Se você é do tipo que mesmo quando vai dormir muito tarde faz questão de acordar cedo para treinar, saiba que isso não é lá tão benéfico quanto você imagina. Frases motivacionais que rodam a internet toda, como a famosa “treine enquanto eles dormem”, podem gerar desinformação. Ter uma boa noite de sono é tão importante quanto treinar. Mais do que isso: um complementa o outro!
O estilo de vida que você leva influencia diretamente na qualidade e no resultado de sua performance. Um estudo da Faculdade Americana de Medicina do Esporte mostrou que atletas que treinaram após noites mal dormidas tiveram pior desempenho atlético. Os pesquisadores também descobriram que a privação do sono leva a mente a fazer com que o corpo “desista”, mesmo que esteja fisicamente capaz de continuar.
A lógica é a seguinte: o nosso corpo depende da energia armazenada nos músculos (o glicogênio) para executar os treinos. Quando essa reserva de glicogênio está baixa, sentimos fadiga muscular. Porém, quando nos exercitamos sem dormir direito, os músculos se cansam antes mesmo do estoque de glicogênio reduzir significativamente.
Veja os tópicos que vamos abordar neste texto:
- Sono ajuda a recuperar os músculos
- Atividade física impacta no sono
- O que fazer e o que evitar depois de um noite de sono ruim
Sono ajuda a recuperar os músculos
Além de nos deixar prontos para a prática dos exercícios, o sono ajuda o corpo a se recuperar dos esforços realizados no dia que passou. Enquanto dormimos, o organismo libera uma série de processos de restauração das lesões que foram adquiridas durante os treinos: os músculos são restaurados, a mente fica mais leve e o corpo trabalha para renovar toda a energia perdida ao longo do dia.
Uma boa noite de sono também pode melhorar seus níveis de energia e disposição. Isso significa mais força e mais resistência durante os treinos. Sem contar que, quando dormimos bem e pelo tempo suficiente, conseguimos ter mais foco e concentração, duas competências que ajudam muito na boa execução dos exercícios.
A definição de “tempo suficiente” varia de pessoa para pessoa. Mas, de forma geral, um adulto deve ter no mínimo sete horas de sono.
Atividade física impacta no sono
Se malhar sem dormir direito faz mal, a equação inversa é comprovadamente benéfica. Quem pratica atividades físicas regularmente pode melhorar a qualidade do sono. Pesquisadores da Escola de Medicina de UCLA, nos Estados Unidos, explicam que quando você movimenta o corpo, são liberados hormônios do bem-estar, como a endorfina, que atuam para diminuir os níveis de ansiedade, o que te deixa mais relaxado durante a noite.
Além disso, a prática de atividades físicas gera uma espécie de “desconfortos musculares” que necessitam de recuperação. Então, quando a hora de dormir se aproxima, o próprio organismo “avisa” que precisa repousar. O famoso relógio biológico é sábio até nisso! Por isso, aproveite para dar ao corpo todo o movimento de que ele precisa para, naturalmente, repousar com mais facilidade durante a noite.
Mesmo que os seus treinos não tenham horas de duração, eles ainda podem ser benéficos para o seu sono. A Academia Americana de Medicina do Sono (AASM) aconselha: não caia naquele papo de que para alcançar um estilo de vida com mais qualidade você deve passar horas se exercitando. Pouca atividade física ainda é melhor do que nenhuma atividade física.
O que fazer e o que evitar depois de um noite de sono ruim
Se você não conseguiu chegar no mínimo de sete horas de descanso, mas eventualmente decide treinar mesmo assim, a dica fundamental é se alimentar da forma adequada. Mesmo cansados, um café da manhã nutritivo e completo pode ser renovador, dando energia ao corpo.
Além disso, é indicado evitar treinos muito pesados. Depois de uma noite mal dormida, prefira exercícios aeróbicos ou de musculação mais leves. Por fim, abrevie o tempo do treinamento, para não exigir demais de si mesmo.