Você conhece alguém que tem algum grau de surdez? Segundo o IBGE, 5% da população brasileira nasceu ou adquiriu a surdez ao longo da vida, o que corresponde a cerca de 10 milhões de cidadãos. É muita gente!
Esse número, porém, trata-se apenas das pessoas que não ouvem absolutamente nada. Já em outro censo, realizado também pelo IBGE, mais 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva (DA).
O diagnóstico da surdez é feito por um médico otorrinolaringologista, que, através de exames auditivos – como a audiometria, por exemplo – irá identificar o grau e o tipo da deficiência.
E quando o assunto é surdez, é comum termos uma série de dúvidas: tem cura? O que causa? Como saber qual é tipo? Quais são os principais sinais de alerta? Se você tem essas ou outras perguntas sobre o assunto, saiba mais nos tópicos abaixo:
- O que é surdez?
- Surdez súbita: o que é?
- O que causa perda de audição?
- Quais os tipos de surdez que existem?
- Conheça os cinco graus da perda auditiva
- Como diagnosticar cada tipo de surdez?
- A surdez tem cura?
O que é surdez?
A surdez trata-se de uma condição em que o indivíduo perde a audição, de forma parcial ou total, o que dificulta a sua comunicação.
A audição é formada por um sistema de canais que conduzem o som até o ouvido interno, onde as ondas são transformadas em uma espécie de estímulos elétricos. Assim, eles são enviados ao cérebro, onde ocorre a identificação daquilo que se ouve. Quando há algum problema nesse sistema, a surdez pode surgir.
Ela pode ser congênita, isto é, quando a pessoa já nasce com a deficiência, ou adquirida no decorrer da vida, por predisposição genética ou outros motivos, como acúmulo de cera, AVC, etc. Além disso, a deficiência auditiva pode ocorrer em um único ouvido ou nos dois.
Surdez súbita: o que é?
A surdez súbita acontece quando a perda da audição é repentina. Nestes casos, existem duas possibilidades:
- Em um ouvido: pode estar relacionada a alguma infecção, excesso de cera ou perfuração no tímpano.
- Nos dois ouvidos: geralmente acontece devido a exposição a sons altos ou uso de medicamentos tóxicos aos ouvidos. Isso porque essas situações podem causar danos aos nervos que controlam a audição.
Os sinais mais comuns da surdez súbita são: zumbido no ouvido, tontura e sensação forte de pressão no ouvido. É importante prestar atenção nesses sintomas, pois quanto antes identificar a deficiência e iniciar o tratamento, maiores são as chances de evitar que o problema se agrave.
O que causa perda de audição?
Existem diferentes causas para perda de audição. Para facilitar, reunimos as principais, incluindo as adquiridas no decorrer da vida, as desde o nascimento e as súbitas. Veja:
- Acúmulo de cera no ouvido;
- Casos de surdez na família;
- Pouco peso ao nascer ou nascimento prematuro;
- Infecções congênitas, como, por exemplo, rubéola e sífilis;
- Tumor no ouvido;
- Tumor cerebral que afeta a parte auditiva;
- AVC ou traumatismo cranioencefálico;
- Uso de antibióticos tóxicos para o ouvido;
- Efeito de certos medicamentos, como diuréticos, quimioterapia ou aminoglicosídeos;
- Otosclerose, doença onde o osso do ouvido deixa de vibrar e o som não passa;
- Otite crônica ou aguda;
- Ruído em excesso, como de máquinas industriais, som alto ou disparo de arma.
A surdez congênita também pode ser transmitida durante a gravidez, por consequência de má nutrição da mãe, diabetes ou consumo de drogas e álcool.
Quais os tipos de surdez que existem?
Existem três tipos principais de surdez:
- Surdez condutiva: acontece quando a parte externa do ouvido é afetada e, assim, os estímulos sonoros têm dificuldade de chegar até o ouvido interno. Geralmente a causa é acúmulo de cera ou problema fisiológico (rompimento do tímpano, por exemplo).
- Surdez neurossensorial: é o comprometimento do ouvido interno, quando os estímulos sonoros não são transmitidos para o cérebro. Esse tipo de surdez acontece principalmente por exposição a som alto, tumores e doenças genéticas.
- Surdez mista: é a junção de lesões, quando há a soma da perda auditiva neurossensorial e condutiva. Ou seja, é a surdez que atinge o ouvido externo e interno. Algumas formas de tratamento são uso de medicamento, aparelho auditivo ou cirurgia. Mas lembre-se: somente um otorrinolaringologista pode indicar o melhor caminho.
Conheça os cinco graus da perda auditiva
- Leve: as palavras são ouvidas, mas há dificuldade em conversar num tom mais baixo ou não conseguem ouvir certos ruídos, dependendo do volume.
- Média: pessoas com grau de surdez médio muitas vezes não conseguem conversar no telefone e as palavras são ouvidas com baixa intensidade. Há necessidade de leitura labial para compreender o que é dito.
- Severa: as palavras em tom normal não são compreendidas, onde é preciso gritar para ter uma sensação auditiva.
- Profunda: quando não tem sensação auditiva e grande dificuldade na aquisição da linguagem oral.
- Cofose: grau onde há surdez completa, ou seja, ausência total de som.
Como diagnosticar cada tipo de surdez?
Antes de tudo, mantenha atenção aos sinais que o seu corpo dá. Para confirmar o diagnóstico da surdez, seja ela súbita ou não, um médico otorrinolaringologista deve analisar os sintomas e solicitar exame clínico.
Somente este profissional conseguirá identificar as possíveis causas e determinar se o diagnóstico é bilateral ou unilateral, ou seja, se atinge um ou os dois ouvidos. O exame mais solicitado é a audiometria, que avalia a capacidade auditiva da pessoa na interpretação das palavras e de sons.
A surdez tem cura?
Depende do caso. Por exemplo, quando a surdez é condutiva tem cura, pois pode ser revertida por meio de cirurgias ou outros medicamentos. Lembrando que o diagnóstico deve ser feito precocemente, assim o sucesso no tratamento é mais efetivo.
A escolha de tratamento depende do tipo e grau de surdez da pessoa. Sendo assim, o resultado para saber se haverá cura ou não também irá depender de cada situação.
O ideal é realizar exames de rotina, cuidar de si e observar até mesmo os pequenos sinais do organismo. Uma pessoa que se percebe, consegue identificar precocemente quando há algo de errado.