Cerca de 15 milhões de pessoas têm pré-diabetes no Brasil, segundo uma pesquisa do International Diabetes Federation. Pré-diabetes é o termo usado para o estágio que precede o diabetes tipo 2, a fase em que os sinais da doença crônica começam a surgir.
Muita gente desconhece o pré-diabetes e acaba ignorando involuntariamente os sinais, o que pode resultar no agravamento do quadro. Porém, a boa notícia que serve até mesmo de alerta é: o caso pode ser reversível com o diagnóstico precoce.
Neste artigo você irá conhecer o que é pré-diabetes, quais são suas principais causas, se existem sintomas, possíveis tratamentos e prevenção.
Antes de tudo, é preciso saber que diabetes é uma doença crônica causada pelo aumento de glicose no sangue. Além disso, esse diagnóstico se dá também pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que controla a substância na corrente sanguínea.
Uma pessoa com pré-diabetes, de acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, apresenta um nível de glicose acima do normal, porém não tão alto que possa ser determinado como diabetes. Entretanto, esse diagnóstico é considerado um estágio entre o estado saudável e o diabetes tipo 2. E o que isso quer dizer? Significa que o corpo está dando um alerta de que o risco de adquirir a doença futuramente é alto.
Como dito anteriormente, a alteração de glicemia no sangue acontece pela insuficiência ou falta de produção de insulina no organismo. O pâncreas é o órgão responsável pela produção dessa substância, fazendo com que o açúcar na corrente sanguínea seja absorvido pelas células do organismo, servindo como fonte de energia.
O estágio de pré-diabetes é um quadro considerado reversível. No entanto, é necessário o diagnóstico e tratamento para que o caso não evolua para diabetes crônica, que há tratamento, porém não há possibilidade de cura.
Segundo um artigo publicado nos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, cerca de 25% das pessoas com pré-diabetes desenvolvem diabetes tipo 2 em três a cinco anos.
Muitas pessoas têm o seu nível de açúcar acima do que deveria, e na maioria das vezes (erroneamente!) o pré-diabetes não é visto como um problema somente pelo fato de não ser um diagnóstico de doença crônica. Entretanto, é importante ressaltar que este é um alerta para tratamento e acompanhamento médico – em que provavelmente serão exigidas mudanças na alimentação e introdução de atividades físicas.
Quais as causas e sintomas do pré-diabetes?
As causas mais comuns do pré-diabetes são o aumento de peso, má alimentação, sedentarismo ou herança genética. Mas, assim como o diabetes, é um quadro clínico que pode ter mais de um fundamento. Um dos maiores questionamentos quando o assunto é pré-diabetes é saber se há sintomas para esse diagnóstico.
A verdade é que não existem manifestações físicas, ou seja, é um problema silencioso. Entretanto, segundo a Associação Brasileira de Nutrição, é recomendado a realização de teste glicêmico com certa regularidade, principalmente indivíduos que não têm uma rotina saudável, o que inclui uma má alimentação e inatividade física. O time de saúde está sempre alerta a esse tipo de acompanhamento.
Pessoas com histórico familiar de diabetes tipo 2 também devem fazer o exame com periodicidade, assim é possível reverter a situação caso o diagnóstico seja detectado. Inclusive, o agravamento dessa doença é a causa mais comum de cegueira, amputações e ataque cardíaco.
Antes de mais nada, é importante se consultar com um médico para que, com base nos resultados dos exames de sangue e glicemia, possa diagnosticar o pré-diabetes. Como se trata de um estágio entre o estado saudável e o diabetes tipo 2, as principais recomendações são mudanças de hábitos, como:
- Reeducação alimentar, ou seja, adoção de práticas saudáveis no que se refere à alimentação: reduzir alimentos com alto índice de açúcar, gorduras e farinha branca. Além disso, existem comidas que atuam no combate ao excesso de açúcar na corrente sanguínea, como verduras, grãos integrais e legumes.
- Prática regular de atividades físicas: sair do sedentarismo e se exercitar faz com que a glicose no sangue seja controlada. Quando o indivíduo gasta energia, o seu organismo usa o açúcar do sangue com mais agilidade.
Realizando as mudanças citadas acima, o quadro clínico do paciente pode ser revertido, normalizando a sua taxa glicêmica no sangue. Porém, é válido lembrar que manter a rotina saudável mesmo depois da regularização é primordial para uma maior qualidade de vida e bem-estar.
Existem casos de pessoas que, por outros motivos de saúde, não conseguem fazer uma mudança em seu estilo de vida. Nesta situação, o médico avalia o caso e, se necessário, indica o uso de medicamentos.
Essa é a pergunta mais importante. Mesmo que você não tenha sido diagnosticado com pré-diabetes, é fundamental adotar um estilo de vida que previna que o problema apareça. Nesse caso, a prevenção segue as mesmas premissos do tratamento.
Além da prática de exercícios físicos e a adoção de uma alimentação balanceada, ressaltamos a importância do cuidado com a saúde mental. A mudança nos hábitos pode não ser algo tão fácil de lidar, por isso é importante o olhar do time da saúde com o médico de família, capaz de ter esse olhar e atenção à vida integral do paciente.