Quantas mulheres você conhece que estão em uma posição de poder? Em empresas, de acordo com pesquisas, três a cada 10 pessoas no Brasil não se sentem confortáveis em ter uma mulher como chefe.
Contraditoriamente, segundo o levantamento de Mckinsey Study, companhias com mulheres na liderança têm maior resultado operacional, de 48%, e uma maior força de crescimento no faturamento, de 70%, comparado com a média da indústria.
No Brasil, as estatísticas de mulheres no poder são preocupantes: estudos revelam que somente 3% das mulheres ocupam cargos de liderança.
Se fizermos uma análise rápida, o desfalque se torna ainda mais visível, visto que 60% dos estudantes universitários e que concluem o ensino superior é tomado pelo poder feminino. Então, por que estamos com índices tão baixos?
Infelizmente, o fator histórico e cultural impede que muitas mulheres cheguem ao topo ou colocam muito mais obstáculos até chegar na posição de alto poder.
No entanto, elas seguem como Shirley Chisholm, a primeira congressista negra dos EUA, disse: “Se eles não lhe derem um assento à mesa, traga uma cadeira dobrável”, e continuam sendo resistentes.
- Mulheres na liderança: o que falam as estatísticas?
- Qual a importância das mulheres em cargos de poder?
Mulheres na liderança: o que falam as estatísticas?
Mesmo com os dados mostrando a dificuldade das mulheres estarem no comando, elas têm contribuições importantes para a liderança, uma vez que possuem características predominantes que favorecem o universo corporativo e social.
Toda liderança precisa ter como um dos objetivos representar as pessoas a quem servem e compreender melhor os seus desejos e necessidades. Portanto, mulheres são fundamentais em todos os setores da comunidade e sociedade, desde a política à esportes.
Apesar do ano de 2020 ter um novo recorde de CEOs mulheres de empresas pela Fortune 500, apenas 7,4% das empresas na mesma lista publicada no ano são dirigidas por mulheres. https://fortune.com/2020/05/18/women-ceos-fortune-500-2020/
Segundo a pesquisa feita pela UnWomen, “Facts and Figures: Economic Empowerment”, a análise ficou clara: mulheres têm menos probabilidade de serem empresárias e enfrentam mais desvantagens para iniciar o seu negócio. https://www.unwomen.org/en/what-we-do/economic-empowerment/facts-and-figures#notes
Ainda de acordo com a pesquisa, mulheres também enfrentam dificuldades para progredir na carreira e reivindicar posições de liderança devido a práticas discriminatórias, como assédio sexual, disparidade salarial e de gênero e a falta de políticas favoráveis.
No entanto, não podemos negar que a sociedade já evoluiu muito se compararmos as mesmas questões de décadas atrás. Porém, a mudança vai muito além de oferecer as mesmas oportunidades para mulheres. É preciso mudar a cultura dentro da empresa e sociedade e enxergar o potencial que elas têm.
Se voltarmos algumas décadas, as mulheres só começaram a participar de decisões importantes na sociedade brasileira em 1933, quando foi permitido o voto feminino. Após 10 anos, surgiram as primeiras leis brasileiras de proteção ao trabalho feminino consolidado pela CLT, em 1943.
Essas mudanças começaram a se fazer necessárias com o capitalismo, quando observaram a necessidade de uma renda complementar para sustentar a família, o que favoreceu o aumento de mulheres dentro das empresas.
Qual a importância das mulheres em cargos de poder?
Como dito anteriormente, a liderança precisa ter como objetivo representar as pessoas a quem servem. Portanto, a liderança feminina é essencial para promover a igualdade de gênero dentro de empresas.
Mas a sua importância vai além: mulheres possuem competências essenciais para perfis de liderança, ainda mais no período de mudanças que passamos e estamos presenciando com o futuro do trabalho, como a transformação digital.
De acordo com estudiosos, as mulheres conseguem ser mais harmônicas e equilibrar o raciocínio e o emocional no ambiente de trabalho. Com isso, elas se tornam mais efetivas ao engajar e desenvolver a habilidade de seus colaboradores.
A cultura ao longo dos tempos trouxe a necessidade das mulheres em conciliar casa, família, filhos e emprego. O que as tornou mais rápidas na hora de fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo sem que a qualidade do trabalho caia. Sabe a conhecida frase: “mulheres são multi-tarefas”? Pois é, não é à toa.
Segundo outros estudos, mulheres têm mais poder em assimilar diferentes detalhes e organizar de maneira mais prática padrões complexos.
Em relação às oportunidades, mulheres também saem na frente: ainda de acordo com pesquisas, justamente pelo histórico, mulheres dão mais importância para as oportunidades de crescimento quando a recebem.
Além disso, por já percorrerem um caminho desafiador para conquistar seu espaço na carreira, elas conseguem promover um ambiente mais harmônico e serem mais atentas às necessidades de outras pessoas, tendo um olhar mais empático.
Portanto, oferecer oportunidades de liderança para mulheres é sair na frente nos resultados e ainda ter a garantia de uma equipe bem-sucedida.
Infelizmente, mesmo entre as companhias mais reconhecidas por suas boas práticas, a posição das mulheres em cargos de liderança ainda é muito inferior à dos homens. Segundo dados do Guia da Diversidade, apenas 26% das posições de liderança no ranking das Melhores Empresas para Trabalhar do Great Place to Work (GPTW), em 2021, eram ocupadas por mulheres.
Vamos mudar essas estatísticas?