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Dislexia: entenda como funciona esse problema de linguagem

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Outubro também é considerado o mês de conscientização sobre a dislexia, um distúrbio de neurodesenvolvimento que interfere nas habilidades visuais e auditivas, dificultando o desenvolvimento da linguagem. O próprio nome da condição já sugere essa complicação com as palavras (dis = dificuldade; lexia = palavras). 

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), essa condição é bastante frequente nas salas de aulas, acometendo cerca de 5% a 17% da população mundial.

Esse transtorno de aprendizagem é sério, mas acaba sendo erroneamente confundido com preguiça ou falta de vontade por parte da criança que está passando por essa dificuldade. Além de causar frustração e até prejudicar a saúde mental do pequeno, esse julgamento atrapalha o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento da condição.

Por isso, é fundamental conscientizar os pais e responsáveis e os profissionais da educação sobre a existência da dislexia, a fim de garantir um acesso educacional de qualidade para todos! Confira os tópicos a seguir e descubra como identificar sintomas sugestivos da condição (e o que fazer se conhecer alguém que os possui):

  1. O que é dislexia?
  2. Sinais de dislexia
  3. O que causa dislexia?
  4. Como diagnosticar a dislexia
  5. Diferença entre dislexia e TDAH
  6. Tratamento para dislexia
  7. Apoio familiar e escolar
  8. Atividades para crianças com dislexia

O que é dislexia?

A dislexia é um transtorno de aprendizagem de origem biológica que dificulta a fala, a leitura e a escrita. Ela afeta crianças e adultos, mas é comumente observada durante a infância, principalmente na fase escolar (que começa, geralmente, a partir dos 4 anos). Pessoas com dislexia apresentam dificuldade para decodificar as palavras pelo som, o que atrapalha o reconhecimento desses termos na hora de ler e escrever.

Por exemplo: uma pessoa sem dislexia usa três áreas do cérebro para ler – uma para identificar as letras, outra para entender o significado delas e a última para processar toda a informação. Em pessoas com esse distúrbio, as duas primeiras áreas menos ativas. 

Essa falta de compreensão das palavras pode limitar o desenvolvimento do vocabulário e a compreensão de conhecimentos gerais, dificultando o aprendizado como um todo. A dislexia possui diferentes graus, divididos em leve, moderado ou severo. Isso é definido a partir do nível de dificuldade apresentado pela pessoa. 

Sinais de dislexia

Geralmente, a suspeita de dislexia surge durante o processo de alfabetização escolar, quando a criança não consegue assimilar os ensinamentos passados em sala de aula. Mas, é possível observar sinais característicos da condição antes mesmo da pessoa iniciar a fase escolar, como:

  • Dispersão;
  • Fraco desenvolvimento da atenção e de coordenação motora;
  • Atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem;
  • Dificuldade de aprender rimas e canções;
  • Dificuldade com quebra-cabeças indicados para a faixa etária da criança;
  • Falta de interesse por livros impressos.

Já na idade escolar, os sinais podem evoluir para:

  • Desatenção e dispersão;
  • Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
  • Problemas para ler e escrever sozinho;
  • Pouco conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);
  • Dificuldade para soletrar;
  • Dificuldade na coordenação motora fina (letras, desenhos, pinturas etc.) e/ou grossa (ginástica, dança, etc.);
  • Desorganização geral e dificuldade com memória de curto prazo;
  • Confusão para diferenciar a esquerda e a direita;
  • Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc.;
  • Vocabulário reduzido, com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas;
  • Dificuldade com a percepção espacial;
  • Dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada.

Se você conhece alguém que apresenta mais de um desses sintomas, é bem provável que essa pessoa tenha dislexia. 

O que causa dislexia?

A dislexia tem origem neurobiológica e é multifatorial, com causas que podem ser genéticas ou ambientais. Isso mesmo, se os pais tiveram dislexia, a probabilidade dos filhos também manifestarem a condição é grande. 

Quanto às causas ambientais, podem surgir alterações cerebrais devido a um atraso no amadurecimento do Sistema Nervoso Central ou falha na comunicação entre os neurônios, provocadas por complicações de saúde no parto ou início da vida.

Como diagnosticar a dislexia

O diagnóstico de dislexia deve ser multidisciplinar. Isso significa que é necessário passar por avaliação de psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos clínicos. Esses profissionais irão aplicar testes específicos para observar as características dessa dificuldade de aprendizado. Dependendo do caso, também pode ser necessário o envolvimento de um neurologista e um oftalmologista.

Quanto antes este transtorno for diagnosticado, menor será a defasagem escolar e o impacto emocional. Por isso, fique atento aos sinais e, se a criança já estiver em fase escolar, mantenha sempre um diálogo aberto com a escola.

Diferença entre dislexia e TDAH

Como as duas condições podem dificultar o rendimento escolar, é comum confundi-las. Mas elas são diferentes. Como vimos até agora, a dislexia é um transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, devido a dificuldade em reconhecer as palavras.

Já o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é caracterizado pela desatenção, inquietude e impulsividade, como indica a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA). Ou seja, enquanto a pessoa com dislexia não conhece identificar as letras, a pessoa com TDAH tem mais dificuldade para se concentrar e assimilar a informação.

Tratamento para dislexia

Assim como o diagnóstico, o tratamento para dislexia deve ser multidisciplinar, definido a partir das particularidades de cada caso. O objetivo, de modo geral, é usar estratégias personalizadas que estimulem a leitura, a escrita e a visão – com o auxílio de profissionais especializados em cada área de atuação.

Dessa forma, com bastante apoio e incentivo, a pessoa com dislexia vai encontrando sua própria maneira de aprender, ativando seus múltiplos sentidos e vencendo a dificuldade de assimilar as palavras. Se a condição for tratada desde cedo, ao atingir a vida adulta, esse indivíduo já saberá como lidar e conviver com esse déficit, sendo capaz de desenvolver estratégias que compensarão este problema, facilitando o andamento da vida acadêmica.

Apoio familiar e escolar

Sabemos que pessoas com dislexia precisam de uma atenção especial para aprender, mas isso não significa que elas devam ser excluídas da sala de aula. Esse trabalho com psicólogos, fonoaudiólogos, etc., deve ser feito de forma complementar. Tirar a criança do convívio com os colegas pode, inclusive, atrapalhar a evolução do tratamento.

E para que essa inserção seja feita da melhor forma possível, os professores da educação básica podem recorrer a orientações de especialistas para atender alunos com transtornos como a dislexia adequadamente. Normalmente, essas orientações visam estimular a autonomia do estudante, com abordagens como:

  • Dar instruções orais e escritas;
  • Explicar claramente as atividades que serão realizadas;
  • Incentivar atividades em grupo e fora da sala de aula.

O apoio escolar nessa fase de alfabetização será um grande diferencial para a pessoa com dislexia, assim como o apoio da família – que vai desde observar os sinais iniciais da condição e procurar auxílio de um time de saúde até ajudar a pessoa com as lições de casa respeitando a forma de raciocínio dela.

Conscientizar sobre os sinais e formas de tratamento para dislexia é fundamental para que cada vez mais os casos sejam diagnosticados de forma precoce, e que mais pessoas possam ter acesso a educação inclusiva e de qualidade.

Atividades para crianças com dislexia

Além do acompanhamento profissional, que tal incorporar na rotina em casa algumas atividades que ajudam a aguçar o desenvolvimento infantil de pessoas com dislexia? Isso fará toda a diferença para o tratamento. A música, por exemplo, é uma grande aliada do Sistema Nervoso Central. Tente fazer brincadeiras cantadas – ou até mesmo estudar utilizando música, sempre incentivando a criança a criar sua própria canção.

Os jogos eletrônicos também podem ser usados para estimular a criança, especialmente aqueles que envolvem questões lógicas e que necessitam de habilidades motoras. Além disso, jogar caça-palavras, forca e palavra-cruzada é uma ótima maneira de incentivar o pequeno a assimilar as letras e compreender o sentido das palavras.

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