sentimentos angustiantes, como ansiedade, estresse, medo e raiva, a depender da vivência e do momento de cada pessoa”, ressalta Vanessa Karam, psicóloga da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Vanessa pontua também as características de 2020, que trouxe vivências únicas para todos. Um ano que intensificou sentimentos de tristeza, solidão e ansiedade e impôs restrições às reuniões familiares, além de trazer diversas preocupações com o novo ano. 

“Nesse contexto pode ser esperado sentirmos sintomas típicos de ansiedade como palpitações, tensão muscular, sensação de perda de controle, entre outros”, complementa.

Como preservar a saúde emocional diante disso tudo? Como equilibrar o desejo de retomar a vida como era antes com a necessidade de vivenciar o “novo normal”, ainda mais nessa época de festas?

Veja também: 2ª onda de Covid-19: não é hora de descuidar

Preservando a saúde mental em tempos de pandemia

Por mais contraditório que possa parecer, entender o quanto a pandemia afeta a saúde emocional é mais um argumento para a necessidade de mantermos os cuidados nesse cenário.

Isso porque um crescimento desordenado no número de casos pode prolongar toda essa situação por mais tempo ainda ou trazer de volta medidas mais rígidas de distanciamento social.

Na Europa, por exemplo, o grande aumento de contaminações levou o governo alemão a adotar um novo lockdown. Assim, a Alemanha, maior economia do continente, anunciou um severo bloqueio de deslocamento durante as festas de fim de ano, de 16 de dezembro a 10 de janeiro.

É preciso ficar atento aos sinais de que algo não vai bem na saúde mental
A saúde mental foi muito afetada por causa das medidas de isolamento e incertezas trazidas pela pandemia

Assim como a Covid-19 ou qualquer outra doença, é importante que o cuidado com a saúde mental comece pela precaução, antes de qualquer tratamento clínico. 

E buscar recursos para elevar nosso bem-estar emocional deve ser encarado com a mesma naturalidade que temos em relação a outros cuidados com nosso corpo, como escovar os dentes ou lavar os cabelos.

Além disso, o autoconhecimento é essencial para reconhecer sinais e sintomas de possíveis problemas de forma precoce, evitando desdobramentos mais sérios. 

A boa notícia é que há algumas ações simples que podem ajudar na manutenção do equilíbrio emocional. Confira!

Pratique atividades físicas

A prática de atividades físicas é fundamental tanto para a saúde do corpo quanto da mente. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os adultos saudáveis devem fazer, no mínimo, 150 minutos de atividade física semanalmente. Para crianças e adolescentes, a recomendação é de 300 minutos de atividade física por semana. 

As atividades físicas ajudam na manutenção da saúde mental e devem ser praticadas até em casa
As atividades físicas ajudam na manutenção da saúde mental

Esse tempo corresponde ao total acumulado. Assim, você pode se programar para fazer as atividades físicas de acordo com a sua rotina. Também é interessante determinar um horário fixo para você se exercitar. Isso ajuda a criar o hábito e facilita o acompanhamento do seu progresso.

Reavalie o uso de redes sociais

As redes sociais já fazem parte da nossa rotina. Mas o excesso de horas dedicadas a esse tipo de atividade tem impacto direto na nossa saúde mental. 

O estudo #StatusOfMind, publicado pela Royal Society of Public Health, do Reino Unido, analisou o impacto das redes sociais na saúde mental e no bem-estar de jovens entre 16 e 24 anos. Além de terem sido apontadas como mais viciantes que as bebidas alcóolicas e o fumo, as mídias sociais foram associadas ao aumento das taxas de ansiedade, insônia e depressão. 

O uso excessivo das redes sociais tem impactos negativos na saúde mental
O excesso de uso das redes sociais, aliada à pandemia, pode provocar efeitos negativos à saúde mental

Com o isolamento social e todas as restrições impostas pela pandemia, é importante filtrar o que estamos “consumindo” nas redes sociais, evitando conteúdos que despertem emoções como angústia, tristeza, revolta ou ansiedade. 

Considere dedicar mais tempo a atividades offline como, por exemplo, ler um livro.

Conecte-se ao que realmente importa

Como falamos acima, se desconectar das redes sociais pode ser uma boa. Aproveite para se “conectar” com o que realmente importa para você. Lembra aquele hobby que você tinha e deixou de lado com o tempo? Tente retomá-lo. 

Se dedicar a determinadas atividades ajuda a equilibrar as emoções e a manter a saúde mental
Se dedicar a algum hobby é uma prática recomendada para elevar o bem-estar

Sabe aquele amigo ou parente que você não fala há tempos? Que tal fazer contato agora? Ligue, mande mensagem, marque uma reunião virtual, resgate esses laços. O isolamento social não precisa representar distanciamento total. Nesse ponto, o uso da tecnologia pode ter efeitos positivos. 

Invista em atividades de rotina

Em tempos de incerteza, as rotinas podem ajudar na manutenção do bem-estar. Assim, respeite os horários para comer, dormir, acordar… 

Ficar de pijama o dia todo? Nada disso. Deixe para usá-lo apenas à noite e use roupas que você usaria normalmente no dia a dia. 

Durante a pandemia, é importante estabelecer uma rotina e seguir horários para determinadas atividades como comer, dormir e acordar.
Fique atento para estabelecer a rotina e respeitar os horários das refeições

E se estiver trabalhando de casa, tenha atenção redobrada, já que pode ser um desafio cumprir a jornada sem extrapolar o horário ou ficar sobrecarregado com as atividades profissionais e domésticas. 

Além disso, uma pesquisa  feita pelo Talenses Group em parceria com a Fundação Dom Cabral indica que 51% das pessoas que estão em home-office tiveram aumento de tarefas durante a quarentena.  

Assim, é importante se cuidar para “trabalhar de casa” e não “morar no trabalho”. 😉

Faça atividades de relaxamento 

Uma ótima maneira de reduzir o estresse e seus efeitos é através da meditação. Isso ocorre porque a técnica ajuda a diminuir os níveis de cortisol.

Já há, inclusive, vários estudos que comprovam os benefícios da meditação. Um deles foi feito por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, descobriram que meditar diminui muito a sensação de desespero diante de situações difíceis.

A meditação ajuda a diminuir os níveis de cortisol e, consequentemente, baixar o estresse.
Estudos comprovam que a meditação é uma atividade benéfica e eficaz para diminuir o estresse

Na internet, há muitas alternativas disponíveis para quem quer começar neste tipo de atividade. Uma ótima opção é o aplicativo da Vitalk, empresa especialista em tecnologia para a saúde e que faz parte da Rede de Hábitos Saudáveis da Sami.

A Vitalk oferece um aplicativo que ajuda na promoção do bem-estar mental através de conversas com a Viki, uma assistente virtual que auxilia no autocuidado diário. O app pode ser baixado gratuitamente nas lojas de aplicativos para Android e iOS

Se precisar, busque ajuda especializada 

Todas as dicas acima são ações úteis para minimizar o impacto negativo da pandemia na nossa saúde emocional. Mas, se você não se sentir bem, é importante buscar ajuda. 

É importante buscarmos ajuda especializada no cuidado à saúde mental.
É importante buscar suporte e ajuda especializada para cuidar da saúde emocional

Conte com sua rede de apoio e procure também ajuda especializada. Se você for membro da Sami, converse sobre isso com seu Time de Saúde. Se não tiver um plano de saúde ou não puder pagar pelo serviço, não tem problema. Há muitos grupos de voluntários que oferecem apoio psicológico sem custo.

* As dicas acima foram inspiradas nesse post publicado no blog da Vitalk

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