Provavelmente você conhece alguém ou é a pessoa que começa a espirrar “do nada” e não consegue mais parar (mesmo sem estar com nenhuma infecção respiratória). Esse é um sintoma característico da rinite, que, apesar de estar entre as doenças respiratórias mais comuns no inverno, dependendo do tipo, pode se manifestar durante o ano todo.
Geralmente, quem tem rinite já nasceu predisposto a sofrer com esse incômodo no futuro. Isso porque, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, filhos de pais alérgicos têm 50% de chance de também apresentarem o quadro.
Mas antes de sairmos “culpando” nossos pais, é importante saber que existem outros estímulos que podem provocar a rinite. Ficou com curiosidade? Confira os tópicos a seguir:
- O que é rinite?
- Rinite alérgica e outros tipos da doença
- Rinite: sintomas
- “Ites do inverno”: como diferenciá-las?
- Rinite no ambiente de trabalho
- O que é bom para a rinite?
O que é rinite?
A rinite é uma doença inflamatória, pois provoca uma inflamação ou irritação nas mucosas do nariz. Isso pode acontecer ao entrarmos em contato com substâncias tóxicas ou irritativas – aí, na tentativa de filtrar esses componentes e impedir que eles cheguem até o pulmão, o nariz começa a produzir mais muco e potencializa a vontade de espirrar.
Essa doença costuma ser hereditária, isto é, passar de pai para filho. Mas existem outros fatores de risco que também podem dar origem a rinite, como tabagismo, infecções, alterações na anatomia do nariz (como desvio de septo, por exemplo), histórico de doenças alérgicas e exposição frequente a agentes alérgenos, tóxicos ou químicos (como mofo e poeira, poluição e produtos de limpeza, respectivamente).
A causa dessa inflamação é que irá determinar o tipo de rinite que a pessoa tem. A recorrência dos sintomas também, podendo surgir de forma aguda ou crônica.
Rinite alérgica e outros tipos da doença
Como adiantamos acima, existe mais de um tipo de rinite. Claro que a diferenciação e o diagnóstico de qual tipo você possui deve ser feito pelo time de saúde. Mas, para facilitar esse processo de identificação, é importante entender os principais gatilhos para cada tipo de rinite, já que isso ajuda na hora de definir o tratamento mais adequado.
Há quatro tipos de rinite: a alérgica, a crônica, a infecciosa e a não alérgica. Elas se distinguem da seguinte maneira:
Rinite alérgica
A rinite alérgica é caracterizada por uma resposta imunológica exagerada à exposição de fatores que podem ser alérgenos, como poeira, ácaros, pelos de animais, restos de insetos, mofo, perfumes, etc. Esses agentes são facilmente transportados pelo ar e, ao chegar às narinas, despertam diferentes sintomas respiratórios.
Mudanças bruscas de temperatura e a falta de umidade também podem ser sensíveis para pessoas com rinite alérgica. Esse é o tipo de rinite que costuma ser passada de pai para filho.
Rinite crônica
Na rinite crônica, as crises de espirro e coriza costumam ser intensas e se manifestar durante meses consecutivos, mesmo sem nenhum estímulo alérgeno aparente. Essa é considerada uma das formas mais graves de rinite alérgica.
Rinite infecciosa
Mesmo não sendo uma doença contagiosa, a rinite pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos que se instalam no trato respiratório e provocam uma infecção na região. Nesse caso, a condição é chamada de rinite infecciosa – e não é hereditária.
Rinite não alérgica
A rinite não alérgica recebe esse nome pois sua origem não tem relação com o sistema imunológico. Segundo o Ministério da Saúde, esse tipo de rinite pode ser desencadeado por alguns medicamentos, hormônios e problemas com refluxo gastroesofágico (quando o material do estômago volta para o esôfago). A rinite infecciosa, por exemplo, também é classificada como uma rinite não alérgica.
Rinite: sintomas
Os espirros em sequência são uma característica clássica da rinite. Mas há outros sintomas marcantes dessa condição; veja todos:
- Obstrução nasal;
- Espirros constantes (chegando até a mais de 20 espirros consecutivos);
- Coceira nasal;
- Coriza excessiva;
- Coceira nos olhos;
- Febre e mal-estar (esses são mais comuns na rinite infecciosa).
Se for uma crise aguda, esses sintomas podem permanecer por 7 a 10 dias. Agora, no caso da rinite crônica, eles podem durar por mais de 3 meses.
“Ites do inverno”: como diferenciá-las?
A rinite faz parte do grupo de “ites do inverno”, que ainda engloba a sinusite e a bronquite. Apesar das três causarem uma inflamação em alguma parte do sistema respiratório, elas possuem sintomas distintos. E dar atenção redobrada a esses sinais é a principal forma de diferenciá-las.
A marca registrada da rinite, por exemplo, são os espirros incessantes e a coriza intensa. Já a da sinusite é a pressão no rosto (principalmente na testa e nas bochechas) e a secreção amarelada ou esverdeada. A bronquite, por sua vez, causa tosse com muco, falta de ar e chiado no peito.
Viu? Os nomes podem até favorecer a confusão, mas quando entendemos os sintomas característicos de cada uma fica mais fácil de distinguí-las.
Rinite no ambiente de trabalho
Para quem tem rinite alérgica, existem alguns ambientes de trabalho que são um prato cheio de gatilhos para provocar uma crise, especialmente lugares com ar condicionado muito baixo ou com correntes de ar repentinas, carpetes e animais, por exemplo.
Quem trabalha manuseando produtos de limpeza ou em fábricas, também está exposto a diversas substâncias químicas e às vezes até tóxicas, que podem provocar uma crise alérgica. E para não deixar que esses estímulos prejudiquem seu rendimento, converse com o seu gestor e/ou com o RH. Vocês podem pensar juntos em formas de garantir a sua saúde no ambiente de trabalho.
O que é bom para a rinite?
Em momentos de crise, o uso de anti-histamínico oral ou corticosteróide nasal ajuda a aliviar os sintomas, assim como fazer lavagem nasal com soro fisiológico.
Mas, para tratar a rinite de forma duradoura, é preciso preveni-la. E a principal forma de fazer isso é se livrando dos agentes alérgenos. Por isso, é importante manter a casa sempre limpa e arejada, trocar a roupa de cama ao menos uma vez por semana (especialmente as fronhas), evitar ter bichinhos de pelúcia e usar perfumes e outros produtos (como amaciantes e desinfetantes, por exemplo) como cheiros suaves.
Se você tem algum bichinho de estimação que solta pelo, como gatos e cachorros, tente mantê-lo sempre limpo e usar aspirador de pó na casa diariamente. Praticar atividade física também é uma ótima maneira de fortalecer o sistema respiratório e melhorar a qualidade de vida de quem possui doenças respiratórias crônicas, como a rinite.
Para uma vida longa e saudável, é preciso respirar bem! Então, converse com seu time de saúde e não deixe de cuidar da sua respiração.