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Varíola dos macacos: conheça os sintomas e o modo de transmissão

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Enquanto a gente ainda se recupera da pandemia da COVID-19, que continua fazendo vítimas (até mesmo fatais), já entra em estado de alerta com mais uma doença: a varíola dos macacos, causada pelo vírus mokeypox. Essa doença é classificada como zoonose viral, ou seja, que é inicialmente transmitida de animais para os seres humanos.

No final de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência de saúde global para a doença. Até o início de agosto, o Mapa Global do Surto de Monkeypox 2022, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, registrou quase 32 mil casos no mundo todo. Desse total, mais de 2 mil pessoas infectadas vivem no Brasil – de acordo com o informe do Ministério da Saúde, de 6 de agosto.

São Paulo é o Estado que possui mais casos e sua capital foi, inclusive, a primeira cidade brasileira a confirmar um caso da doença. O paciente, um homem de 41 anos, tinha acabado de voltar da Espanha, que é o segundo país com maior número de casos, atrás apenas dos Estados Unidos.

Mas, atenção: apesar de a varíola dos macacos, quando surgiu, ter sido passada de um animal para um humano, esse surto acontece hoje, majoritariamente, pela infecção de pessoa para pessoa. Para saber mais sobre como a varíola dos macacos afeta a saúde e qual é o seu meio de transmissão, confira:

Sintomas da varíola dos macacos

Os principais sintomas da varíola dos macacos são:

  • Erupção (bolhas) ou lesões na pele;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Febre acima de 38,5ºC;
  • Calafrios;
  • Dores musculares;
  • Dor nas costas;
  • Fraqueza profunda;
  • Linfonodos inchados (estruturas que filtram substâncias nocivas à saúde).

A erupção e a lesão cutânea são características marcantes da doença, e, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), normalmente se manifestam no rosto, na palma das mãos, nas plantas dos pés, na boca, nos genitais e nos olhos. Essas bolhas podem ser planas ou elevadas, preenchidas com líquido amarelado ou claro. 

Elas tendem a aparecer de um a três dias depois do início da febre, evoluem para crostas, secam e caem sozinhas. A quantidade de erupções não é exata, já que pode variar de poucas e milhares. De modo geral, os sintomas normalmente duram de duas a quatro semanas e desaparecem sem tratamento.

Ao apresentar esses sinais, principalmente as bolhas na pele, a pessoa precisa realizar um exame PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real e/ou sequenciamento para receber a confirmação laboratorial ou não do vírus da varíola dos macacos.

Apesar dessas manifestações preocupantes e o número alarmante de pessoas infectadas, casos fatais são raros. De acordo com o Mapa Global do Surto de Monkeypox 2022, foram registradas 12 mortes por causa da doença – cinco em locais que não têm relatos históricos da varíola dos macacos, sendo uma delas no Brasil.

Como a varíola dos macacos é transmitida?

A transmissão da varíola do macaco ocorre pelo contato direto ou indireto (através de objetos infectados, como lençóis, por exemplo) com lesões na pele ou mucosas, sangue ou fluidos corporais de pessoas ou animais infectados. De humano para humano, a contaminação também pode ocorrer por meio de gotículas de saliva ou na relação sexual.

Uma pesquisa publicada no New England Journal of Medicine avaliou 528 pacientes de 16 países, diagnosticados de abril a junho de 2022, e observou que 95% das infecções aconteceram durante o sexo. Mesmo com essa ligação, a varíola do macaco não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST) convencional, já que pode ser adquirida através de qualquer tipo de contato físico.

Estou com varíola dos macacos: e agora?

Caso esteja com algum dos sintomas da varíola dos macacos, principalmente bolhas na pele, ou tenha tido contato recente com alguém diagnosticado com a doença, a recomendação é evitar contato próximo com outras pessoas e procurar uma unidade de saúde para realizar o teste PCR e ter assistência médica. 

Se o exame confirmar a suspeita de varíola dos macacos, lembre-se de avisar as pessoas que você teve contato recentemente. Quanto ao tratamento, na maioria dos casos as medidas de suporte já são suficientes. Isso significa que é uma atuação, basicamente, no alívio dos sintomas, pois não existe um tratamento específico para essa infecção.

É importante manter uma boa hidratação e, especialmente, cuidar das erupções cutâneas, deixando-as secar naturalmente ou, se necessário, protegendo-as com um curativo úmido. Evite tocar nas feridas situadas na boca ou nos olhos e, se for usar enxaguante bucal ou colírio, procure produtos que não contêm cortisona. Para febre ou dor de cabeça, o Ministério da Saúde recomenda antifebril e analgésico, respectivamente.

Vacina para varíola dos macacos

A vacina contra a varíola tradicional também é eficaz contra a varíola dos macacos. O problema é que ela não faz parte do calendário convencional de vacinação de regiões não endêmicas, como o Brasil. Por aqui, as campanhas foram interrompidas após a erradicação da doença, em 1980. Por isso, a OMS alerta que pessoas com 50 anos ou menos estão mais suscetíveis a contrair o vírus.

O Ministério da Saúde, porém, anunciou que está em tratativas com a OPAS e a OMS para adquirir vacinas contra a varíola dos macacos. Mas, enquanto esperamos a chegada da vacina, é essencial adotar atitudes preventivas no dia a dia, como:

  • Evitar contato próximo com pessoa infectadas ou, se necessário, usar luvas descartáveis;
  • Usar máscara;
  • Lavar as mãos com água e sabão frequentemente;
  • Usar álcool em gel;
  • Higienizar itens pessoais de pessoas infectadas com água morna e detergente.

São medidas simples já incorporadas à rotina por causa da pandemia da COVID-19 e que fazem toda a diferença na prevenção da varíola dos macacos. Proteja-se e caso tenha algum sintoma, procure uma unidade de saúde imediatamente.

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