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Fake news na Saúde: saiba como evitar

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Primeiro de abril é conhecido como o “Dia da Mentira” e, nesta data, muita gente prega peças ou espalha boatos como forma de brincadeira. Até aí, nada demais. O problema é que, infelizmente, tem muita gente espalhando mentiras e boatos o ano todo, o tempo inteiro, em forma de “notícias”. E os efeitos das fake news sobre as pessoas são cada vez mais preocupantes em todos os aspectos: político, social, pessoal, profissional e na saúde.

Diante do impacto da pandemia provocada pelo novo coronavírus e de uma crise generalizada do setor de Saúde no Brasil e no mundo, a desinformação e a mentira das fake news contribuem negativamente e de forma decisiva com o caos e a perpetuação dos problemas.

Nem sempre é fácil saber quando uma notícia é ou não falsa. Mas é importante saber como reconhecer uma fake news para que possamos consumir – e disseminar – apenas informações corretas e conteúdos responsáveis.

Isso vale para qualquer assunto… Mas, quando se trata de Saúde, essa questão é ainda mais delicada, pois a desinformação pode colocar as pessoas em risco.

Nesse texto, você vai:

Continue lendo e saiba como se informar e consumir notícias de forma segura.

Fake news: o que são e como identificá-las

O termo fake news vem da junção de duas palavras da língua inglesa: fake (que quer dizer falsa/falso) e news (notícias).

O uso recorrente do termo é relativamente recente, mas o conceito que ele passa é antigo e tem origem provável já no século XIX. Nessa época, já era comum que países de língua inglesa utilizassem o termo “false news” para classificar notícias sensacionalistas baseadas em boatos ou informações falsas.

Em 2016, as fake news se popularizaram de vez na onda da corrida presidencial dos Estados Unidos. Na ocasião, a utilização de conteúdos falsos foi considerada um fator decisivo nos resultados da eleição.

Visão política, ideológica e financeira são alguns dos fatores que contribuem para que muita gente produza e divulgue fake news em larga escala.

Afinal, a viralização de notícias falsas acaba reforçando argumentos ou pontos de vista alinhados diretamente com o pensamento e os interesses de quem produziu esses conteúdos.

A ilustração mostra letras recortadas formando o termo fake news, sobre fundo azul.
As fake news promovem a desinformação e a propagação de informações falsas, trazendo grandes riscos para a sociedade

É por isso que é importante que cada um de nós se conscientize sobre os efeitos negativos de compartilhar ou difundir desinformação.

As fake news levam muita gente a tomarem decisões erradas, baseadas em falso conhecimento. E os danos provocados pelas fake news – principalmente quando são relacionadas à Saúde – podem ser muito graves ou até mesmo irreversíveis. 

Uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que a disseminação de notícias falsas sobre o coronavírus foram feitas através de três plataformas: o WhatsApp (73,7%), o Facebook (15,8%) e o Instagram (10,5%).

Principais plataformas utilizadas para compartilhamento de fake news: o WhatsApp (73,7%), o Facebook (15,8%) e o Instagram (10,5%). A fonte desses dados é a Fiocruz.
Imagens: Analise e leia o texto inteiro

Um dos principais recursos utilizados nas fake news são os títulos chamativos e sensacionalistas. Mas lembre-se: a notícia vai bem além disso. É importante ler o conteúdo completo e analisar ao máximo as informações, seguindo outras dicas que vamos falar em seguida.

Olho nos exageros e nos erros de português

Outra característica das fake news é fazer uso de muitos adjetivos e colocando pontuação em excesso – pontos de exclamação e de interrogação, principalmente. Fique de olho também se o autor do texto exagera também em expressar opinião muito favorável ou contrária a determinado assunto. As fake news também costumam apresentar erros de português, excesso de letras maiúsculas e formatação irregular. 

Parece, mas não é

É comum ainda que as fake news sejam publicadas em sites com nomes semelhantes aos de veículos conhecidos. Verifique a procedência e desconfie de sites sem informações de contato ou que tentam “imitar” a identidade visual de veículos já consagrados. Fique atento também às notícias sem autoria.

Ilustração mostra um megafone e ícones de likes e compartilhamento, simbolizando o poder das redes sociais de amplificar o alcance das fake news
As redes sociais são os principais meios de propagação e compartilhamento das fake news

Consulte fontes e referências

Também é comum que as fake news citem nomes de especialistas ou de instituições para corroborar informações falsas e gerar credibilidade. Então, vale verificar as fontes citadas. Se a notícia mencionar um estudo ou pesquisa, vale a pena “dar um Google” e buscar citações em outros sites. O mesmo vale para as pessoas. Busque o nome delas e certifique-se de que o especialista existe mesmo e, se existir, se tem autoridade no assunto que está sendo tratado.

Desconfie de conteúdos “exclusivos”

Faça uma busca e veja se o conteúdo em questão foi publicado em outros sites, revistas ou jornais. Muitas vezes, as fake news podem misturar conteúdos verdadeiros com informações falsas.

Um exemplo: na pesquisa realizada pela Fiocruz (mencionada acima), as pesquisadoras verificaram que 26,6% das fake news publicadas no Facebook citaram a instituição como referência para tentar dar credibilidade ao conteúdo falso. O mesmo ocorreu com 71,4% das fake news compartilhadas no Whatsapp.  

Assim, desconfie se um determinado trecho do conteúdo não for mencionado em outros veículos mais conhecidos. Muitas vezes, o tal conteúdo só é “exclusivo” por ser falso e carecer de apuração e verificação de quem está lendo. 

Observe a data de publicação

Alguns assuntos são constantemente atualizados e a Saúde é um deles. Muitas vezes, à medida que novas pesquisas vão sendo realizadas ou temos alguma mudança de panorama, os conteúdos acabam “perdendo a validade” em curto espaço de tempo.

A covid-19 trouxe bons exemplos disso. No começo da pandemia, em 2020, o uso da máscara não era recomendado para todos. Isso mudou em pouco tempo. Já em 2021, tivemos outra atualização importante, quando as máscaras de tecido não se mostraram tão eficientes para as novas variantes do coronavírus.

Por isso, é muito importante verificar a data de publicação da notícia. Conteúdos antigos podem até não ser fake news, mas acabam contribuindo para a desinformação se as informações estiverem fora de contexto. 

Só compartilhe se tiver certeza

A regra é clara: só compartilhe a notícia se você tiver certeza da sua veracidade. Se tiver qualquer dúvida se o conteúdo é ou não fake news, não compartilhe.  

Sites de checagem: saiba onde verificar se a notícia é verdadeira ou não

Além das dicas, outra forma de verificar se uma notícia é verdadeira ou não é através dos sites de checagem. Eles verificam e avaliam se as informações disponibilizadas num conteúdo são verdadeiras ou não.

Ilustração mostra um jornal onde se lê a palavra Fake em vermelho e uma cabeça aberta, onde o conteúdo do jornal está sendo despejado, simbolizando como as fake news podem contribuir para reforçar ideologias e interesses
Evite o compartilhamento de fake news. Utilize sites de checagem de informações para ter certeza se a notícia é falsa ou não

Essa prática é conhecida como fact-checking (termo em inglês que, em tradução livre, quer dizer verificação dos fatos). Muito utilizado no jornalismo, o fact-checking é um método que consiste em analisar a credibilidade das informações e a confiabilidade das fontes utilizadas num texto.

Conheça os principais sites que ajudam a combater as fake news:

Agência Lupa

Primeira agência de fact-checking do Brasil, a Lupa foi fundada em 2015 com objetivo de combater a desinformação através da checagem de notícias e da educação midiática.  

A plataforma está ligada ao Grupo Folha de S.Paulo e acompanha notícias relacionadas à cultura, economia, educação, política, relações internacionais e saúde, atuando para corrigir informações imprecisas e divulgar dados corretos.

É possível fazer sugestões de checagem para a Lupa clicando aqui.

Aos Fatos

A agência Aos Fatos também é especializada na checagem de informações e é membro da International Fact-Cheking Network (IFCN) – em tradução livre, Aliança Internacional de Checagem de Fatos.

As informações públicas são verificadas de acordo com a relevância e são classificadas em sete categorias: verdadeiro, impreciso, exagerado, distorcido, contraditório, insustentável e falso.

Comprova

O Projeto Comprova é uma iniciativa sem fins lucrativos e reúne jornalistas de 28 veículos de comunicação brasileiros para investigar informações enganosas e falsas, com foco em conteúdos relacionados à pandemia de covid-19 ou às políticas públicas.

É possível solicitar a verificação de conteúdos relacionados a esses dois assuntos clicando aqui ou enviando mensagem para o WhatsApp (11) 97795-0022.

Ilustração de uma mão segurando um celular, onde se lê a expressão fake news e um grande X, simbolizando a necessidade de não disseminar/compartilhar fake news
Se não tiver certeza da veracidade das informações, não compartilhe o conteúdo. Não propague fake news

E-Farsas

O site E-Farsas é um dos mais antigos na prestação do serviço de verificação de notícias falsas. 

Eles verificam boatos e fake news de temas diversos, incluindo a Saúde.

Fake Check

O Fake Check se denomina um “Detector de Fake News” e é uma plataforma criada por pesquisadores do campus São Carlos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP),  da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos

Para avaliar se uma notícia é ou não falsa, o Fake Check utiliza atributos linguísticos e inteligência artificial. 

Fato ou Fake

O Fato ou Fake atua na checagem de notícias falsas com uma equipe composta por jornalistas que trabalham em veículos do Grupo Globo, como a Revista Época, os jornais Extra, O Globo e Valor Econômico e as TVs Globo e GloboNews, além da rádio CBN. 

Para verificar um conteúdo disseminado na internet ou celular, o Fato ou Fake disponibiliza um bot exclusivo no WhatApp através do número (21) 99474-1741 para quem quiser denunciar notícias falsas.

Combate às fake news: uma questão de Saúde

Combater as fake news deve ser um compromisso de todos. Mas quando o assunto é Saúde, isso é ainda mais relevante e necessário. 

O tema já mereceria atenção especial em qualquer circunstância, mas se considerarmos o fato de estarmos numa pandemia, disseminar informações falsas pode trazer consequências ainda mais sérias do que estamos enfrentando atualmente.

As fake news têm um grande impacto e poder de alcance e elas se disseminam de forma tão rápida quanto o próprio coronavírus.

Recentemente, um estudo mostrou que 9 em cada 10 brasileiros entrevistados tiveram acesso a pelo menos uma informação falsa sobre a covid-19.

Além disso, 70% dos brasileiros acreditaram em pelo menos um conteúdo falso sobre a pandemia. Em países como a Itália e os Estados Unidos, o percentual foi de 59% e 65%, respectivamente. 

Compartilhar notícias de curas milagrosas, dietas salvadoras, tratamentos sem comprovação científica ou informações falsas sobre máscaras e vacinas podem, por exemplo, fazer com que muitas pessoas abandonem medidas e tratamentos comprovadamente eficazes.

Isso pode comprometer o bem mais importante de todos: a vida. A nossa ou a de outras pessoas. Não vale o risco, certo?

Leia também: Vídeos antivacina – desinformação gera lucro e coloca saúde pública em risco

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