A BP – Hospital Leforte, que faz parte da rede de parceiros clínicos da Sami, integra uma coalizão de hospitais brasileiros que está desenvolvendo uma pesquisa para avaliar as sequelas do coronavírus, o fenômeno conhecido como “Covid longa”.
O estudo, batizado de Coalizão VII, é um dos nove desenvolvidos por uma aliança de instituições que, além da BP – Hospital Leforte, inclui: o Hospital Israelita Albert Einstein; o HCor; o Hospital Sírio-Libanês; o Hospital Moinhos de Vento; o Hospital 9 de Julho; o Brazilian Clinical Research Institute (BCRI); e a Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet).
“Logo que começou a pandemia de Covid-19, vimos a oportunidade de criar uma rede colaborativa de instituições que já possuíam experiências em pesquisas clínicas de alta qualidade. Essa iniciativa recebeu o nome de Coalizão Covid-19 Brasil e está conduzindo nove estudos voltados a diferentes populações de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Alguns desses estudos já foram concluídos e foram publicados em periódicos de alto impacto científico”, revela a médica Viviane Cordeiro Veiga, intensivista, cardiologista e coordenadora de UTI da BP – Hospital Leforte.
O principal foco do estudo é baseado em uma preocupação: grande parte dos pacientes que tiveram Covid-19 apresenta sequelas e sintomas persistentes por um grande período de tempo após a infecção pelo coronavírus. A causa desse problema ainda é desconhecida.
Pesquisa indica a relevância da ciência brasileira no mundo
Realizada com mais de mil pacientes brasileiros, a pesquisa com os resultados preliminares foi uma das cinco apresentadas num simpósio dedicado exclusivamente à Síndrome Pós-COVID ou Long COVID e que contou com a presença de especialistas e pesquisadores do mundo inteiro.
O evento foi realizado em fevereiro e organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Coalizão VII foi a única pesquisa brasileira apresentada.
![Grande parte das pessoas que tiveram Covid-19 sofrem com os efeitos da chamada "Covid longa"](https://blog.samisaude.com.br/wp-content/uploads/2021/03/pesquisa_efeitos_covid_longa-1024x614.jpg)
“A ciência brasileira tem conquistado um importante papel de destaque na ciência mundial. Nossas pesquisas têm sido publicadas nos jornais mais importantes de medicina do mundo. As pesquisas sobre Covid-19 feitas pela Coalizão Covid-19 Brasil têm apresentado alta relevância e servido de embasamento para diretrizes mundiais”, ressalta Viviane.
O objetivo dos pesquisadores é avaliar a qualidade de vida e os desfechos em longo prazo de pacientes sobreviventes de hospitalização por Covid-19.
Ao todo, o estudo contou com 1.006 participantes nessa primeira análise. Já há mais de 1.200 pacientes em seguimento.
Apesar do estágio preliminar da pesquisa, já é possível afirmar que os efeitos da Covid Longa precisarão de atenção especial e políticas públicas específicas.
“Os resultados preliminares já mostram que 40% dos pacientes que ficaram internados e tiveram que receber ventilação mecânica precisaram de reinternação em período inferior a seis meses”, ressalta Viviane.
Ela também aponta que um grande número de pacientes permanece com limitações às atividades habituais, o que demonstra a necessidade de atenção relacionada à reabilitação.
“Será importante entender o pós-pandemia para traçar estratégias de reabilitação precoce e preparar o sistema de saúde para esta nova realidade, considerando todas as linhas de cuidado”, finaliza.
Com os dados levantados nas pesquisas que estão sendo realizadas, a OMS pretende entender os quadros clínicos dessas pessoas, definindo estratégias adequadas para prevenir e tratar a Covid Longa e seus efeitos.
Confira as informações sobre o estudo e os resultados parciais já obtidos:
![Dados descritivos da população - estudo sobre os efeitos da Covid longa:
- Idade média 52 anos
- 60% homens
- Mediana do tempo de hospitalização de 9 dias
- 25% necessitaram de ventilação mecânica durante a hospitalização.](https://blog.samisaude.com.br/wp-content/uploads/2021/03/dados_populacao-1024x614.jpg)
Resultados parciais:
- Mortalidade pós-alta em 6 meses (geral): 7%.
- Mortalidade pós-alta em 6 meses (pacientes que necessitaram ventilação mecânica): 24%.
- Reospitalizações em 6 meses (geral): 17%.
- Reospitalizações em 6 meses (pacientes que necessitaram de ventilação mecânica): 40%.
- Ansiedade em 6 meses: 22%.
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