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Sororidade: o que é e por que precisamos dela?

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Você já deve ter ouvido falar sobre sororidade. Mas será que você entende realmente o que significa essa palavra e por que ela é tão necessária nos dias atuais?

A palavra se tornou ainda mais conhecida após ser bastante abordada em um reality show, o Big Brother Brasil (BBB), na 20ª edição.

De acordo com a Academia Brasileira das Letras, a sororidade está relacionada à irmandade, empatia e união entre as mulheres, bem como à oposição às exclusões e opressões. Mas, antes de abordar sobre o que é sororidade, precisamos destacar alguns dados importantes:

Estimativas globais compartilhadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que uma em cada três mulheres sofrem violência física e/ou sexual durante a vida, sendo a maior parte das agressões cometidas por parceiros.

Já no Brasil, somente no primeiro semestre de 2022, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH) registrou mais de 169 mil denúncias de violência doméstica contra mulheres.

  1. O que é sororidade?
  2. Qual a importância da sororidade?
  3. A competição feminina e a sororidade
  4. Sororidade feminina: como colocar em prática?
  5. Bônus: mulheres que mudaram a história

O que é sororidade?

Como vimos, a sororidade está relacionada à união entre as mulheres e empatia por cada vivência pessoal. Muito presente no movimento feminista, a ideia é que as mulheres se tornam mais fortes quando estão unidas.

Você já deve ter ouvido a frase “Juntas somos mais fortes”, certo? Ela carrega, resumidamente, todo o conceito da sororidade. Essa aliança entre as mulheres possibilita que elas sejam cada vez mais ouvidas para lutarem pelos seus direitos e contra a opressão e outras formas de violência.

Somente mulheres conseguem entender o que passam no dia a dia apenas pela questão do gênero. Assédios nas ruas, medo constante de ser violentada, preocupação sobre em quem confiar e a necessidade de sempre estar em alerta para possíveis perigos.

Devido à falta de segurança para mulheres em todo o mundo, visto os dados, a necessidade de ter uma rede de apoio e proteção se torna essencial para a sobrevivência. Apesar de existirem países onde as mulheres têm mais respeito que outros, a ideal ainda está muito longe de ser alcançado.

Qual a importância da sororidade?

Infelizmente, mulheres quando estão sozinhas são mais fáceis de serem silenciadas e até sofrerem algum tipo de violência. Mas, juntas, ganham ainda mais força, o que é extremamente importante em uma sociedade em que suas falas e ações muitas vezes são negligenciadas.

A sororidade ou empatia está em lutar a favor da causa de mulheres e para mulheres por entender a dor que compartilham. Você já deve ter presenciado uma situação onde uma mulher que denuncia um assédio é questionada quanto a veracidade do ocorrido ou com que roupa estava. Esse tipo de situação é bastante comum e vem sendo debatido entre mulheres na busca pela sororidade.

A competição feminina e a sororidade

Em uma palestra do TEDx intitulada de “Todos devemos ser feministas”, a autora Chimamanda Ngozi Adichie abordou sobre um problema muito comum: a competição entre mulheres. De acordo com ela, mulheres são criadas para se enxergarem como competidoras, principalmente para chamar atenção dos homens. (Vale a pena assistir: https://www.ted.com/talks/chimamanda_ngozi_adichie_we_should_all_be_feminists)

A sororidade vai justamente na contramão desse conceito, onde entende-se que a rivalidade feminina prejudica apenas as próprias mulheres, onde o contrário, a sororidade, faz a força.

Apesar de necessária, o uso da palavra sororidade é relativamente recente, tanto que diversos dicionários clássicos não possuem a interpretação. O termo ficou mais conhecido no BBB quando as participantes perceberam a necessidade da união para vencer o reality.

A busca pelo termo foi tanta que milhares de pessoas fora da casa fizeram a pergunta “o que é sororidade” para o Google, que teve aumento de 250% no termo na época.

Sororidade feminina: como colocar em prática?

O conceito de sororidade é muito buscado, mas, ainda, pouco praticado. Mesmo não sendo difícil aplicar a sororidade no dia a dia, mulheres precisam ser lembradas constantemente para combater o machismo, ter mais empatia e buscar união umas com as outras.

Na prática, como podemos aplicar a sororidade no dia a dia? Selecionamos algumas atitudes comuns e que podem ajudar você a fazer parte do movimento “Juntas somos mais fortes”, tanto na vida cotidiana como no ambiente corporativo. Vamos lá?:

Contribua para o crescimento de mulheres

Ajudar mulheres a crescerem tanto na área profissional como na pessoal é um dever da sororidade. Para isso, compartilhe seus conhecimentos, dicas e informações com outras mulheres.

Respeite como gostaria de ser respeitada

Nossa sociedade ainda é corrompida e precisa de muitas melhorias. Por isso, este tópico se faz necessário. Respeitar as mulheres, bem como ouvi-las precisa ser uma prioridade.

Encoraje suas amigas

Ajude-as a perder o medo de encarar situações e apoie-as ao darem sua voz. Muitas mulheres, senão a maioria, têm sua voz desvalorizada. Vamos mudar isso?

Crie ambientes seguros e confortáveis para mulheres exporem suas opiniões

A troca de experiências, informações ou desabafos entre mulheres precisa acontecer em ambientes seguros, sem preconceitos, repulsas ou exposição. Quando estão expostas, podem acabar sofrendo violências físicas, emocionais e até virtuais. Aqui a dica é procurar grupos exclusivo para mulheres nas redes sociais.

Ofereça ajuda

Não é raro ver mulheres fazendo o papel de mãe, pai, empreendedora, dona de casa e mil outras funções. Isso acontece pela sobrecarga que a sociedade, de maneira direta ou indireta, impõe na mulher. Por isso, oferecer ajuda e ser rede de apoio das mulheres em sua volta precisa da sua atenção. 

Vamos praticar a sororidade e dar voz às mulheres! Elas mudam a história! 

Bônus: mulheres que mudaram a história

Malala Yousafzai (1997)

A mulher mais jovem e ativista a favor dos direitos das mulheres. Com 11 anos, Malala já escrevia relatos sobre a ocupação do talibã e como as mulheres sofriam. Aos 15 anos, levou três tiros na cabeça por causa de suas ações ativistas.

Amelia Earhart (1897 – 1937)

Amelia é considerada o grande símbolo da aviação e foi a primeira a receber o título Cruz do Voo Distinto após sobrevoar o Oceano Atlântico sozinha.

Marie Curie (1867 – 1934)

Marie foi a responsável por descobrir dois elementos da tabela periódica: o polônio e o rádio. Além disso, foi a primeira professora admitida pela Universidade de Paris.

Maria da Penha (1945)

A lei que defende mulheres vítimas de violência doméstica não recebeu o nome de Lei Maria da Penha à toa. Em 1945, depois de quase ser assassinada duas vezes por seu ex-marido, Maria da Penha lutou durante 20 anos para que o agressor e o estado fossem punidos. Seu esforço levou a criação da lei que entrou em vigor em 2006 e hoje auxilia diversas mulheres vítimas de violência no Brasil.

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