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Doenças cardiovasculares: causas, sintomas e formas de prevenção

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As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes no Brasil. Ao fim deste ano, a previsão da Sociedade Brasileira de Cardiologia é de que quase 400 mil brasileiros terão morrido por doenças do coração e da circulação. É o dobro de mortes devidas a todos os tipos de câncer juntos, 3 vezes mais que as doenças respiratórias e 6,5 vezes mais que todas as infecções, incluindo a AIDS. 

Mas há outro dado igualmente importante e com potencial de mudar todos esses do parágrafo acima: a maioria dos casos de doenças cardiovasculares poderiam ter sido evitados com a adoção de um estilo de vida saudável.

Listamos as principais doenças cardiovasculares – sintomas, fatores de risco e formas de prevenção – para que você esteja bem informado. Com conscientização e conhecimento, podemos tanto prevenir como estar atento aos primeiros sinais do problema.

Veja abaixo as doenças que vamos abordar neste conteúdo:

  1. AVC (Acidente Vascular Cerebral) 
  2. Infarto
  3. Insuficiência cardíaca
  4. Hipertensão
  5. Valvopatias
  6. Arritmia
  7. Miocardite
  8. Há recomendações gerais para prevenir todas essas doenças?

AVC (Acidente Vascular Cerebral) 

A cada ano, o Acidente Vascular Cerebral, popularmente conhecido como AVC, acomete cerca de 13,7 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são 2,3 milhões de pessoas afetadas.   Só em 2021, cem mil pessoas morreram em decorrência da doença no País.

Esse evento acontece quando um vaso do cérebro é bloqueado ou rompido, o que resulta na interrupção do fornecimento de sangue para os neurônios e as outras células do sistema nervoso. Com isso, deixam de funcionar e morrem, o que pode levar a complicações e sequelas pelo resto da vida.

Ainda que um AVC possa apresentar alguns fatores de riscos sobre os quais não há muita coisa a ser feita, como histórico familiar e o avançar da idade, o que mais contribui para um problema tão grave como esse são os fatores de riscos modificáveis; ou seja, todos aqueles que podem ser controlados de alguma maneira, como consumo de bebidas alcoólicas e tabaco, alimentação com excesso de sal e de açúcar, e sedentarismo

Mas como suspeitar se alguém ao seu lado está tendo um AVC? Uma boa maneira de saber (e agir rápido) é seguir esses três passos, recomendados pelo Hospital do Coração, em São Paulo:

  • Peça para o indivíduo sorrir (e fique de olho se a boca dele fica torta);
  • Depois, peça para ele levantar o braço (para perceber se há algum sinal de fraqueza nos músculos);
  • Por fim, oriente que ele cante uma música (para checar como está o raciocínio e a consciência).

Caso o indivíduo com suspeita de AVC não consiga realizar qualquer uma dessas atividades, é primordial ligar o mais rápido possível para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no número 192 e seguir as orientações do atendente.

Como os próprios especialistas no assunto dizem, tempo é cérebro: cada minuto perdido após um AVC é sinônimo de mais células nervosas afetadas e, consequentemente, um maior risco de sequelas graves ou até morte.

Infarto 

Ele aparece com muitos nomes – ataque cardíaco, infarto agudo do miocárdio ou, simplesmente infarto – e ocorre quando há o entupimento das artérias coronárias, responsáveis por transportar o sangue pelo corpo todo. Bloqueados, esses vasos ficam incapazes de levar oxigênio e nutrientes, o que compromete o funcionamento de muitos órgãos vitais.

Mas o que faz com que esse entupimento das artérias aconteça? Bom, você já deve ter ouvido falar que comer alimentos saudáveis, praticar atividades físicas e passar longe do cigarro e outras drogas evita o infarto e outras doenças. E isso realmente faz total sentido.

Exagerar no consumo de alimentos ricos em gordura, sal e açúcar abre as portas para quadros que lesam veias e artérias, como a hipertensão, o colesterol alto e o diabetes. E eles, por sua vez, são os principais gatilhos para uma doença coronária (o que, mais pra frente, desemboca num infarto).

Outro fator de risco que não podemos ignorar é o sedentarismo. Uma vez que alguém deixa de praticar exercícios físicos regularmente, a produção de substâncias importantíssimas para a oxigenação do sangue e o relaxamento dos vasos sanguíneos deixam de ser produzidas. E, novamente, isso leva ao entupimento dos vasos e à hipertensão.

Embora os sinais de infarto possam variar de pessoa para pessoa, é possível destacar os mais comuns:

  • Forte dor no peito, parecida com um aperto, que pode ser prolongado e causar uma sensação de peso
  • Dor que irradia para o braço esquerdo, acompanhada de mal estar
  • Falta de ar, principalmente em idosos

O tratamento para o infarto vai depender da extensão e localização da área obstruída, tempo para o socorro e condições prévias de saúde. Mas, de forma geral, os procedimentos consideram desobstrução da artéria entupida, o que pode ser feito por meio de medicamento próprio ou procedimentos cirúrgicos.

Insuficiência cardíaca

Sentir falta de ar e cansaço extremo durante atividades simples do dia pode ser um sinal de alerta. Esse costuma ser o primeiro sinal da insuficiência cardíaca, ou da “doença do coração fraco”, como ela também é chamada.

Esse distúrbio faz com que o coração não consiga bombear o sangue para o organismo do jeito que deveria. O mecanismo natural do coração é inflar, ao se encher de sangue, e contrair, quando o fluido é bombeado. Na insuficiência cardíaca, porém, esse movimento constante deixa de funcionar como deveria. É como se o coração ficasse cansado.

Além do cansaço, outro sintoma comum da insuficiência cardíaca é o acúmulo de líquidos, que gera inchaço. Quando a pessoa está em pé, o líquido tende a se acumular nas pernas e nos pés. Quando a pessoa está deitada, o líquido acumula-se, geralmente, na região lombar. Se o volume de líquido acumulado for muito grande, até o abdômen fica inchado.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que cerca de 2 milhões de brasileiros sofrem com essa doença e, todos os anos, 240 mil novos pacientes são diagnosticados com insuficiência cardíaca. 

Hipertensão

Como você já aprendeu, o coração é responsável por bombear o sangue para o corpo todo. Para que isso aconteça de modo adequado, as artérias precisam estar firmes e fortes. Mas esses tubos não são estáticos: eles podem aumentar ou diminuir, relaxar ou tensionar, de acordo com a demanda de cada momento.

E a pressão que o sangue faz ao passar por essas artérias faz toda diferença – imagine a dificuldade que é passar um monte de líquido por um tubo fininho, duro e apertado? Quando isso acontece, o corpo todo pode sofrer, especialmente se esse cenário de pressão alta se prolonga por meses ou anos.

A hipertensão acontece quando os níveis de pressão atingem números como 140 por 90 mmHg, ou 14 por 9. Especialistas recomendam que essa medição fique entre 12 por 8 (ou 120 por 80 mmHg). 

Os principais sinais de hipertensão são dores de cabeça, sangramento nasal, tontura, rubor facial e fadiga. Mas, é bom ficar atento, porque nem sempre a pressão alta dá sinais claros e de fácil percepção. É por isso que muita gente pode ter a doença por anos (ou décadas!) e nem mesmo se dar conta, o que pode gerar outras complicações, como o AVC e o infarto, por exemplo.

Manter um estilo de vida saudável e estar sempre em contato com o time de saúde é fundamental para que, ao menor sinal, a equipe já consiga rastrear a existência da hipertensão, realizar o diagnóstico correto e orientar o tratamento adequado para cada caso.

Valvopatias

Você deve se lembrar da aula de biologia em que aprendeu que o coração possui quatro câmaras internas: dois átrios e dois ventrículos. 

Cada uma dessas repartições é responsável por receber uma certa quantidade de sangue e repassá-lo para frente, seja para os pulmões (onde vai receber uma quantidade de oxigênio), seja para o resto do corpo (onde vai servir de combustível para as células funcionarem).

O que separa átrios, ventrículos e estruturas internas do coração são as válvulas. Elas se abrem e fecham num ritmo determinado, de acordo com as batidas e contrações desse músculo.

Acontece que essas estruturas também podem sofrer com defeitos (ou não funcionar adequadamente). Esses quadros são chamados genericamente de valvopatias. Essas disfunções podem ser congênitas (existem desde o nascimento de uma pessoa) ou adquiridas ao longo da vida. 

De acordo com o Manual MSD, o tratamento das valvopatias vai depender muito de qual é o tipo específico e qual área do coração foi acometida. Em alguns casos, basta fazer o acompanhamento médico e realizar exames periódicos. Em outros, porém, é necessário apelar para uma cirurgia que substitui a válvula defeituosa por uma prótese.

Arritmia

O coração bate em um ritmo natural e esperado – em uma pessoa adulta, a quantidade normal de batimentos fica entre 50 e 90 batimentos por minuto (bpm). Entretanto, há doenças que causam a alteração nesse ritmo cardíaco, como a arritmia. 

A arritmia pode fazer com que o coração bata mais rápido do que os níveis normais de bpm (taquiarritmias) ou mais lento (bradiarritmias). No geral, os sintomas de arritmia envolvem palpitações e alterações súbitas no ritmo cardíaco. É como se o coração estivesse com um soluço, que prejudica o ritmo correto e pode levar a quadros mais graves.

Porém, há pessoas que são assintomáticas. Em outras palavras, elas apresentam um ritmo cardíaco alterado, mas não têm sinais claros do problema. Por isso, é muito importante manter o acompanhamento médico em dia, pois uma arritmia não diagnosticada pode resultar em complicações e até a falência desse órgão tão vital para nossa sobrevivência.

Miocardite

O miocárdio é uma das paredes de músculo que envolve o coração e que ajuda a expulsar o sangue desse órgão. Ela também se contrai para ejetar o líquido vermelho para todo o corpo.

Por ter uma função tão importante, qualquer coisa que acontece com essa camada muscular pode ser bem perigoso. Pois é exatamente isso o que ocorre quando a miocardite dá as caras.

A miocardite é uma inflamação no miocárdio que tem a ver com diversos tipos de infecções provocadas por vírus, bactérias ou até mesmo fungos. 

Os sintomas da miocardite variam de acordo com o tipo de infecção. Em outros casos, até o uso de determinados medicamentos pode levar a essa condição. Os sinais mais comuns costumam envolver dor no peito, batimento cardíaco irregular, insuficiência cardíaca, palpitação e tontura.

Há recomendações gerais para prevenir todas essas doenças?

Sim. As doenças cardiovasculares têm denominadores em comum: tabagismo, sedentarismo, alimentação desbalanceada e abuso de álcool ou outras drogas aumentam o risco de desenvolvimento da maioria delas.

Adotar um estilo de vida que priorize a prática de atividades físicas, a alimentação balanceada e o acompanhamento com um time de saúde são os pilares para ter qualidade de vida e diminuir a probabilidade de desenvolver essas e muitas outras doenças.

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