Quantas vezes você já se esforçou para lembrar de algo e não conseguiu? Já reclamou que sua memória é péssima? Cada vez mais, jovens passam a reclamar da falta de memória. O que antes era um problema que mais atingia os idosos, atualmente alcança pessoas com menos idade, independente de doenças neurológicas, como o Alzheimer. Daí, a pergunta de milhões é: como melhorar a memória?
É comum encontrarmos pessoas que não se lembram o básico do dia a dia. A frase “não lembro nem o que comi ontem” se popularizou e não foi à toa. É comum se esquecer onde estacionou o carro, onde deixou a chave ou o que fez ontem, se for uma tarefa corriqueira.
Se essas situações já aconteceram e você se forçou a lembrar da informação, saiba que, de acordo com estudos, a maneira de refrescar a memória está errada. Se concentrar para lembrar do famoso “branco” não impulsiona a memorização. Então, como melhorar a memória? Vamos entender como o cérebro funciona!
- Como fazer o cérebro funcionar melhor?
- Como funciona a memória: onde elas ficam?
- Como melhorar a memória?
- Quais alimentos ajudam a melhorar a memória?
- Qual a relação entre a Covid-19 e a perda de memória?
Como fazer o cérebro funcionar melhor?
Segundo descobertas recentes publicadas pela BBC, pesquisas sobre concentração relataram que o melhor remédio para a memória é não fazer nada. Parece contraditório, mas o cérebro funciona melhor se dermos pausas sem interferências. https://www.bbc.com/future/article/20180208-an-effortless-way-to-strengthen-your-memory
A geração atual tem cada vez mais acesso à informação. O e-mail não para, o celular não desliga e os chats de conversas vivem lotados. Essas interferências atrapalham as pausas que antes eram comuns, mas que hoje se tornaram quase impossíveis. Reflita: na última semana, quantas horas passou sem olhar para uma tela e descansando?
Ter o mínimo de interferência para o cérebro conseguir se organizar melhor e entender as reações é fundamental para o seu funcionamento. Estamos tão agitados e agindo no automático que paramos de dar as pausas importantes.
De acordo com um estudo feito por um psicólogo alemão, Georg Elias Muller, o grupo que descansou depois de estudar conseguiu lembrar de 50% do que precisava, contra 28% do grupo que continuou estudando direto.
Como funciona a memória: onde elas ficam?
A memória, basicamente, é a maneira que o cérebro tem de armazenar informações. Muitas vezes, essas informações só são ativadas quando necessário. Para se ter uma ideia, nosso cérebro possui cerca de 86 milhões de neurônios e eles se conectam por meio de pontos de contato. É justamente por essa conexão que conseguimos acessar nossas memórias.
Chamadas de sinapses, essas conexões podem enfraquecer com o passar do tempo e muitas vezes pela quantidade de estresse que enfrentamos durante o dia a dia. A perda dessas sinapses resulta na falta de memória e outras informações cruciais para o nosso corpo.
Além da importância das pausas, o sono é o protagonista em reparar essas conexões. Por isso, uma noite bem dormida é essencial para o funcionamento da memória.
Localizadas no hipocampo, no córtex cerebral, essa área é a responsável direta pelas memórias, tanto de curta quanto de longa duração.
Como melhorar a memória?
Agora chegamos ao grande X da questão: como melhorar a memória? Como vimos anteriormente, estudos já comprovaram que o descanso é o melhor aliado para manter a memória em dia.
Se você tem se queixado da sua memória, comece a dar pausas sem interferências de redes sociais. De acordo com a pesquisadora da Universidade de Nova Iorque, Lila Davachi, o cérebro promove atividade de memorização durante os períodos de descanso.
Com isso, dê pausas de 10 a 15 minutos entre tarefas importantes. É bem provável que, ao fazer esse exercício, irá notar melhoras na sua capacidade de relembrar. Além disso, existem outras maneiras que também podem auxiliar a ter recordações.
Entre elas, evitar fazer muitas tarefas ao mesmo tempo é imprescindível. Parece impossível fazer uma coisa de cada vez em um mundo onde a informação chega a milésimos de segundos. O único problema de ser tão agitado quanto o que está ao nosso redor é a perda da nossa concentração e, claro, da recordação.
A prática de atividades físicas também é recomendada para manter a saúde e o bem-estar e, lógico, que não ficaria de fora das recomendações. Os benefícios que o exercício traz para o corpo também atingem o cérebro. Isso porque a prática de atividade física está diretamente ligada à formação de novos neurônios.
Ter um sono reparador também é essencial para estar com a memória em dia. De nada vai adiantar os exercícios físicos e as pausas durante intervalos se o seu sono não estiver controlado. É quando dormimos que nossas memórias são armazenadas no hipocampo.
Uma outra dica prática para ativar a memória é preparar mapas mentais. Para isso, transforme blocos de informações em alguns tópicos, assim, você consegue lembrar as informações com mais facilidade e organização.
Quais alimentos ajudam a melhorar a memória?
A alimentação afeta todo o nosso organismo, e não seria diferente com o nosso cérebro. Alimentos ricos em nutrientes são excelentes para a memória, assim como reduzir o nível de açúcar.
O excesso de açúcar traz uma bomba de energia passageira que faz o cérebro ficar muito atento às informações, mas sem aproveitá-las. Conhecido por ser um “ladrão de energia”, alimentos com muito açúcar dificultam o processo de memorização.
Entre os alimentos que são aliados à memória, estão:
- Couve-flor;
- Chocolate amargo;
- Noz;
- Chá-verde;
- Brócolis;
- Frutas;
- Peixes.
Qual a relação entre a Covid-19 e a perda de memória?
Em muitos relatos, pessoas afirmam que após a contrair a Covid-19 sentiram a dificuldade de memorizar as informações. É certo que a falta de concentração, esquecimento e cansaço mental são um dos sinais de declínio cognitivo ocasionados pela doença.
No entanto, a relação entre a perda ou falta de memória e a Covid-19 ainda é estudada. Em um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), metade das pessoas que foram diagnosticadas com Covid-19, mesmo em casos leves, apresentam sequelas e, entre elas, a perda de memória.
Fadiga, tosse, dificuldade de respirar, perda do paladar e dores de cabeça frequentes também são sequelas observadas após a infecção.
Mesmo com os estudos ainda em andamento, a Rede Sarah observou 614 pacientes que tiveram Covid e relatou que a perda de memória e a falta de concentração como sequelas da doença afetam tanto pacientes que tiveram uma infecção mais branda como a grave.