Com a chegada da pandemia, no começo de 2020, a maioria das empresas tiveram de adotar um novo sistema de trabalho: o home office. A adoção do modelo foi bem aceita pelos colaboradores e atualmente, com o fim do isolamento social, o trabalho híbrido tem sido bastante comum.
Se antes da Covid-19, o formato ainda era exceção, agora tanto trabalhadores como empregadores observam impactos positivos no trabalho híbrido. De acordo com um levantamento feito pela Runrun.it com 203 participantes, 75% dos trabalhadores têm preferência pelo modelo híbrido, com menos idas presenciais.
Mas será que ele veio para ficar? Está regulamentado? Além disso, quais são os efeitos do sistema híbrido na saúde?
- O que é um modelo de trabalho híbrido?
- Qual a preferência dos colaboradores?
- Quais são as vantagens do trabalho híbrido?
- Quais mudanças ocorreram depois da regulamentação do trabalho híbrido e remoto?
O que é um modelo de trabalho híbrido?
O sistema híbrido é uma mescla entre o modelo home office ou remoto e o presencial. Em dias alternados pela empresa combinado com os colaboradores, o sistema é bastante variado. É comum que sejam três dias de trabalho presencial e dois remotos.
Com a mudança, algumas empresas abriram mão do seu espaço presencial e passaram a contratar colaboradores de todas as partes do mundo. O que antes era aberto apenas à localidade, hoje a demanda se tornou muito mais abrangente.
Com o formato de trabalho híbrido, a empresa garante uma flexibilidade e liberdade do colaborador, que antes não era possível com o modelo presencial. Além disso, pode promover reuniões presenciais para não perder o contato próximo com colegas de equipe.
Há desafios, como a questão de infraestrutura. As organizações precisam garantir que os funcionários recebam equipamentos adequados para o período remoto.
Qual a preferência dos colaboradores?
Possivelmente, se você é um usuário ativo da rede social LinkedIn, já deve ter visto pesquisas de opinião sobre os modelos de trabalho: presencial, híbrido e home office. As respostas geralmente indicam uma certa preferência ao modelo totalmente home office ou híbrido.
Para se ter uma ideia, a Microsoft divulgou um relatório de Grandes Expectativas onde mostra que 50% dos líderes globais afirmam voltar ao trabalho presencial nos próximos 12 meses. Em contrapartida, 52% dos trabalhadores afirmam não querer mais um modelo 100% presencial. https://www.microsoft.com/en-us/worklab/work-trend-index/great-expectations-making-hybrid-work-work
Se formos analisar outra pesquisa, desta vez feita pela ADP Research Institute, 71% dos colaboradores com menos de 25 anos declaram que preferem trocar de empresa caso volte para o modelo totalmente presencial.
Quais são as vantagens do trabalho híbrido?
Como vimos, é quase preferência geral dos trabalhadores pelo formato híbrido. Isso acontece devido as suas vantagens, são elas:
- Maior flexibilidade: os colaboradores podem escolher onde trabalhar, sem a necessidade de percorrer longas distâncias até o trabalho.
- Mais qualidade de vida: não é mais necessário perder tempo no trânsito todos os dias.
- Maior produtividade: os colaboradores se sentem menos estressados no trabalho remoto, com isso são mais produtivos.
Para empresas, as vantagens também devem ser consideradas: custos reduzidos com gastos de energia, água e vale-transporte, praticidade, melhora na produtividade e otimização de tempo.
Com o avanço da pandemia em 2020 e as mudanças de trabalho que permeiam até os dias atuais, muitos colaboradores começaram a avaliar a real necessidade da qualidade de vida.
Para se ter uma ideia, de acordo com um levantamento, 47% dos desligamentos ocorridos neste ano foram feitos pelo próprio colaborador.
Quais mudanças ocorreram depois da regulamentação do trabalho híbrido e remoto?
Em março deste ano foi publicada uma medida provisória sobre a regulamentação do trabalho híbrido. A MP 1108/22 trouxe mudanças nas definições do modelo de trabalho na legislação brasileira, que inclusive permitiu sua formalização.
https://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/-/mpv/152406
Antes da medida, o colaborador só poderia ser contratado por dois modelos: ou 100% presencial ou 100% home office. Com a modificação, o trabalho híbrido passou a ser regulamentado e as empresas agora podem optar pela oferta do modelo.
Quanto às definições de como será e quantas vezes acontecerão as idas ao escritório, é necessário um acordo entre o funcionário e o empregador.
A medida nasceu justamente para dar segurança jurídica a empregadores e empregados. Criada pelo Governo Federal, as empresas e os colaboradores passaram a reconhecer seus direitos e deveres diante ao modelo de trabalho híbrido.
Entre os direitos e deveres, estão: ajustes em alguns artigos da CLT que abordavam sobre o trabalho remoto, como no artigo 75-B que versa sobre como o modelo híbrido deve funcionar, e ajustes nas regras do auxílio alimentação, que determinam que o benefício só pode ser usado em estabelecimentos alimentícios.
Além disso, os trabalhadores contratados nos modelos híbrido e remotos poderão ser pagos por jornada, produção ou tarefa.
De acordo com o artigo 75-B, inciso 2, fica isento a obrigatoriedade do controle da jornada de trabalho do colaborador, caso o modelo de contratação seguido seja por produção ou tarefa.
Outra mudança foi na adoção de home office para aprendizes e estagiários. Antes da medida não era possível promover contratações de estagiários e aprendizes no teletrabalho.
O trabalho remoto no exterior também foi regulamentado: caso o trabalhador forneça suas produções dentro ou fora do país, o que vale é a relação trabalhista brasileira. Para entender melhor, se um colaborador trabalhar para uma empresa estadunidense morando no Brasil, ele ainda terá direitos e deveres relacionados à contratação trabalhista brasileira. O mesmo acontece em colaboradores que moram fora, mas trabalham para uma empresa brasileira.