Provavelmente você conhece alguém ou é a pessoa que já precisou retirar o apêndice após um quadro de dor intensa na barriga. Afinal, estima-se que, no Brasil, são realizados mais de 97 mil procedimentos cirúrgicos para remover o apêndice por ano. Isso apenas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem contar as cirurgias feitas em hospitais particulares.
Mas, antes de conhecer melhor o que é apendicite, é importante saber que existem dois tipos de quadro clínico para essa complicação: a apendicite crônica e a aguda.
A diferença entre ambas é que a apendicite crônica tem um ritmo lento de progressão e os sintomas são mais leves. Já a aguda, que é a mais comum, apresenta um ritmo rápido de evolução do quadro e tem sintomas intensos. Por ser até que comum, pode parecer uma condição simples, mas, durante a pandemia de COVID-19, em 2020, as mortes por apendicite cresceram 14%.
Não existe uma explicação exata para isso. Pode ser que as pessoas estivessem evitando ir ao hospital por causa do coronavírus. Mas há também a possibilidade de ser devido a confusão na hora de identificar os sintomas.
E para evitar que essa estatística continue aumentando, é importante estarmos informados sobre a doença – principalmente a faixa etária que corre mais risco de desenvolvê-la, que, segundo um artigo da Revista Multidisciplinar em Saúde, é entre os 20 e 29 anos. Saiba mais sobre o assunto nos tópicos abaixo!
- O que é apendicite?
- O que causa apendicite?
- Quais são os sintomas de apendicite?
- Dor de apendicite: como identificar?
- Como diagnosticar apendicite?
- Quais são as formas de tratamento de apendicite?
O que é apendicite?
A apendicite trata-se de uma inflamação ou infecção do apêndice, que fica repleto de pus, causando dores fortes no abdômen. Quando não tratada a tempo, a apendicite leva a sérias complicações e, nestes casos, a única solução é a cirurgia de remoção total do apêndice, conhecida como apendicectomia.
O apêndice é uma área prolongada do ceco, localizada no final do intestino delgado e começo do intestino grosso, conhecido como cólon. Embora não seja um órgão essencial para o funcionamento do organismo, ele não é totalmente descartável. A parede do apêndice conta com tecido linfático, que participa ativamente na produção de anticorpos.
Além disso, o órgão funciona como um reservatório de bactérias intestinais que auxiliam o processo de digestão. No entanto, quando retirado cirurgicamente, o apêndice não faz muita falta ao corpo.
O que causa apendicite?
O apêndice produz um volume frequente de muco, que é drenado para o ceco e acaba se misturando com as fezes. O problema está no fato de se tratar de um órgão com um “tubo sem saída”. Ou seja, qualquer obstrução em relação a drenagem do muco faz com que ele se acumule na região, resultando na dilatação do apêndice.
Assim, conforme o crescimento do órgão, há a compressão dos vasos sanguíneos e consequentemente, sua parede começa a necrosar. Esse processo pode acabar evoluindo de forma rápida e repentina, gerando o rompimento do apêndice.
Na maioria dos casos não é possível identificar uma causa certa para essa inflamação e obstrução do apêndice, mas reunimos os principais fatores de risco para a apendicite; confira:
- Acúmulo de fezes;
- Fecalito, uma pedra formada por fezes endurecidas;
- Vermes intestinais;
- Infecções intestinais;
- Traumatismo abdominal, como acidentes ou pancadas fortes na região da barriga;
- Acúmulo de gases no apêndice;
- Pressão dos gânglios linfáticos;
- Diminuição dos movimentos intestinais em decorrência de uma alimentação pobre em fibras.
Quais são os sintomas de apendicite?
A apendicite se manifesta através dos seguintes sintomas:
- Dor e desconforto abdominal intenso;
- Vômitos e náuseas;
- Perda de apetite;
- Prisão de ventre ou diarreia;
- Acúmulo de gases;
- Inchaço na barriga.
“A dor de apendicite pode ir e voltar?” Essa é uma das dúvidas mais frequentes entre os pacientes, que podem confundir os sintomas desta condição com outros problemas gastrointestinais, como, por exemplo, a gastrite nervosa.
Bom, a resposta para a pergunta acima é: varia de caso a caso. A dor da apendicite pode amenizar com o uso de analgésicos ou anti-inflamatórios; mas isso não impede que ela surja novamente. Por isso, o nosso alerta é: tenha atenção aos sinais e consulte seu time de saúde o quanto antes.
Dor de apendicite: como identificar?
A dor de apendicite aparece, na maioria dos pacientes, no lado direito do abdômen. Porém, não se apegue a essa informação, já que não é em todos os quadros clínicos que a dor é “bem localizada”. Podem surgir até dores abaixo do umbigo, por exemplo. Nesse caso, é importante estar atento à combinação dos sintomas característicos da doença e comunicar todos eles ao profissional de saúde, para facilitar o diagnóstico.
Como diagnosticar apendicite?
Embora o diagnóstico de apendicite possa ser realizado clinicamente por um médico, com palpação do local e avaliação dos sinais, existem alguns exames que ajudam a identificar o problema, como:
- Exame de sangue para avaliar a quantidade de células brancas, verificando assim a presença de inflamação no organismo;
- Ultrassom abdominal;
- Tomografia;
- Exame de urina para descartar se os sintomas não estão sendo causados por infecção urinária.
O ideal é ir a um hospital para identificar o problema e iniciar o tratamento correto o mais cedo possível. Cuide da coisa mais importante do mundo: a sua saúde.
Quais são as formas de tratamento de apendicite?
O tratamento irá depender do tipo de apendicite:
- Para apendicite aguda: o tratamento recomendado é a cirurgia de retirada do apêndice. Geralmente, é preciso que ela seja realizada o mais rápido possível para evitar o rompimento do órgão. Isso porque caso o apêndice rompa, pode ocorrer sepse, uma infecção muito grave que pode colocar a vida em risco.
- Para apendicite crônica: recomenda-se o uso de analgésicos, anti-inflamatórios ou antibióticos. Existem casos em que só com as medicações já se resolve, como também há situações em que elas podem ser suficientes e a solução ser a cirurgia de retirada do apêndice.