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Dietas restritivas para emagrecer: riscos para saúde e perigo do efeito sanfona

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A visita a um museu de arte mostra que nem sempre ser belo esteve atrelado a ser magro. Lá no século 14, quando surgiu o Renascimento, o ideal de beleza feminino envolvia quadris mais largos. Já os corpos masculinos tinham de ser musculosos e sem pelos. Algumas centenas de anos depois, tudo mudou: a moda é ter um corpo bem fininho. Esse vai e vem do ideal de beleza gera pressão estética há, literalmente, séculos. E, acompanhado disso, chegam os mais variados tipos de dietas restritivas que prometem entregar o corpo perfeito — muitas vezes, sem enfoque na saúde e no bem-estar.

A dieta restritiva é aquela que nos induz a riscar do cardápio componentes da alimentação que são fundamentais para o corpo humano, como proteínas, carboidratos e gorduras. A “dieta lowcarb”, por exemplo, indica praticamente zerar o consumo de carboidratos. Há também as dietas que pregam baixar drasticamente o consumo de calorias ou abolir o glúten da lista de compras. 

Orientação nutricional deve ser individualizada

Além de vetar o consumo de nutrientes importantes, as dietas restritivas também não contemplam a base de qualquer orientação nutricional: a individualidade. Cada organismo funciona de uma maneira e possui necessidades específicas, resultado do histórico de saúde e da genética de cada um. 

Não é todo mundo que pode comer livremente ou vetar qualquer tipo de alimento. Quem tem doença celíaca, por exemplo, deve passar longe de qualquer alimento com glúten. Outras pessoas podem ter de reforçar o consumo de alimentos que contenham ferro, devido a alguma deficiência do próprio organismo. 

Agora, imagine aplicar uma dieta idêntica a esses dois perfis. Diminuir o consumo de ferro de quem necessita do reforço desse mineral ou incluir glúten nas refeições de alguém com doença celíaca certamente vai acarretar problemas em série.

É por isso que toda dieta tem de ser prescrita a partir de um acompanhamento nutricional e respeitar as características de cada indivíduo.

Dietas nutritivas causam efeito rebote

Além dos prejuízos à saúde, eliminar nutrientes das refeições pode causar o temido efeito sanfona, quando o ganho e a perda de peso acontecem devido à falta de constância na dieta. Na dieta restritiva, o efeito sanfona ocorre por ao menos dois motivos. 

Primeiro: ao fim da dieta a pessoa volta a consumir o nutriente de forma exagerada, para suprir a “crise de abstinência”. Além disso, o próprio organismo se rebela contra a perda repentina de peso prometida pelas dietas restritivas. O cérebro percebe a mudança na alimentação como um perigo e desenvolve mecanismos para proteger a pessoa do “risco de emagrecimento.”

Em seu livro “O peso das dietas”, a nutricionista Sophie Deram explica que fazer dieta restritiva é uma das atitudes que mais “assustam e estressam o corpo e o cérebro”.

“O nosso metabolismo foi formatado ao longo de milhares de anos, quando a falta de comida era comum, e a busca por ela, uma atividade prioritária. Quem sobrevivia naqueles tempos era quem tinha gordura. Ainda hoje, o cérebro enxerga a gordura como proteção. Veja só o que acontece: seu cérebro vai aumentar o apetite, diminuir o metabolismo e fazer com que a obsessão por alimento se torne cada vez maior, justamente para que você coma e não corra nenhum risco de perder gordura.”

Perda de peso deve ser gradual e com saúde

Se você está com sobrepeso ou apresenta obesidade, é importante, sim, fazer uma reeducação alimentar que leve à perda dos quilos necessários para que você se sinta bem e saudável.

Como a gente sabe, a obesidade é fator de risco para doenças como hipertensão arterial, diabetes, problemas ortopédicos, apneia do sono, vários tipos de câncer e complicações cardiovasculares, como o infarto do miocárdio e os acidentes vasculares cerebrais.

Só não vale perder peso a qualquer custo e, pior, embarcar em dietas que prometem  rapidamente a paz com a balança mas que, a longo prazo, fazem com que você engorde ainda mais.

A reeducação alimentar corrige os hábitos alimentares prejudiciais, substituindo-os por outros mais saudáveis e que estejam de acordo com a rotina e as preferências da pessoa. Por isso, cada um deve seguir um plano nutricional individual, sempre com a orientação de um nutricionista. 

E é sempre bom termos em mente que a alimentação é apenas um dos pilares do emagrecimento saudável. Também é fundamental encontrar uma atividade física que você goste de praticar, criar uma disciplina que ajude a dormir bem e buscar o bem-estar mental. 

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