Que tal pegar sua caderneta de vacinação e dar uma olhada se as suas vacinas estão em dia? Muitos adultos negligenciam a importância da vacinação, seja pela vida corrida ou por falta de informação.
Muitas campanhas de vacinação são voltadas para crianças e idosos, afinal, entende-se que eles estão mais suscetíveis a problemas de saúde. No entanto, adultos também precisam estar em dia com as campanhas de vacinação.
Em uma pesquisa realizada antes da pandemia do coronavírus, pelo Instituto Ipsos Mori, 69% dos adultos brasileiros estavam com o esquema vacinal incompleto. Com o agravamento da pandemia da Covid-19, é provável que um número significativo de pessoas tenha passado a dar maior importância à imunização.
Ainda assim, não chegamos no modelo ideal. Para se ter uma ideia, a campanha de vacinação da gripe, que teve início em abril deste ano, vacinou apenas 43,3 milhões de brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde.
Vale lembrar que a vacina está disponível para toda a população brasileira, mas teve maior aderência em idosos, crianças e profissionais da saúde. Para driblar o problema, o Ministério da Saúde recomendou que estados e municípios estendessem o período enquanto tiverem doses disponíveis.
- Qual a importância da vacinação em adultos?
- A importância do esquema vacinal para empresas
- Quais vacinas o adulto deve tomar?
Qual a importância da vacinação em adultos?
Em todas as fases da vida estamos suscetíveis a infecções por vírus e bactérias que, quando não tratadas, podem causar muitos problemas para a saúde. Além disso, algumas doenças crônicas que passam a aparecer em adultos, como asma e sinusite, são fortes indicativos de que a atualização vacinal é necessária.
Temos o costume de acreditar que apenas idosos e crianças correm mais riscos com epidemias, mas não é bem assim. Adultos também podem sofrer (e muito) com a falta de vacinação e podem prejudicar, ainda, aqueles que estão com a vacina em dia. Vamos entender melhor?
A vacinação vai muito além da proteção individual, ela existe porque também evita a propagação de vírus e bactérias em massa, que podem levar à morte ou sequelas de pessoas com a imunidade comprometida, como idosos, crianças e adultos com doenças crônicas.
Em alguns casos, precisamos estar atentos, inclusive, com vacinas que possuem duas ou mais doses para completar o esquema vacinal. Estar protegido é fundamental para a sua qualidade de vida e cuidado com a sociedade.
O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) têm observado a queda da cobertura vacinal esperada e uma resistência de aderência às campanhas de vacinação, como aconteceu recentemente contra o sarampo.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) alertou no início de 2023 sobre a possibilidade de surtos de sarampo devido à redução da cobertura vacinal. Vale lembrar que a doença foi completamente controlada e erradicada, em 2016, devido ao esquema vacinal e voltou a ter risco de epidemia.
Essa queda da cobertura vacinal é um grande retrocesso para os brasileiros, visto que o nosso país é reconhecido internacionalmente por conseguir erradicar doenças como poliomielite, rubéola e sarampo.
A importância do esquema vacinal para empresas
Como vimos, as vacinas são importantes para garantir a saúde e qualidade de vida. Portanto, empresas precisam incentivar seus colaboradores a estarem com o esquema vacinal em dia.
Isso porque é fundamental para a produtividade que seus colaboradores estejam bem e saudáveis. Além disso, com a aplicação de vacinas, é possível prevenir doenças comuns em ambientes fechados, como gripes, resfriados e outras infecções.
Sem contar que a vacinação também ajuda a controlar surtos e epidemias, protegendo não só os colaboradores, mas também suas famílias.
Para diminuir prejuízos e o absenteísmo em empresas, é fundamental facilitar a vacinação dos colaboradores e incentivá-los a permanecer com o esquema vacinal em dia. Que tal dar um day-off para o colaborador se vacinar? Demonstrar cuidado e comprometimento com a saúde de seus empregados é uma ótima maneira de motivá-los.
Também é possível disponibilizar doses necessárias e promover campanhas de conscientização sobre a importância da vacinação.
Agora que entendemos sua importância para a proteção da saúde e bem-estar e para a prevenção de doenças, quais vacinas devemos tomar quando adultos?
Quais vacinas o adulto deve tomar?
Ainda na infância, nossa carteira de vacinação fica repleta de carimbos. Isso porque é logo na saída da maternidade que começa a busca pelo esquema vacinal. Devido a isso, muitos acham que a vacinação feita quando criança é suficiente para garantir a proteção durante toda a fase adulta.
No entanto, nem todas as vacinas aplicadas quando crianças continuam protegendo em outras fases da vida. E é aí que entram as doses de reforço. Sem contar que algumas vacinas são criadas para lidar com novos vírus e doenças, como aconteceu com a Covid-19.
Para se ter uma ideia da quantidade de vacinas que tomamos durante a primeira fase da vida, no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), disponibiliza em seu calendário 19 tipos de vacinas que atendem crianças, adolescentes, gestantes, trabalhadores, pessoas com mais de 60 anos, idosos e outros.
De acordo com o Ministério da Saúde, a partir dos 20 anos, é necessário se vacinar pelo menos contra sarampo, caxumba, rubéola, hepatite B, febre amarela, difteria e tétano. Para todas essas doenças, existem quatro tipos de vacinas disponíveis gratuitamente pelo SUS para toda a população brasileira, são elas:
Hepatite B
A hepatite B é transmitida pelo sangue ou relação sexual e pode não apresentar sintomas. É possível que alguns pacientes se curem naturalmente da doença sem ao menos saber que a teve. No entanto, em outros casos, a doença pode se tornar crônica e levar a lesões no fígado, podendo chegar a desenvolver câncer na região.
Até os 24 anos, qualquer pessoa pode tomar a vacina contra a hepatite B gratuitamente. Ela acontece em três doses para quem nunca tomou durante a infância ou nunca teve a doença. Para adultos que estão no grupo de risco, como profissionais que tenham contato com sangue ou que tenham relação íntima com portadores da doença, não há restrição de idade.
A vacina da tríplice viral protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. Com dose única, ela não é indicada para gestantes e pessoas com a imunidade comprometida. Isso porque a rubéola é uma doença que pode prejudicar o feto. Para mulheres que desejam engravidar, é ideal conferir se a vacina da tríplice viral já foi aplicada.
Com transmissão por via respiratória, a caxumba, o sarampo e a rubéola são causados por um vírus que podem apresentar problemas graves. A caxumba, por exemplo, pode causar meningite, encefalite, surdez e inflamação nos testículos ou ovários.
Dupla adulto (DT)
Para proteção contra difteria e tétano, a vacina dupla é fundamental em adultos. A primeira parte da vacinação acontece em três doses com intervalo de dois meses. Geralmente, essas três doses são tomadas na infância. No entanto, o reforço deve ser feito a cada dez anos para que a imunização seja eficaz. É a partir desse momento que muitos adultos deixam a vacina de lado e acabam estando suscetíveis às doenças.
A difteria é uma doença causada pela exposição a secreções de pessoas infectadas, sendo desencadeada pela presença de uma bactéria específica. Ela afeta o sistema respiratório e em casos graves pode evoluir para uma inflamação no coração.
Já o tétano acomete os músculos, levando a espasmos involuntários. Caso a doença não seja tratada precocemente, o risco de morte é alto. Para contrair o tétano, basta entrar em contato com objetos enferrujados por meio de lesões. Ferir o pé com prego enferrujado e uma das formas mais conhecidas de contágio.
Febre amarela
Antigamente, a vacina de febre amarela era indicada apenas para quem morava ou iria viajar para lugares onde o risco da doença era alto. No entanto, desde o aumento de casos de febre amarela no Brasil entre 2017 e 2018, o Ministério da Saúde ampliou a vacinação para todo o país.
Portanto, é bom ficar de olho, pois uma segunda dose pode ser considerada devido ao risco epidemiológico.
Influenza (gripe)
Com dose única anual, essa vacina precisa ser tomada por todos durante toda a vida. Para pessoas imunocomprometidas ou em situação de risco, uma segunda dose pode ser considerada.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) disponibilizou um documento atualizado sobre as recomendações vacinais para adultos de 20 a 59 anos. Veja aqui: calend-sbim-adulto.pdf