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TDAH: o que é e como ele afeta a qualidade de vida

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“Está com a cabeça nas nuvens?”, “você não presta atenção em nada”, “para de preguiça e termina isso logo”, “isso é manha”. Essas entre tantas outras frases são escutadas frequentemente por quem tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), em especial quando ainda são crianças. 

Na maioria das vezes, a pessoa nem sabe que tem essa condição, e começa a realmente acreditar que a sua desatenção, hiperatividade e impulsividade são por falta de vontade. E já dá para imaginar o quanto isso é prejudicial para a saúde mental, não é mesmo?

Por isso, antes de julgar alguém que se distrai fácil, é muito agitado, não consegue concluir tarefas e tem dificuldade para se organizar, é importante entender que isso pode ser um efeito direto do TDAH – e que, sem diagnóstico e tratamento, é difícil superar essas situações.

Se você conhece alguém assim e quer saber como ajudá-lo, continue com a leitura:

  1. O que é TDAH?
  2. O que causa o TDAH?
  3. Tipos de TDAH
  4. Principais sintomas de TDAH
  5. Diagnóstico de TDAH
  6. TDAH x Dislexia
  7. TDAH no ambiente de trabalho
  8. Tratamento para TDAH

O que é TDAH?

O TDAH é um tipo de transtorno neurobiológico, que tem como sintomas característicos a desatenção, a inquietude e a impulsividade. 

Esse distúrbio, que é mais comum em meninos, afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar. No entanto, costuma acompanhar a pessoa por toda a vida

Mas, se você tem ou conhece alguém com TDAH, não deixe essa informação te desanimar! Com o tratamento certo, dá para aprender a conviver com o TDAH sem grandes empecilhos.

Mas, até atingir essa harmonia com a condição, há muitos desafios pela frente. Na infância, por exemplo, essa dificuldade em manter o foco e a agitação motora que caracterizam o TDAH costumam atrapalhar o rendimento escolar. Já na fase adulta, o transtorno pode trazer muita dor de cabeça no ambiente de trabalho.

O TDAH também pode dificultar as relações interpessoais, causando uma sensação de não pertencimento, afetando diretamente a saúde mental e a qualidade de vida.

O que causa o TDAH?

Mesmo com diversos estudos que buscam identificar qual é a origem do TDAH, ainda não há um consenso sobre o principal causador do transtorno, mas sabe-se que é algo multifatorial, com influências genéticas, neurológicas e ambientais. 

De modo geral, os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse distúrbio são:

  • Fatores genéticos;
  • Anormalidades cerebrais;
  • Baixo peso ao nascer;
  • Mãe fumante na gravidez;
  • Abuso infantil;
  • Negligência;
  • Múltiplos lares adotivos;
  • Exposição a neurotoxinas (chumbo).

Tipos de TDAH

Considerando os três sinais principais do transtorno (desatenção, hiperatividade e impulsividade), o TDAH pode ser dividido em três subtipos:

  • Apresentação combinada: quando os critérios de desatenção e de hiperatividade-impulsividade são preenchidos nos últimos 6 meses;
  • Predominantemente desatento: se os critérios de desatenção são preenchidos nos últimos seis meses, mas os de hiperatividade não;
  • Predominantemente hiperativo-impulsivo: quando os critérios de hiperatividade são preenchidos nos últimos seis meses, mas os de desatenção não.

E cada um desses tipos pode se manifestar em três níveis diferentes: leve, moderado e grave. O leve indica que, além dos sinais necessários para realizar o diagnóstico, a pessoa apresenta poucos sintomas. Já no estágio moderado, há uma diversidade um pouco maior de sintomas, mas ainda assim o prejuízo no convívio social não é tão acentuado. 

Pessoas que possuem TDAH grave, por sua vez, tendem a encontrar mais dificuldade para se relacionar social e profissionalmente, pois apresentam muitos sintomas além daqueles necessários para o diagnóstico. Mas, afinal, quais seriam essas manifestações do TDAH? Te contamos no próximo tópico!

Principais sintomas de TDAH

Como o TDAH afeta o indivíduo de formas diferentes, interferindo diretamente na qualidade de vida, de acordo com o Ministério da Saúde, podemos separar os sintomas da seguinte maneira:

Sintomas na infância 

  • Agitação;
  • Inquietação;
  • Distração recorrente com qualquer estímulo do ambiente, até mesmo com os próprios pensamentos;
  • Muita movimentação pelo ambiente;
  • Dificuldade para permanecer parado e/ou sentado na cadeira; 
  • Falam muito;
  • Dificuldade em permanecer atento em atividades longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes;
  • Esquecimento, desde coisas simples, como onde deixou o material escolar, até mais importantes, como o que estudaram para a prova;
  • Dificuldade em esperar sua vez de falar, interrompendo os outros com frequência e agindo sem pensar;
  • Dificuldade para se organizar e planejar o que precisa fazer.

Por causa desses sintomas, o desempenho escolar de uma criança com o distúrbio pode parecer inferior ao esperado para a sua capacidade intelectual. Por isso, o cuidado educacional deve ser diferenciado em casos de TDAH.

Sintomas na fase adulta

A estimativa é de que em torno de 60% das crianças e adolescentes com TDAH entrarão na vida adulta com sintomas de desatenção e hiperatividade/impulsividade, mas em menores proporções. Nesse cenário, os adultos costumam ter:

  • Dificuldade em organizar e planejar atividades do dia a dia;
  • Dificuldade para definir o que é ou não prioridade, começando diversas tarefas ao mesmo tempo e não concluindo nenhuma;
  • Estresse;
  • Medo de não conseguir dar conta de tudo, deixando trabalhos incompletos;
  • Procrastinação;
  • Instabilidade profissional;
  • Falta de foco e atenção.

Diagnóstico de TDAH

Se mesmo depois de conversar e orientar a pessoa, esses sinais permanecerem por mais de seis meses, especialmente em crianças, não seja ríspido! Ela não está fazendo isso por mal, e provavelmente isso a incomoda tanto quanto a você.

Nesse caso, procure um profissional da saúde e relate quais sinais o pequeno vem apresentando e com qual frequência eles aparecem – faça isso, de preferência, antes dos sete anos de idade, para evitar que ele sofra muito atraso escolar.

Geralmente, esse problema fica explícito já nos primeiros anos de escola, apesar de estar presente desde o nascimento. Mas é importante acompanhar a frequência e evolução dos sinais antes de definir um diagnóstico, pois avaliações precipitadas podem causar falsos positivos, assim como a indicação desnecessária de medicamentos.

TDAH x Dislexia

Cuidado para não confundir TDAH com dislexia, viu? Apesar das duas condições dificultarem o rendimento escolar, elas são bem diferentes. O TDAH é marcado pela desatenção, inquietude e impulsividade. Já a dislexia é um transtorno de aprendizagem que dificulta o reconhecimento das palavras, atrapalhando a área da leitura, escrita e soletração.

Resumindo: enquanto a pessoa com dislexia não conhece identificar as letras, a pessoa com TDAH tem mais dificuldade para se concentrar e assimilar a informação.

TDAH no ambiente de trabalho

Se no ambiente escolar já é difícil, imagina no corporativo. A competitividade do mercado de trabalho já é bastante prejudicial por si só, e pessoas com TDAH acabam sofrendo ainda mais para se manterem nesse meio. Lembra que falamos sobre a dificuldade em concluir tarefas, organizar uma rotina e não esquecer das coisas?

Pois bem. Quando isso se reflete no trabalho, acaba gerando um profissional que perde prazos e datas com frequência, tem dificuldade para expressar ideias, repete o mesmo erro várias e várias vezes, não consegue manter a atenção ao executar atividades simples e ainda tem dificuldade para escutar o outro falar – o que tira a eficiência dos feedbacks.

Se você tem um colaborador nessa situação, converse com ele. Levante o alerta sobre a possibilidade de ser TDAH e, com empatia, o oriente a procurar ajuda profissional. Agora, se você se identificou com os problemas citados acima, vá atrás de um time de saúde. Se o diagnóstico for confirmado, comece o tratamento e comunique seu gestor – nada de sofrer sozinho!

Tratamento para TDAH

O TDAH precisa ser tratado de forma multidisciplinar, combinando medicamentos, psicoterapia e, se necessário, fonoaudiologia. Se o paciente em questão for uma criança, é importante que pais e professores aprendam técnicas específicas que vão dar continuidade ao tratamento em todos os âmbitos da vida – não só durante as sessões.

E para que o tratamento seja positivo e tranquilo, é importante que amigos, familiares e professores (ou colegas de trabalho) tenham muito carinho, paciência e cuidado com a pessoa com TDAH. No lugar de palavras duras, ofereça acolhimento.

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