Liderança feminina é um tema que vem ganhando destaque nas últimas décadas. Porém, ainda existem muitos obstáculos para que esse tipo de liderança deixe de ser a exceção. De acordo com uma pesquisa feita em 2019, três em cada 10 pessoas no Brasil ainda não se sentem confortáveis em ter uma líder mulher.
E o mais impressionante dessa pesquisa é que mulheres também concordam que se sentem mais satisfeitas com a liderança masculina.
Mesmo que a sociedade já tenha evoluído muito, ainda existe muito trabalho pela frente. Trabalho esse que vai muito além de oferecer oportunidades iguais para os dois gêneros, mas sim fornecer uma nova perspectiva de presente e futuro que contribua para a cultura da sociedade. Vamos entender melhor sobre isso?
- Mulheres no poder: qual a importância?
- Como estimular a liderança feminina?
- Quais são os desafios que as mulheres sofrem ao exercer cargos de liderança?
Mulheres no poder: qual a importância?
Promover a diversidade é fundamental para uma empresa mais criativa e produtiva. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, empresas que promovem a diversidade de gênero nas lideranças apresentam um crescimento de 5% a 20% nos lucros.
Mesmo com dados que apoiam o envolvimento mais ativo das mulheres na liderança, elas ainda enfrentam barreiras quando traçam uma carreira.
Estabelecer uma liderança diversa é fundamental para o desenvolvimento da empresa, a começar pela igualdade de gênero. Não é difícil enxergar esse problema no mercado, basta observá-lo: quantas mulheres você conhece que ocupam cargos de liderança? Se quisermos ser ainda mais precisos, quantas delas são negras?
Ao pararmos para analisar o mundo corporativo, vemos o quanto esse assunto ainda é um problema que precisa ser resolvido. Mulheres possuem toda a capacidade técnica e comportamental para conseguir lidar com maestria as demandas de um cargo mais alto.
Além disso, as transformações atuais no mundo corporativo, como a nova geração, o meio digital e o futuro do trabalho, contribuem para que a liderança feminina seja essencial em um time.
Isso porque uma equipe mais diversa e liderada de um modo inclusivo tem mais probabilidade de gerar resultados que vão além das expectativas, tanto de lucro como de desenvolvimento.
Os clientes também passaram a ter um olhar mais crítico para as empresas, se importando em como elas tratam seus colaboradores e se estão engajadas com as pautas atuais da sociedade.
Como estimular a liderança feminina?
A Organização das Nações Unidas (ONU) elaborou uma cartilha que estimula a liderança feminina. Chamada de Princípios de Empoderamento das Mulheres, o documento visa ser um guia para empresas conseguirem implementar ações na prática que fidelizem a identidade de gênero.
http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/cartilha_ONU_Mulheres_Nov2017_digital.pdf
O artigo se adequa a realidade brasileira e estimula a liderança por meio de sete princípios, são eles:
- Estabelecer a liderança corporativa feminina em cargos de alto nível;
- Tratar homens e mulheres de maneira justa e com respeito aos direitos humanos.
- Garantir a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os colaboradores da empresa;
- Promover educação e capacitação profissional voltada para mulheres;
- Apoiar o empreendedorismo de mulheres, bem como promover políticas de empoderamento das mulheres;
- Promover a igualdade de gênero por meio de iniciativas;
- Medir, documentar e publicar os avanços da empresa em relação à igualdade de gênero.
Quais são os desafios que as mulheres sofrem ao exercer cargos de liderança?
Mesmo que lideranças femininas possibilitem mais lucro e desenvolvimento social para uma empresa, as mulheres ainda passam por desafios apenas por serem mulheres. Portanto, para promover a igualdade de gênero na liderança e a sua inclusão, é fundamental entender as barreiras pelas quais elas passam.
Por exemplo, é comum que mulheres consigam manter uma liderança mais acolhedora e flexível dentro de um ambiente corporativo. Por mais que isso seja vantajoso, ainda é visto como um problema justamente por ser muito difundido o conceito de que um chefe precisa impor medo para obter respeito.
Além disso, para conseguir atingir as próprias expectativas e superar as expectativas de uma empresa que “apostou em uma mulher” para um cargo, seja de liderança ou não, elas passam a assumir outras funções a fim de contribuir para a sua imagem, o que atrapalha sua saúde mental e vida pessoal.
Sem contar que na grande maioria das vezes as mulheres exercem duas funções: a profissional e a vida doméstica. Culturalmente, muitas demandas da família e da casa são ditas como responsabilidades femininas. Elas precisam se desdobrar muito mais que os homens para atender a tarefas que deveriam ser responsabilidade dos dois. O cenário se torna ainda pior quando envolvem filhos.
Afinal, geralmente, quando mulheres com filhos são entrevistadas, quase sempre acontece a pergunta: “mas e se o seu filho ficar doente, você vai se ausentar do trabalho?”. No entanto, para os pais, o questionamento nem ao menos ocorre.
Mulheres precisam lidar com o preconceito de gênero causado direta ou indiretamente dentro do ambiente corporativo. Em alguns casos, elas enfrentam ainda mais problemas quando a profissão geralmente é dominada por homens: como engenharias, tecnologia da informação, jornalismo esportivo e por aí vai.
A batalha feminina pelo seu lugar no ambiente corporativo é antiga e continua sendo necessária. Para se ter uma ideia, foi apenas na Constituição de 1934 que as mulheres no Brasil tiveram a chance de participar da sociedade brasileira como presença ativa e exercer seu direito ao voto.
E foi apenas em meados do século 20 que suas conquistas se estenderam para o campo da educação, quando mulheres passaram a concluir o ensino superior e conseguiram novos atributos para terem um novo tipo de função.
Como vimos, a luta feminina pelo poder é uma causa necessária e que, se pararmos para analisar, traz benefícios para todos os gêneros e âmbitos da sociedade, bem como para os lucros de uma empresa.
Promover a diversidade social e a inclusão em todos os campos é fundamental para uma sociedade mais justa e igualitária. Precisamos mudar cada vez mais esse cenário fornecendo oportunidades e capacitações equivalentes para todos. Vamos juntos?