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Endometriose: quais são os sintomas e como conviver com a doença?

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Antes de começarmos, já salva essa informação: cólica não é normal! Quando há dores durante o período menstrual, principalmente se forem intensas, é sinal de que tem algo de errado com alguma parte do sistema reprodutor feminino. E entre as condições que podem causar esse sintoma está a endometriose. 

Se você é uma pessoa antenada nas notícias e nas redes sociais, provavelmente ouviu falar dessa doença em 2022, já que foi nesse período que a cantora Anitta foi diagnosticada com endometriose. Além da artista pop, estima-se que essa condição afeta cerca de 180 milhões de mulheres no mundo todo, e mais de 7 milhões apenas no Brasil. 

Ainda que o número de pessoas com endometriose seja alto e o assunto tenha ganhado força na mídia, o diagnóstico costuma ser tardio. Infelizmente, muitas pessoas podem viver anos sentindo os sintomas característicos da doença sem nem saber que a possui, o que prejudica muito a qualidade de vida.

E o caminho para revertermos essa situação é através da informação – e a Sami te ajuda com isso. Confira o conteúdo a seguir e entenda como funciona essa doença, quais são os sinais de alerta, como tratar a endometriose e outras dúvidas frequentes sobre assunto:

  1. O que é endometriose?
  2. Endometriose profunda
  3. O que causa endometriose?
  4. Sintomas de endometriose
  5. Quais partes do corpo a endometriose afeta?
  6. Como funciona o diagnóstico de endometriose?
  7. Quem tem endometriose pode engravidar?
  8. Endometriose tem cura?
  9. Tratamento para endometriose

O que é endometriose?

Para entender a endometriose é preciso, primeiro, conhecer o endométrio. Esse tecido reveste a camada interna do útero e muda de espessura durante o ciclo menstrual, sendo responsável por acomodar o óvulo para que ele possa ser fecundado pelo espermatozóide e resultar em uma gravidez.

Porém, se o óvulo não for fecundado, esse tecido é eliminado (daí que vem a menstruação), e uma nova camada começa a se formar. A endometriose surge quando dá algo de errado nesse ciclo de eliminação das células do endométrio, e, ao invés de serem expelidas, elas voltam para o organismo e se instalam em outros órgãos, geralmente os que estão na pelve e no abdômen – em alguns casos, podem chegar até os pulmões e o cérebro.

E então começa um processo de inflamação, multiplicação e disseminação dessas células, especialmente durante o ciclo menstrual, formando focos de endometriose por todo o corpo.

Endometriose profunda

A endometriose profunda é o estágio mais avançado da doença, quando os focos estão tão densos e extensos que se infiltram na parede de algum órgão por mais de cinco milímetros. Para se ter uma ideia, no início da doença, essa infiltração é entre um a dois milímetros – é muita diferença, né?

E o resultado dessa evolução do quadro são dores ainda mais intensas e a necessidade de intervenção cirúrgica imediata. Dependendo da região acometida, como o intestino, por exemplo, pode ser preciso retirar uma parte do órgão.

O que causa endometriose?

Ainda não existe uma explicação específica para o surgimento da endometriose, porém, especula-se que seja algo multifatorial. Na maioria das vezes, a doença costuma ser genética (isto é, passada de mãe para filha), causada por algum déficit no sistema imunológico, menstruação retrógrada e crescimento de células embrionárias.

Algumas cirurgias, principalmente a cesariana, podem mexer com as células do endométrio, fazendo com que elas se prendam às incisões cirúrgicas. Independentemente da causa, o importante é ter atenção aos sinais de endometriose e procurar o tratamento adequado o quanto antes.

Sintomas de endometriose

A endometriose costuma se manifestar através dos seguintes sintomas:

  • Cólicas intensas, que prejudicando a realização de tarefas rotineiras (como ir trabalhar, estudar ou até mesmo só ficar em pé);
  • Dores abdominais fortes;
  • Dor e sangramento ao urinar ou evacuar, principalmente durante a menstruação;
  • Sangramento menstrual intenso e irregular;
  • Dor pré-menstrual;
  • Dor durante relações sexuais;
  • Fadiga;
  • Diarreia;
  • Infertilidade ou dificuldade para engravidar.

Quem tem endometriose está o tempo todo lutando contra uma inflamação. Por isso, além desses sintomas que aparecem especialmente durante a menstruação e/ou ovulação, a paciente pode apresentar muito cansaço no dia a dia, dificuldade para realizar tarefas que exigem um pouco mais de esforço físico e irritabilidade. 

Esses sinais podem passar despercebidos se a pessoa tiver uma rotina estressante, ou até mesmo serem invalidados e taxados de “preguiça” ou “falta de vontade”. E em momentos como esse, a saúde mental da portadora de endometriose pode ficar ainda mais desestabilizada. 

Quais partes do corpo a endometriose afeta?

A endometriose costuma atingir, inicialmente, a região pélvica e abdominal, sendo mais comum em órgãos como ovários, peritônio, tubas uterinas, bexiga e intestino. Contudo, se os focos chegarem até o sistema linfático ou à corrente sanguínea, eles podem viajar pelo organismo e atingir lugares mais distantes, como os pulmões, o coração e até o cérebro.

Esse segundo caso é mais grave, porém, menos frequente; e pode ser evitado se a doença for diagnosticada ainda nos estágios iniciais. 

Como funciona o diagnóstico de endometriose?

Ter um acompanhamento regular com seu time de saúde caso sinta algum sintoma diferente durante o ciclo menstrual é o diferencial para diagnosticar e tratar a endometriose ainda no começo. Por isso, vale reforçar: cólica não é normal!

Para investigar por onde anda a endometriose, bem como diagnosticar essa doença, pode ser indicada a realização de alguns exames de imagem. Mas, cada caso é um caso, e o profissional vai conduzir da forma apropriada à sua condição.

Quem tem endometriose pode engravidar?

Em resumo: sim, mas pode encontrar algumas dificuldades durante o processo. Isso porque, segundo o Ministério da Saúde, a infertilidade atinge cerca de 40% das mulheres com endometriose. Muitas, inclusive, descobrem a doença ao investigar o que pode estar atrapalhando o seu sonho de engravidar. 

Mas isso não deve ser um estigma! Apesar da incidência ser alta, precisamos dissociar que a endometriose é sinônimo de infertilidade. Essa condição também causa muitos outros problemas à saúde da mulher, mas há diversas formas de tratá-los e controlar a evolução da doença – e isso não é diferente quando o assunto é a infertilidade.

Endometriose tem cura?

Percebeu que no tópico anterior falamos em “controlar” ao invés de “curar” a doença? Pois é… Isso porque a endometriose é considerada uma doença crônica, e ainda não há uma cura definitiva para ela. Afinal, enquanto a pessoa menstruar, os focos irão se proliferar. 

E mesmo com o fim da menstruação, seja com a chegada da menopausa ou com a retirada do útero, ainda tem chances de a doença existir – principalmente se ficou algum foco de endometriose para trás, que é alimentado pelos hormônios femininos (mesmo que em baixa quantidade).

Mas calma! Com o tratamento adequado e multidisciplinar, é possível diminuir os focos e prevenir que surjam novos, ou até mesmo eliminá-los e evitar que eles reapareçam. 

Tratamento para endometriose

Os focos só param de crescer se a pessoa parar de menstruar. Então, o tratamento para endometriose consiste em bloquear a menstruação e “secar” os focos da doença. Isso pode ser feito com métodos contraceptivos que suspendem a menstruação, como pílulas anticoncepcionais e o DIU, e o uso de hormônios.

Em casos mais avançados, pode ser preciso realizar cirurgia para remover os focos ou até mesmo o útero da paciente.

Aqui, mais do que nunca, a tríade alimentação saudável, atividade física e cuidado com a saúde mental deve fazer parte da rotina. Essas atitudes são essenciais para conter o processo inflamatório do organismo e garantir qualidade de vida para a paciente com endometriose.

No quesito comida, procure ter uma alimentação anti-inflamatória, rica em alimentos como peixes, abacate, azeite, frutas cítricas e vermelhas, vegetais e temperos como o açafrão. Tente evitar consumir produtos industrializados ou com alto teor de gordura, pois eles podem potencializar a inflamação do organismo.

Praticar exercícios físicos também é um ótimo mecanismo para reduzir a inflamação. Mas lembre-se de consultar um profissional da saúde antes de montar a sua rotina de treinos. Quem tem endometriose, dependendo do grau, pode ter algumas limitações físicas, principalmente na hora de fazer musculação.

E cuidar da saúde mental ajuda a evitar situações de estresse (que são extremamente inflamatórias para o organismo) e a aprender formas de lidar com a doença. Afinal, receber o diagnóstico de uma condição sem cura e que causa tanto sofrimento físico não é nada fácil. E para continuar com motivação e vontade de aproveitar a vida ao máximo, é preciso olhar com carinho para as próprias emoções e respeitar os seus limites.

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