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Dermatite alérgica: conheça as causas, sintomas e tratamento

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Tem incômodo mais irritante do que aquela coceira que não para por nada? A dermatite alérgica, ou dermatite de contato alérgica, possui um nome bastante autoexplicativo. Isso porque ela é caracterizada por uma reação alérgica que surge após o contato com alguma substância identificada como invasora pelo sistema imunológico. 

Geralmente essa substância é proveniente de cosméticos, como perfumes e produtos de higiene; metais, como anéis, brincos e colares; e látex, presente em preservativos e luvas, por exemplo. “A dermatite alérgica de contato pode atingir até 20% das crianças, sendo rara nos primeiros meses de vida. A prevalência de casos aumenta com a idade”, explica Karina de Paula Bastos Santos, médica de Família e Comunidade na Sami.

Dependendo do agente causador, a dermatite alérgica pode ser considerada uma doença ocupacional, quando a substância está inserida no ambiente de trabalho. É o caso de pessoas que trabalham em salões de beleza e precisam entrar em contato com produtos para cabelo ou esmaltes, ou em atividades mecânicas, e mexem com graxas e afins, por exemplo.

Essa condição provoca bastante desconforto e precisa de diagnóstico profissional para receber o tratamento adequado. Confira os tópicos abaixo e saiba mais sobre o que é e como prevenir a dermatite alérgica:

  1. O que é dermatite alérgica (de contato)?
  2. Causas para dermatite alérgica
  3. Sintomas de dermatite alérgica
  4. Como diagnosticar?
  5. Como se pega dermatite alérgica?
  6. Tratamento para dermatite alérgica
  7. Como prevenir a dermatite alérgica

O que é dermatite alérgica (de contato)?

A dermatite alérgica, ou dermatite de contato alérgica, como também é conhecida, é uma reação inflamatória na pele após exposição repetida a algum produto ou substância, como perfumes, cremes hidratantes, esmaltes de unha, medicamentos de uso tópico, etc. Essa lesão pode ser apenas local ou se estender para outras partes.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), esse tipo de dermatite pode demorar meses ou até anos para acontecer após o contato inicial com o alérgeno. Isso ocorre devido às ações do sistema de defesas do organismo. Felizmente, essa condição não oferece sérios riscos à saúde. Mas se não for tratada adequadamente pode causar bastante desconforto e até mesmo infecções de pele.

Causas para dermatite alérgica

Existem algumas substâncias que podem causar essa reação de hipersensibilidade do sistema imune. As principais são:

  • Plantas;
  • Medicamentos tópicos, como antibióticos, anestésicos e antifúngicos;
  • Metais, como níquel ou outros presentes em bijouterias, relógios, roupas ou calçados;
  • Borracha, incluindo látex, presente em luvas, preservativos, balões e cateteres;
  • Cosméticos, como perfumes, desodorantes, shampoos, condicionadores, cremes hidratantes, tintas para cabelo e esmaltes de unhas;
  • Roupas e tecidos sintéticos;
  • Detergentes e solventes;
  • Adesivos;
  • Cimento, óleos, graxas e tinta de parede.

Compostos como cimento, graxas, solventes, tinta de parede e até detergente e alguns cosméticos estão diretamente relacionados ao trabalho e, nesse caso, caracterizam a dermatite alérgica como uma doença ocupacional.

Ao penetrar o tecido da pele pela primeira vez, essas substâncias podem não ser reconhecidas pelo sistema imunológico, o que as tornam partículas estranhas no corpo e que precisam ser combatidas. 

Depois de ganharem esse “registro” de invasoras, quando elas entram em contato com a pele novamente, as defesas do organismo já as reconhecem e se preparam para atacá-las, o que dá origem aos sintomas locais, como coceira e ardência.

Sintomas de dermatite alérgica

Os sintomas da dermatite alérgica são locais, ou seja, se manifestam na pele. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), os principais sinais dessa reação inflamatória são:

  • Coceira intensa;
  • Irritação (sensação de queimação ou ardor);
  • Vermelhidão local;
  • Inchaço;
  • Manchas escuras ou avermelhadas;
  • Pele seca ou rachada;
  • Descamação da pele;
  • Bolhas vermelhas ou brancas (às vezes preenchidas por um líquido);
  • Sensibilidade local;
  • Pequenas crostas na pele, na região de contato.

Esses sintomas costumam causar bastante desconforto e aumentar a intensidade de dois a três dias após o contato com o alérgeno, apresentando uma melhora em cerca de 2 a 4 semanas. Mas, se mesmo após esse período os sinais continuarem ou se estenderem a outras partes do corpo, é fundamental consultar um profissional da saúde novamente.

Uma boa maneira de aliviar a coceira, por exemplo, além de seguir à risca o tratamento indicado pelo médico, é aplicar gaze ou um pano fino embebido em água fria ou solução de burow (acetato de alumínio) durante uma hora, e várias vezes ao dia. Essa prática ameniza a coceira – que pode ser a porta de entrada para infecções – e ainda ajuda na recuperação cutânea.

Como diagnosticar?

Ao observar os sintomas característicos da dermatite alérgica, lembre-se de anotar ou guardar o componente causador da reação e procurar um time de saúde. Os profissionais podem realizar um teste alérgico de contato, também chamado de patch-test

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, esse teste consiste em aplicar cerca de 30 a 40 substâncias na pele das costas através de adesivos, que ficam em contato com a região por 48 horas. Depois desse período, se observa quais causaram ou não alergia. E é a partir desse resultado que a causa e o tratamento da dermatite alérgica são definidos.

Como se pega dermatite alérgica?

A dermatite alérgica não é uma doença contagiosa. Isso significa que ela não é transmitida de uma pessoa para outra. Sendo assim, não é possível pegar dermatite alérgica. O que acontece é uma reação inflamatória própria do organismo a determinadas substâncias, como medicamentos, cosméticos, metais (presentes em bijuterias), detergentes e mais.

Por isso, para desenvolver dermatite de contato alérgica, é necessário ter hipersensibilidade natural a algum desses componentes.

Tratamento para dermatite alérgica

Antes de definir o tratamento, é preciso entender a origem, a gravidade e a extensão da inflamação. isso vai ajudar a escolher a melhor estratégia para o quadro, se serão apenas medidas locais ou com medicações via oral ou injetáveis. 

Mas, de modo geral, a primeira etapa para tratar a dermatite de contato alérgica inclui higienização com água, a fim de remover vestígios do alérgeno responsável pela irritação. Se as lesões estiverem na fase aguda (recentes), uma ótima opção é usar compressas úmidas, secativas e/ou antissépticas. 

Se a pessoa estiver com coceira muito forte ou o quadro evoluiu para formas mais graves, pode ser indicado o uso de medicamentos (antialérgicos orais ou corticosteróides orais ou injetáveis) prescritos pelo profissional da saúde. Depois da fase aguda, a pele tende a ficar mais seca e sensível. Para esse período, o ideal é aplicar hidratantes que auxiliam na reparação e proteção cutânea.

Para tratar a dermatite alérgica é sempre importante consultar um profissional da saúde. Não se automedique ou se deixe levar por “soluções mágicas” indicadas por conhecidos; o tratamento é personalizado e se não for feito da forma correta pode agravar a condição.

Como prevenir a dermatite alérgica

A prevenção da dermatite de contato alérgica consiste em evitar o agente alérgeno. Por isso é importante ter o diagnóstico exato da substância causadora. As orientações incluem limpar bem a pele e trocar os produtos que causam irritação, como no caso dos cosméticos – para isso, observe os rótulos ou até mesmo entre em contato com o fabricante para obter informações mais detalhadas.

Caso a dermatite alérgica seja ocupacional e não exista a possibilidade de trocar os produtos utilizados no trabalho, como no caso de pessoas que trabalham com mecânica, salão de beleza e materiais de construção, uma boa alternativa é utilizar luvas de proteção.

Para evitar que o suor piore os sintomas, tente fazer “pausas” sem as luvas para a mão respirar, além de usar luvas de algodão por baixo das de borracha, para não irritar a região – especialmente se uma das substâncias alérgenas for a borracha.

Outra forma de prevenção bastante eficiente é manter a pele sempre bem hidratada, com uso constante de hidratantes corporais e sabonetes emolientes, que não oferecem o risco de ressecar a pele. Isso ajuda a fortalecer a barreira de proteção cutânea contra os causadores da dermatite alérgica.

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