Com a chegada da estação mais fria do ano, você costuma ficar com nariz escorrendo sem parar, tosse chata e persistente, ou secreção de cor amarelada? Se sim, há grandes chances de ter alguma das “ites” do inverno – bronquite, sinusite e rinite. O termo “ite” é usado para indicar uma inflamação. No caso dessas doenças, nos brônquios, nos seios da face e na mucosa nasal, respectivamente.
As três acabam sendo mais frequentes no inverno devido às mudanças bruscas de temperatura e a baixa umidade do ar, que favorece a disseminação dos agentes causadores do processo inflamatório. Para entender melhor como elas afetam o organismo e o que fazer para preveni-las, confira os tópicos abaixo:
- O que é bronquite?
- O que é sinusite?
- O que é rinite?
- Como diferenciar as três?
- Como prevenir crises de bronquite, sinusite e rinite no inverno?
O que é bronquite?
A bronquite é uma inflamação dos brônquios, as vias aéreas dos pulmões. As paredes dessas estruturas, responsáveis por levar o ar para o pulmão, produzem muco naturalmente, a fim de reter partículas que poderiam causar irritação no órgão. O problema é que, quando ocorre essa inflamação, a produção do muco aumenta e o corpo precisa expelí-lo de alguma forma – e isso ocorre, geralmente, através da tosse. O processo inflamatório também pode dificultar a respiração.
Existem dois tipos de bronquite: a aguda e a crônica. A bronquite aguda é a mais comum, causada, principalmente, por infecções virais, como gripe e resfriados – por isso, é mais frequente no inverno. Além disso, a inflamação é temporária, com duração média de uma semana a 10 dias; mas a tosse pode persistir por mais tempo.
Já a bronquite crônica é caracterizada por um processo inflamatório constante, com duração de meses ou até anos. Ela pode ser causada por agentes alérgicos ou, de acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, dos Estados Unidos, por refluxo gástrico ou tabagismo – fumo direto ou passivo. Esse tipo de bronquite também pode ser um reflexo da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) .
Quais são os sintomas de bronquite?
Os sintomas principais, tanto da bronquite aguda quanto da crônica, são:
- Tosse com muco;
- Falta de ar;
- Chiado e desconforto no peito;
- Febre baixa;
- Cansaço.
A tosse costuma ser o sintoma mais duradouro, permanecendo por até três semanas. A bronquite crônica ainda pode causar inchaço nos pés, tornozelos e pernas, além de deixar a pessoa mais suscetível a contrair infecções respiratórias.
Como tratar bronquite?
O tratamento consiste em aliviar os sintomas. Para a bronquite aguda, o uso de anti-inflamatórios, a ingestão de água e a umidificação do ar – para melhorar a respiração – já são suficientes. Se a causa for alguma infecção bacteriana, há chances do médico prescrever antibióticos.
Quanto à bronquite crônica, pode ser necessário o uso de medicamentos que ajudam a abrir as vias aéreas e eliminar o muco, como os broncodilatadores e os esteróides. Eles entram em contato com o organismo através da inalação ou por comprimidos. Em alguns casos, também há indicação de oxigenoterapia, para melhorar a respiração.
Se a pessoa for fumante, o ideal é parar com o uso de cigarros imediatamente. E não se esqueça: sempre consulte um médico antes de iniciar qualquer tratamento medicamentoso.
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O que é sinusite?
A sinusite é uma inflamação que acomete as mucosas dos seios da face, ou seja, ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos. Ela é causada por vírus, bactérias, alergias ou alterações anatômicas na região, como o crescimento dos pólipos nasais (popularmente conhecidos como carne esponjosa).
Essas condições provocam um acúmulo de secreção e favorecem a instalação e proliferação de germes – dando início ao processo inflamatório. De acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, dos Estados Unidos, o sistema imunológico enfraquecido e o tabagismo também podem contribuir para o surgimento da sinusite.
Há dois tipos de sinusite: a aguda e a crônica. A principal diferença entre elas está na duração dos sintomas. Enquanto na aguda eles costumam passar em dias ou, no máximo, após quatro semanas; na crônica eles persistem por mais de 12 semanas consecutivas – podendo surgir quatro vezes ou mais ao longo do ano.
Quais são os sintomas de sinusite?
Os sintomas da sinusite aguda e crônica são os mesmos, e incluem:
- Coriza;
- Obstrução nasal com secreção amarela ou esverdeada;
- Dor forte ou pressão no rosto;
- Dor de cabeça;
- Dor de garganta;
- Febre;
- Tosse;
- Redução ou perda do olfato;
- Perda de apetite;
- Mau hálito.
A tosse costuma piorar durante a noite. Isso porque, ao deitar, a secreção acaba escorrendo para a parte posterior dos seios da face, o que pode irritar as vias aéreas. Se a febre durar mais de 2 dias, as dores de cabeça e facial ficarem intensas ou os sintomas, de modo geral, piorarem depois de melhorar, é importante consultar um médico.
Como tratar sinusite?
Existem algumas atitudes caseiras que ajudam a aliviar os sintomas, como colocar compressa de água quente em cima do rosto, principalmente do nariz e da testa, para aliviar a pressão facial, ou respirar o vapor da água quente, em uma tigela ou do chuveiro, para reduzir a congestão nasal.
Além dessas ações, é possível amenizar os sintomas com uso de soluções fisiológicas (para lavagem nasal), corticosteróides e, em último caso, antibióticos – sob prescrição médica. Se a causa da sinusite for alterações anatômicas, o tratamento também pode envolver cirurgia de remoção da carne esponjosa.
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O que é rinite?
A rinite é uma inflamação ou irritação da mucosa nasal. Existem dois tipos principais de rinite: a de curta duração (aguda) e a de longa duração. A última opção, por sua vez, costuma possuir quatro subtipos:
- Rinite infecciosa – faz parte da síndrome do resfriado comum e é causada por vírus ou bactérias, que provocam infecção do trato respiratório.
- Rinite alérgica – surge a partir de uma reação imunológica do organismo à exposição de fatores alérgenos (como poeira, ácaros, pelos de animais, restos de insetos, fungos, etc.) transportados pelo ar ou mudanças de temperatura e umidade.
- Rinite crônica – forma mais grave da rinite alérgica, com crises alérgicas intensas e que duram meses consecutivos.
- Rinite não alérgica – apesar de ter sintomas parecidos com o da rinite alérgica, esse subtipo não envolve o sistema imunológico na reação.
De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, se você tem rinite alérgica, provavelmente já nasceu predisposto a se sensibilizar com determinado fator alérgeno. Isso porque, ainda segundo a associação, filhos de pais alérgicos têm 50% de chance de também apresentarem o quadro.
Mas a genética não é a única responsável por deixar as pessoas mais suscetíveis à rinite. Alterações anatômicas (como desvio de septo), tabagismo, mudanças bruscas de temperatura, exposição a mofo ou poluentes e histórico de outras doenças alérgicas também são fatores de risco.
Quais são os sintomas de rinite?
Os principais sintomas de rinite são:
- Obstrução nasal;
- Coriza excessiva;
- Espirros constantes;
- Coceira nasal.
A rinite alérgica ainda pode causar coceira nos olhos. Já a rinite infecciosa pode ser acompanhada por febre e mal-estar. De modo geral, os sintomas da rinite aguda podem durar de 7 a 10 dias. Já na rinite de longa duração, eles continuam por mais de 3 meses.
Como tratar rinite?
O tratamento da rinite também é focado nos sintomas. De acordo com o Ministério da Saúde, é possível tratar com anti-histamínico oral ou corticosteróide nasal. Lavagem nasal com soro fisiológico também é benéfica. Mas, para que os medicamentos tenham efeito, no caso da rinite alérgica, é importante identificar o fator desencadeador da alergia e removê-lo do ambiente.
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Como diferenciar as três “ites”?
As três causam inflamação em alguma parte do sistema respiratório e podem ser desencadeadas por vírus, bactérias ou alergias. Então, como identificar quando é bronquite, sinusite ou rinite? Pode até parecer complicado, mas não é. O segredo é ficar atento aos sinais e as partes do corpo mais afetadas.
Se os sintomas mais fortes forem a tosse com muco e o peito com chiado, há grandes chances de ser bronquite. Já se o incômodo maior for a pressão no rosto e a secreção amarelada ou esverdeada, pode ser sinusite. Agora, se espirros incessantes e coriza excessiva começarem repentinamente, é sinal de rinite.
É preciso, porém, ficar atento à combinação desses sintomas, pois as três doenças podem se manifestar simultaneamente.
Como prevenir crises de bronquite, sinusite e rinite no inverno?
Por terem causas parecidas, as formas de prevenção das doenças também são bastante similares. A primeira é proteger o organismo dos agentes causadores. No caso dos vírus e bactérias, higienizar as mãos frequentemente e evitar ambientes lotados já reduz as chances de contraí-los.
Quando a causa for alérgica, é importante manter os ambientes limpos (livres de poeiras, pelos de animais, ácaros ou restos de descamação de pele e de insetos) e evitar mudanças bruscas de temperatura e umidade do ar.
Evitar o uso constante de ar condicionado também é essencial. Afinal, pode ressecar as mucosas, atrapalhar a drenagem de secreção e ainda disseminar agentes infecciosos com maior facilidade.
A amamentação também tem um papel importante na prevenção, especialmente de doenças alérgicas. Um estudo publicado na Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar observou que o leite materno ajuda a proteger as crianças da rinite alérgica até os 5 anos de idade.
E, claro, não pode faltar o fortalecimento do sistema imunológico, que ajuda tanto na prevenção quanto na recuperação mais rápida dos sintomas. A receita para ter um sistema imune forte e saudável é combinar alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e cuidados com a saúde mental.