Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40 milhões de pessoas no mundo todo necessitam de cuidados paliativos a cada ano, mas somente 14% desse total o recebem. Além disso, 78% dos adultos que precisam dessa atenção especial vivem em países de baixa e média renda, como é o caso do Brasil.
E você, já ouviu falar nesse termo? A OMS define os cuidados paliativos como “assistência promovida por uma equipe multidisciplinar com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida”.
Em homenagem a essa prática tão importante, o segundo sábado do mês de outubro é considerado o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos. Confira os tópicos a seguir e entenda como a prática auxilia na melhora da qualidade de vida e bem-estar:
- O que são cuidados paliativos?
- Quais são os princípios dos cuidados paliativos?
- Cuidados paliativos em oncologia
- Doenças terminais
- O que caracteriza um risco de morte?
O que são cuidados paliativos?
Já existiu um tempo em que os cuidados paliativos eram destinados apenas para condições terminais. Daí, quando se ouvia a expressão, logo se imagina que a morte estava bem próxima. Não é mais assim.
Atualmente, os cuidados paliativos têm como objetivo prevenir, diagnosticar precocemente, tratar adequadamente e aliviar sinais físicos e psicológicos de pessoas com doenças que podem ameaçar a vida. Isso significa que receber cuidados paliativos não sugere que não haja mais nada a fazer. Muitas vezes o tratamento continua e o paciente talvez se cure.
Cuidados paliativos são indicados para condições graves e que ameaçam a vida, como doenças cardiovasculares, neoplasias (incluindo cânceres), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), AIDS, prematuridade extrema ou fragilidade avançada da velhice. Também atuam em algumas doenças de origem genética, degenerativas e progressivas – independentemente da sua perspectiva de evolução.
Receber o diagnóstico de uma doença com risco de morte não é fácil. Além de ter que lidar com os sintomas, na maioria das vezes bastante dolorosos, o medo e a angústia de um futuro incerto causam um mal-estar mental constante que pode atrapalhar o tratamento e a qualidade de vida do paciente e familiares.
Como mostra a Academia Nacional de Cuidados Paliativos, é preciso entender que “uma doença grave atinge não só o paciente, mas também aqueles que o amam”. Por isso, os cuidados paliativos devem envolver diversos profissionais, de enfermeiros a fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, motoristas e mais.
Quais são os princípios dos cuidados paliativos?
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), os princípios gerais dos cuidados paliativos são pautados em acolhimento e suporte, divididos em:
- Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes;
- Reafirmar a vida e a morte como processos naturais;
- Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do paciente;
- Não apressar ou adiar a morte com sofrimento;
- Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente, em seu próprio ambiente;
- Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até sua morte;
- Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto;
- Evitar tratamentos fúteis.
Cuidados paliativos em oncologia
Quando se trata especificamente de cânceres, o INCA sugere que os cuidados paliativos comecem o mais cedo possível, junto ao tratamento que visa a cura ou remissão do tumor. Caso o quadro avance para uma fase terminal, é importante que esses cuidados garantam conforto e dignidade para o paciente, que costuma ficar fragilizado.
A assistência domiciliar, ou home care, como também é chamada, pode acontecer por suporte do convênio de saúde ou do Sistema Único de Saúde (SUS). Na modalidade, a pessoa pode contar com uma equipe de profissionais e com toda a estrutura necessária no ambiente doméstico, o que garante maior conforto e proximidade da família.
A transição do cuidado paliativo com o objetivo de cura da doença para o cuidado com o intuito apenas de amparo é um processo contínuo, que varia de acordo com o paciente, dependendo, principalmente, da faixa etária.
Doenças terminais
Uma doença é considerada terminal caso ela não responda positivamente aos tratamentos, apresentando piora e, ocasionalmente, levando a óbito. O câncer pode virar uma doença terminal, assim como doenças cardíacas, renais, pulmonares, neurodegenerativas, etc. Nessa fase, quando a morte parece estar mais perto do que nunca, os cuidados paliativos se mostram ainda mais necessários – principalmente para a família.
O que significa risco de morte?
Como o próprio nome indica, pessoas em risco de morte são aquelas com doenças que têm grandes chances de comprometer gravemente seu estado de saúde. Quando alguém está em risco de morte, é fundamental que tenha suporte contínuo de um time de saúde multiprofissional.