Mancha vermelha é um sintoma até que comum entre as doenças de pele, e desperta um alerta de que há algo de errado com o maior órgão do nosso corpo. Se você está com lesões avermelhadas na pele e ainda não sabe o que pode ser, é importante observar algumas características dessa mancha. Ela está doendo ou coçando? Tem descamação? Há bolhas de pus nessa região? Se a resposta foi sim para uma – ou todas – dessas perguntas, há grandes chances de ser psoríase. A seguir, saiba tudo sobre essa doença:
- O que é psoríase?
- Sintomas da psoríase
- O que causa psoríase?
- Tipos de psoríase
- A psoríase é contagiosa?
- Psoríase tem cura?
- Como tratar psoríase
O que é psoríase?
A psoríase é uma doença de pele autoinflamatória e crônica. Isto é, que surge devido à alterações no sistema imunológico do próprio paciente e que pode durar por mais de um ano e precisar de cuidados médicos diferenciados por toda a vida. Ela se manifesta, na grande maioria das vezes, através de manchas avermelhadas com descamação.
Essa doença de pele também tende a ser cíclica, ou seja, com sintomas que desaparecem e reaparecem de tempos em tempos. Seu surgimento está ligado, principalmente, à predisposição genética e a fatores ambientais ou comportamentais.
Sintomas da psoríase
Os sintomas da psoríase variam de acordo com a região da pele acometida e com a gravidade da doença. Mas, de modo geral, os principais sinais são:
- Lesões na pele avermelhadas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas;
- Pequenas manchas brancas ou escuras que surgem após a melhora das manchas vermelhas;
- Pele ressecada e rachada;
- Pequenos sangramentos na pele devido às rachaduras;
- Coceira;
- Queimação e dor;
- Unhas grossas, descoladas, amareladas e com alterações no formato;
- Inchaço e rigidez nas articulações que, em casos mais graves, pode evoluir para a destruição ou deformidade das mesmas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), até 30% dos pacientes que tiveram as articulações acometidas pela inflamação podem apresentar artrite psoriásica, outra manifestação da doença.
A psoríase também está associada a doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais, alguns tipos de cânceres e distúrbios do humor. Além dos sintomas dolorosos, a conexão da psoríase com essas outras condições faz com que a qualidade de vida de quem possui a doença seja profundamente prejudicada.
E a pessoa corre um risco ainda maior: dependendo do nível da autoinflamação e do estágio das doenças correlacionadas, se a psoríase não for tratada de forma adequada, o tempo de expectativa de vida também é reduzido. Por isso, ao perceber algum desses sinais característicos, procure um time de saúde.
O que causa psoríase?
Em termos técnicos, a suspeita é de que a psoríase surge quando as células responsáveis por defender o organismo de partículas nocivas começam a liberar substâncias inflamatórias sem nenhum motivo aparente.
Isso faz com os vasos sanguíneos fiquem dilatados e direcionem as células do sistema de defesa para a pele. E é aí que começa o ataque inflamatório à pele, resultando nas lesões vermelhas e na descamação. Esse processo só é interrompido com tratamento correto e contínuo.
Apesar de ainda não se saber ao certo o que leva o organismo a ter essa resposta autoinflamatória inadequada, já foram mapeados alguns fatores que podem favorecer essa ação, como:
- Histórico familiar: de acordo com a SBD, de 30% a 40% dos pacientes com psoríase têm familiares de primeiro grau com a doença;
- Estresse: é comum que as lesões na pele apareçam ou se agravem após uma situação estressante, como a perda de um emprego ou a morte de um ente querido, por exemplo;
- Obesidade: o excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolver psoríase;
- Tempo frio e seco: em épocas mais frias, como no inverno, a pele costuma ficar mais sensível e ressecada, favorecendo uma crise de psoríase;
- Infecções no geral;
- Medicamentos: nesse caso, especialmente os antimaláricos e os usados para tratar hipertensão ou transtorno bipolar;
- Consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo: esses dois vícios costumam piorar as lesões já existentes na pele.
Tipos de psoríase
Cada área da pele pode ser acometida de uma maneira diferente pela psoríase. Por isso, existem diversos tipos da doença, sendo os principais:
Psoríase vulgar
Esse tipo de psoríase é caracterizado por lesões de tamanhos variados, com formato definido, avermelhadas e com escamas secas, aderentes, prateadas ou acinzentadas. Ela pode se manifestar no couro cabeludo, nos joelhos ou nos cotovelos.
Psoríase invertida
A psoríase invertida, por sua vez, possui lesões mais úmidas, e costuma aparecer em áreas de dobras da pele, como axilas, virilhas e debaixo dos seios. Esse quadro pode ser mais grave em pessoas obesas ou com sudorese excessiva.
Psoríase no couro cabeludo
Esse tipo de psoríase acomete especificamente o couro cabeludo, provocando manchas avermelhadas que, após serem coçadas, formam escamas brancas e espessas que se assemelham às caspas.
Psoríase genital
A psoríase recebe esse nome quando a pele atingida pela doença está na região genital – feminina ou masculina, incluindo a púbis, a vulva, as coxas, as nádegas e o pênis. Nesse caso, os sintomas mais comuns são dor, coceira e ardência.
Psoríase ungueal
A nomenclatura é um pouco complicada, mas é usada para indicar quando a psoríase aparece nas unhas dos pés ou das mãos, fazendo com que elas fiquem grossas, deformadas, descamando e/ou com a cor amarelada. Em alguns casos, a unha chega a descolar do dedo.
Esses sinais podem ser confundidos com outros problemas de pele, como a micose de unha, por exemplo. Por isso, para não ter dúvidas, o ideal é procurar um profissional da saúde que possa fazer uma avaliação e definir o diagnóstico.
Psoríase pustulosa
Geralmente, a psoríase pustulosa se desenvolve rápido, com bolhas de pus que aparecem em áreas da pele que, poucas horas antes, eram “apenas” manchas avermelhadas. Essas bolhas costumam secar entre um dia ou dois. Entretanto, podem continuar reaparecerendo durante dias ou semanas.
Esse tipo de psoríase, quando generalizada – isso é, se manifestando em diversas partes do corpo -, pode causar febre, calafrios, coceira intensa e fadiga. O desconforto é tanto que algumas tarefas simples do dia a dia, como ir ao banheiro e tomar banho, se tornam dolorosas e quase impossíveis de realizar. Essa é a forma mais grave da doença, e pode colocar a vida de quem a possui em risco se não for tratada corretamente.
Psoríase eritrodérmica
Esse é o tipo menos comum de psoríase. Mas, em contrapartida, é um dos mais agressivos, sendo necessária internação hospitalar na maioria dos casos. A psoríase eritrodérmica pode ser desencadeada por queimaduras graves, infecções ou tratamentos que envolvem uso ou retirada repentina de corticosteróides.
Essa psoríase se manifesta por meio de manchas vermelhas no corpo todo que podem coçar ou arder intensamente, provocando ainda febre e calafrios.
Psoríase gutata
A psoríase gutata surge após alguma infecção bacteriana, como as de garganta, por exemplo. Mais frequente entre crianças e jovens com menos de 30 anos, esse tipo provoca pequenas feridas (similares a uma gota) com uma camada fina de escama por cima. Ela acomete, principalmente, o tronco, os braços, as pernas e o couro cabeludo.
A psoríase é contagiosa?
Esse é um mito que já enganou muita gente e afetou consideravelmente a vida de quem tem psoríase! Respondendo: não, a psoríase não é uma doença contagiosa. Portanto, não é possível adquirir psoríase ao tocar, ao compartilhar roupas ou objetos ou ao dormir na mesma cama de quem convive com a doença. Na verdade, seu surgimento está relacionado a fatores genéticos, imunológicos, ambientais ou psicológicos.
Psoríase tem cura?
Infelizmente, por ser uma doença de caráter autoimune, a psoríase não tem cura. Mas, com o tratamento certo, é possível controlar os sintomas e evitar que eles voltem a atingir a pele.
Como tratar psoríase
Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento para psoríase envolve medicamentos tópicos (que são aplicados direto na pele) ou sistêmicos (que são ingeridos e agem de dentro para fora). Independentemente do tipo, é importante consultar as suas diretrizes de utilização.
Os quadros leves e moderados, que representam a maioria dos casos, podem ser controlados com o uso de medicação local, hidratação da pele e exposição saudável ao sol – sempre com um protetor solar por perto.
Para que o tratamento funcione, é essencial que ele seja constante e, de preferência, sob supervisão e orientação médica. Sabemos que essa doença pode trazer muitos prejuízos para a saúde mental, e consultar um psicólogo pode fazer toda a diferença na aceitação e eficácia do tratamento, principalmente considerando que um dos gatilhos da psoríase é o estresse. Mente e corpo saudáveis são sinônimos de qualidade de vida!