Você já deve ter ouvido falar sobre sintomas de intolerância à lactose. E não foi à toa. Segundo um estudo publicado na Revista Ciência & Saúde Coletiva, essa condição está presente em cerca de 65% da população mundial! É muita gente com dificuldade de digerir a lactose, o açúcar presente no leite, né?
Isso acontece devido a ausência ou deficiência da lactase, uma enzima intestinal responsável por decompor o açúcar do leite de vaca em carboidratos mais simples, com o objetivo de melhorar a sua absorção.
Segundo a Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), a intolerância à lactose atinge, em sua maioria, os adultos, mas também pode se manifestar na infância e adolescência. Para confirmar o diagnóstico, é preciso levar em conta todo o histórico do paciente e em alguns casos, realizar exames.
É importante ressaltar que a intolerância à lactose não trata-se de uma doença, mas sim de uma carência no organismo que pode ser controlada por meio de dietas e medicamentos.
A seguir, você irá entender melhor sobre como o corpo desenvolve a intolerância à lactose, quais são os tipos, principais sintomas, formas de tratamento e muito mais.
- Como surge a intolerância à lactose?
- Intolerância à lactose X Alergia ao leite
- Sintomas da intolerância à lactose
- Intolerância à lactose tem cura?
- Como saber se tenho intolerância à lactose?
- Remédio para intolerância à lactose
Como surge a intolerância à lactose?
Como dito anteriormente, a intolerância à lactose é causada pela deficiência da lactase, a enzima responsável por digerir a lactose no corpo. Quando o açúcar do leite não é absorvido corretamente pelo organismo, ele acaba se acumulando no intestino e sendo fermentado pelas bactérias presentes no órgão, o que causa desconforto.
Karina de Paula Bastos Santos, médica de Família e Comunidade na Sami, afirma que essa deficiência pode ser tanto hereditária quanto adquirida – ou seja, passada de pais para filho ou desenvolvida naturalmente pelo organismo.
Na maioria dos casos, a intolerância à lactose surge devido a redução natural da concentração de lactase. O organismo do bebê que se alimenta somente por leite, por exemplo, gera doses largas dessa enzima intestinal. Com o avanço da idade, a criança ingere outros alimentos e essa produção vai diminuindo. Entretanto, em certas pessoas, essa “queda” é brusca e o corpo não aceita a introdução de leite.
Intolerância à lactose X Alergia ao leite
Muitas pessoas acabam confundindo intolerância à lactose com alergia ao leite, principalmente por causa das reações similares que o organismo apresenta após a ingestão do alimento. Porém, como indica a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), os dois diagnósticos são diferentes.
A intolerância à lactose é a dificuldade que o organismo tem em “quebrar” a lactose. Já a alergia é uma resposta do sistema imunológico em relação a uma proteína específica presente no leite da vaca. Além das alterações intestinais, a alergia pode provocar mudanças na pele e até mesmo no sistema respiratório.
Por isso, ao observar algum sintoma incomum após consumir leites e derivados, procure um time de saúde para receber o diagnóstico e tratamento correto.
Sintomas da intolerância à lactose
Os sintomas da intolerância à lactose costumam ser leves. Porém, em casos em que essa deficiência é causada por infecções intestinais, os sinais podem ser mais graves. Segundo o Ministério da Saúde, os mais comuns são:
- Cólicas abdominais;
- Diarréia líquida;
- náuseas;
- Gases;
- Dificuldade em ganhar peso (principalmente em bebês e crianças).
Na maioria das vezes, a necessidade de defecar é urgente, surgindo de 30 minutos a 2 horas depois de consumir alimentos com lactose, como leite de vaca, queijos, manteiga, requeijão e qualquer produto que contenha leite na sua composição.
Intolerância à lactose tem cura?
Antes de tirar essa dúvida frequente, é fundamental ressaltar que existem 3 tipos de intolerância à lactose:
- Congênita: provocada pela ausência completa de lactase ao longo de toda a vida da pessoa, sendo detectada desde o nascimento.
- Primária: pode se desenvolver em qualquer idade, provocada pelo declínio da concentração de lactase no organismo, desde a primeira infância até a fase adulta.
- Secundária: ocorre em decorrência da presença de doenças ou lesões intestinais. Esse é o tipo que pode ser transitório e reversível.
Com isso, podemos definir que a “cura” dessa condição depende do tipo de intolerância. Se for congênita ou primária, não é possível reverter o quadro, sendo necessário tratar durante toda a vida. Agora, caso seja secundária, há sim chances de tratar e curar a condição.
Como saber se tenho intolerância à lactose?
A avaliação médica dos sinais acontecem, na maioria das vezes, depois do consumo de lactose. A confirmação do diagnóstico é feita em um período de três ou quatro semanas, quando os sintomas somem com uma dieta alimentar sem laticínios e depois voltam ao consumi-los.
A análise do histórico do indivíduo, o monitoramento dos sintomas e os níveis de glicose no sangue costumam ser suficientes para chegar ao diagnóstico final.
Remédio para intolerância à lactose
A orientação para tratamento e controle deste quadro clínico devem ser feitos somente por um médico, pois cada caso é um caso. Geralmente, o mais recomendado é evitar o consumo de lactose e/ou suplementar a enzima lactase. Alguns alimentos saem da rotina alimentar do pacientes, como:
- Leite de vaca, queijo e requeijão.
- Biscoitos e bolachas que contém leite em sua composição.
- Receitas com preparações à base de leite (pudim, cremes e bolo).
Portanto, a intolerância à lactose é controlada por meio de uma rotina alimentar balanceada. Além disso, vale lembrar que para um bem-estar maior, a prática de exercícios físicos aliada à mudança alimentar são importantes tanto para saúde física quanto mental de qualquer pessoa.