O câncer de mama é um tumor maligno que, como o próprio nome indica, afeta os tecidos mamários. Esse tipo de câncer é o mais frequente entre as mulheres brasileiras, ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma. Estima-se que, por ano, ocorram mais de 66 mil novos casos de câncer de mama no país, e mais de 18 mil mortes.
A incidência é alta, e os prejuízos que a doença pode trazer para a saúde são diversos – principalmente quando chega a estágios mais avançados. Por isso, é fundamental existir um mês de conscientização como o Outubro Rosa , para fomentar cada vez mais o debate sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
E essa conversa é essencial para toda a população. Afinal, mesmo que a maioria dos casos seja entre o público feminino, o câncer de mama também pode afetar os homens. Apesar da baixa incidência – apenas 1% dos casos –, os sintomas, fatores de risco e tratamento são os mesmos para ambos os sexos.
Se você quer saber como identificar o câncer de mama ainda no começo – aumentando as chances de cura – e o que fazer para evitar que o tumor se desenvolva, confira os tópicos a seguir:
- Sintomas de câncer de mama
- Causas do câncer de mama
- Tipos de câncer de mama
- Qual é o tipo de câncer de mama mais grave?
- Tratamento para câncer de mama
- Como prevenir o câncer de mama?
- Autoexame de câncer de mama
- Outubro Rosa
Sintomas de câncer de mama
Em estágios iniciais e quando o tumor ainda não se espalhou para outros órgãos, os sintomas de câncer de mama são locais – podendo se estender para as axilas, já que a região é composta por linfonodos que podem “filtrar” as células cancerígenas e acabar retendo-as. Por isso, a doença costuma provocar:
- Pele da mama enrugada, similar a uma casca de laranja;
- Pele da mama com vermelhidão e/ou irritação;
- Inchaço em toda ou em parte de uma mama;
- Nódulo endurecido, fixo e indolor na mama (diferente de um nódulo benigno, que pode se movimentar e, às vezes, causar dor);
- Nódulo na axila;
- Mamilo invertido (com retração);
- Mamilo com secreção sanguinolenta ou serosa.
A dor na mama ou no mamilo também pode indicar câncer de mama, mas isso é mais comum em estágios avançados da doença. Isso porque, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, em 90% dos casos o câncer de mama não causa dor. Com o avançar da doença, ainda podem surgir feridas na mama.
Agora, se o quadro evoluir para um câncer de mama metastático, isso é, quando o tumor se espalha para outros órgãos, podem surgir sintomas como: dor nos ossos, pele e olhos amarelados, dor abdominal, perda de apetite, falta de ar, fadiga, dor no peito, problemas de visão, náusea e vômito. Essas manifestações irão depender da região atingida, já que essas metástases costumam chegar até os ossos, fígado, pulmão ou cérebro.
Causas do câncer de mama
O câncer de mama surge a partir de mutações nas células presentes na mama, que ganham características irregulares e começam a se multiplicar. Não se sabe, no entanto, o que especificamente causa essa alteração nas células, mas já foram mapeados alguns fatores que favorecem essa modificação, como:
- Predisposição genética, incluindo histórico familiar de câncer de mama ou câncer de ovário;
- Idade, considerando que o câncer de mama é mais comum a partir dos 50 anos, como indica o Instituto Nacional de Câncer (INCA);
- Menstruação precoce, com menos de 12 anos;
- Menopausa tardia, após os 55 anos;
- Reposição hormonal, indicada, na maioria das vezes, para amenizar os efeitos pós-menopausa;
- Métodos contraceptivos hormonais, como anticoncepcional, injeção hormonal e DIU hormonal;
- Bebidas alcoólicas, de três a seis porções por semana;
- Tabagismo;
- Colesterol alto;
- Obesidade;
- Ausência de gravidez, que, consequentemente, leva a ausência de amamentação
- Gravide tardia: após os 35 anos;
- Tumor de mama anterior, quando ocorre a recidiva do câncer.
“No caso do álcool, há um aumento na circulação de estrogênio e andrógenos, aumento da sensibilidade do tecido glandular mamário a alterações cancerígenas”, explica Karina de Paula Bastos Santos, médica de Família e Comunidade na Sami.
A produção excessiva de estrogênio está diretamente ligada ao câncer de mama, pois foi observada em diversos fatores de risco, como a menstruação precoce, a menopausa tardia, os métodos contraceptivos e até a obesidade e o colesterol alto.
Tipos de câncer de mama
Existem dois tipos principais de câncer de mama: os in situ (quando o tumor ainda não se espalhou para outras partes do corpo) e os invasivos (com metástases). Dentro desses dois grupos, existem seis subtipos:
- Carcinoma ductal in situ
- Carcinoma lobular in situ
- Carcinoma ductal invasivo
- Carcinoma lobular invasivo
- Câncer de mama inflamatório
- Câncer de mama triplo-negativo
Os ductal atingem os ductos da mama, canais que conduzem o leite durante a amamentação. Já os lobular são situados nos lóbulos da mama. Existem ainda tipos mais raros de câncer de mama, como a doença de Paget, o angiossarcoma e o tumor filoide.
Qual é o tipo de câncer de mama mais grave?
O mais agressivo é o câncer de mama triplo-negativo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Ele faz parte do grupo metastático, ou seja, que se espalha para outros órgãos. O principal fator de risco para esse tipo de câncer de mama é o histórico familiar, pois ele possui forte vínculo com alterações genéticas do BRCA1, e é mais frequente em mulheres com menos de 40 anos de idade.
O câncer de mama triplo-negativo é um dos mais graves devido ao crescimento e à disseminação acelerada, além de ter opções limitadas de tratamento e mais chances de voltar após sua remissão. Contudo, ele é considerado um subtipo relativamente raro.
Tratamento para câncer de mama
O tratamento para câncer de mama pode ser dividido em local e sistemático. No local, há cirurgia de remoção do tumor – tanto das mamas quanto das axilas, dependendo do caso -, mastectomia (retirada de toda a mama), radioterapia e reconstrução mamária. Já o sistemático envolve quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica. O tratamento utilizado irá depender do tipo e do grau do câncer de mama.
Como prevenir o câncer de mama?
Manter uma vida saudável ajuda a prevenir o câncer de mama, com prática regular de atividade física, cuidados com a saúde mental, redução do consumo de álcool e controle do peso. “Assim como uma dieta equilibrada, rica em fibras, vegetais e frutas, que tem se mostrado protetora em relação ao câncer de mama”, conta a médica de Família e Comunidade na Sami.
Essas ações são essenciais para prevenir os fatores de risco evitáveis, como a obesidade e o colesterol alto. Entretanto, existem ainda os fatores imutáveis, como a idade, menstruação precoce e menopausa tardia.
Por isso, além de manter hábitos saudáveis, é essencial fazer acompanhamento médico regular e realizar exames de imagem, especificamente a mamografia, a cada dois anos, a partir dos 50 anos – se houver histórico familiar, o intervalo reduz para 1 ano e a idade deve ser 10 anos a menos da idade da pessoa que foi o caso mais precoce da família.
Autoexame de câncer de mama
Quando o assunto é câncer de mama, muito se fala sobre o autoexame, que consiste em apalpar os seios em movimento circulares para identificar possíveis alterações na região. Essa é, de fato, uma prática que ajuda a reconhecer sintomas característicos do tumor, especialmente o nódulo.
Porém, o autoexame sozinho não é suficiente para prevenir o câncer de mama e reduzir a taxa de mortalidade. Afinal, se há presença de nódulo, é sinal de que o tumor está avançando. Por isso, além do autoexame, que também auxilia na detecção de alterações benignas, é preciso fazer os rastreios indicados pelo seu Time de Saúde.
Outubro Rosa
Agora que você já percebeu a gravidade do câncer de mama, provavelmente entendeu o porquê é tão importante existir um mês colorido dedicado a essa condição: o Outubro Rosa. Reforçar anualmente como a prevenção e a detecção precoce do tumor são essenciais para um tratamento com final feliz ajuda a salvar vidas.
“O importante é ajudar a mulher a olhar para si, desenvolver práticas preventivas e de autocuidado. Não focar apenas na questão de mamografia e outros exames ginecológicos, mas sim no cuidado que ela deve ter consigo mesma”, reforça Karina de Paula Bastos Santos, médica de Família e Comunidade na Sami.